Regra Número 10: Não se Apaixonar

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Eu tentava respirar normalmente, mas era muito complicado. Eu estava tão nervosa que nem ao menos sabia como tinha chegado até ali. Olhava para o apartamento de Steve, as luzes acesas indicando que independente do que ele estivesse fazendo, dormindo não era uma delas. Olho para a caixa de pizza ao meu lado me sentindo muito idiota pelo o que estava prestes a fazer. Será que ele ao menos entenderia a referência?

Balanço a cabeça e respiro fundo antes de sair do carro, com a caixa segura em meus braços. Geralmente nos filmes clichês tinha todo um gesto romântico quando o cara finalmente se declarava para a mocinha, e eu não consegui pensar em nada muito elaborado, o que era triste já que eu não sabia ser uma pessoa bem criativa. O que eu posso fazer se o nervosismo não me deixava pensar?

- Vamos lá Natasha, você consegue fazer isso – sussurro para mim mesma e torço para que ninguém passe por perto de mim nesse momento ou pareceria uma louca.

Subo a escada lateral que levava para a porta do apartamento e bato de forma hesitante. Alterno o peso do meu pé de um para outro o tempo todo, a demora em abrir a maldita porta já estava me irritando e me deixando impaciente. Reviro os olhos e paro de me mexer assim que observo a maçaneta girando, só percebi que estava prendendo a respiração quando uma mulher, que definitivamente não era Carol, atendeu. Nós duas nos olhamos de cima abaixo claramente curiosas para saber o que estava acontecendo ali. Os cabelos loiros dela estavam presos em um rabo de cavalo, e os óculos na ponta do nariz a deixava adorável.

- Você não parece com alguém que trabalha na pizzaria – ela diz brincando, mas me olhando levemente desconfiada.

- E você não mora aqui – meu tom de voz saiu mais rude do que eu planejava e a coitada da garota ficou levemente assustada. Foi só aí que lembrei: uns amigos da faculdade de Steve e Carol iam até lá para que eles pudessem estudar para as provas finais. Soco a mim mesma mentalmente e tento falar de forma mais gentil com a menina, mas uma voz vinda lá de dentro me impede.

- É a pizza? – eu reconheceria aquela voz mesmo no meio de uma multidão, institivamente mordo o lábio para conter o nervosismo.

- Não exatamente – a desconhecida grita de volta lá para dentro e depois de um tempo os olhos dela ficam levemente arregalados – Ah meu Deus você é Natasha Romanoff!

Maldita revista! Nunca mais vou participar dessas coisas. Fico sem saber se deveria responder alguma coisa em vez de simplesmente ficar parada como uma imbecil, mas Steve aparece na porta rapidamente, tão desesperado que tropeçou no porta guarda-chuvas que ficava no recanto da parede. Tento segurar o riso, mas não deu muito certo e uma risada abafada, mas audível, escapa de mim o que faz com que meu... com que Steve, me desse um falso olhar de quem estava irritado.

- Achei que você... – ele olha para o lado ao se dar conta de que a mulher ainda estava parada ali – Está tudo bem Sharon, eu cuido disso – a loira, que agora tinha um nome, volta lá para dentro dando de ombros, mas obviamente curiosa do que estava acontecendo ali. Steve fecha a porta o que nos deixava do lado de fora – Achei que não fosse te ver hoje.

Ele ainda massageava a testa, a parte em que bateu no chão quando caiu e eu me aproximo preocupada que ele tivesse machucado. Retiro a mão dele da frente para observar o local e estava vermelho, claramente ia ficar inchado e eu quase me senti culpada por ter rido, quase.

- Você deveria colocar gelo nisso aí – ele faz uma careta quando pressiono o local – Está doendo muito?

- Depende – pelo sorriso que ele me deu eu sabia muito bem o que ele queria dizer com aquele depende e arqueio a sobrancelha em incredulidade – Não que eu não esteja feliz com a visita surpresa, mas ela tem um motivo não tem?

Take it Easy - RomanogersWhere stories live. Discover now