Capítulo 19 / Fernanda

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Desculpem-me pelo capítulo curtíssimo. :P

~ ~ ~

Depois de fazer as pazes com a Ka, vim direto para a casa do Gui. Desde então, estamos jogando vídeo game, e eu já devo ter perdido mais ou menos umas vinte partidas para ele, se os meus cálculos estiverem corretos.

Sabe aquele cálculo matemático quase impossível de se resolver? Pois é, ganhar desse garoto é um pouco mais difícil que isso.

– Ganhei de novo – ele ergue os braços com um ar vitorioso – Eu sou demais, Crazy.

– Não, você não é. – mostro a língua – Você é apenas um nerd que passa o dia todo jogando isso. E assim, eu  estou em desvantagem.

– Por que você não assume que eu sou o melhor? – ele se aproxima de mim e segura o meu queixo

– Ah, é? Então vamos lutar karatê. – Fico de pé e fecho as minhas mãos em punho – Já que você é demais, não vai ter problemas com isso.

Eu fazia aulas de karatê quando tinha 10 anos, e gostava bastante. Parei de praticar desde que os meus pais se separaram, mas ainda sei o básico. E é apenas do básico que eu preciso para derrotar o Gui. Lembro que quando éramos crianças, eu o levava para as aulas comigo. Ele insistia em só assistir, mas eu fazia questão que ele tentasse. Então ele ia e antes mesmo do segundo golpe, já estava no chão pedindo arrego. Era hilário.

– Assim não vale. – ele levanta – Eu sou pior no karatê do que você é em matemática.

– Ei! Eu não sou ruim em matemática.

– Não? – ele levanta uma sobrancelha – Então responda: qual é o valor de Pi?

– Pi? Aquele do filme?

Ele solta uma gargalhada.

– Eu disse...

Reviro os olhos.

– E eu sou tão ruim no vídeo game quanto você é no karatê.

– Então estamos quites.

– Ainda não. – sorrio.

Antes que ele tenha tempo de se esquivar (como se ele tivesse um bom reflexo, o que não é o caso), desfiro um chute na sua barriga. Não usei muita força, mas foi o suficiente para ele cair na cama e seus óculos rolarem para o outro lado.

– Agora estamos.

– Isso não vale! – ele aperta a barriga

Eu pego seus óculos que caíram e coloco no meu rosto.

– Veja, eu até que fico bem de óculos. – digo olhando o meu reflexo no espelho do seu guarda-roupa.

– Ok, agora você pegou pesado. – ele sorri

Sem os óculos o Gui não enxerga um palmo a sua frente, e eu sempre gosto de tirar proveito disso. (Risada maléfica)

– Devolva os óculos, Chérie. – ele levanta da cama e anda desajeitadamente

– Por que eu deveria devolver?

– Então é guerra?

– Claro!

Eu saio correndo pelo quarto e ele me segue meio sem jeito. Em certo momento ele bate com o pé em algum lugar e cai na cama novamente.

– Droga! – ele geme, ainda segurando o pé

– Machucou? – jogo-me na cama ao seu lado

– Não.

Por um tempo, ele me olha fixamente.

– O que foi? Por que está me olhando assim?

– Você.

– Hã?

– Não estou te enxergando direito.

– Eu sei, essa é a intenção.

– É o borrão mais lindo que eu já vi. – sorri

Eu dou um sorriso bobo e devolvo seus óculos. Então ele se aproxima de mim, mais e mais, até que eu consigo sentir seu hálito sob o meu nariz.

– Mas assim é bem melhor.

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