Prólogo

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O trem econômico porém barulhento balançava e a cabeça cansada de Myra após meses de trabalho contínuos se aconchegava no canto de sua poltrona  do vagão com uma almofada de viagem. Uma imagem começava a surgir em sua mente enquanto o som cada vez mais ficava em segundo plano, havia um grande outdoor branco incandescente mas não conseguia ler o que continha nele.

Passavam por uma ponte alta com árvores cor de vinho bem secas que caiam e um rio que o cruzava lá embaixo. As águas tomavam e abafavam os sonidos do trem. De repente sua janela era puxada por um vácuo que a fez cair, e cair, por aproximadamente alguns minutos antes que seu corpo se espatifasse na gélida água.

Ela avista então um homem apontando uma arma para ela e rapidamente um tiro saia pela mesma; seu corpo novamente caia por um vácuo e um miado estridente de gato a acordava assustada. Era um sonho recorrente nas últimas semanas, sempre repetitivo, antes de receber a notícia de que sua mãe estava com câncer no estágio terminal, a fazendo ir logo visita-la em sua cidade natal após isso.

Myra com frio colocou as mãos por dentro da jaqueta que se encontrava úmida, e uma folha idêntica ao das árvores cor de vinho que ela vira em seu sonho, foi encontrada em seu bolso totalmente seca.

Ela abre a janela, a joga para fora, recosta a cabeça e segue sua viagem.

A noite mais longa do invernoOnde histórias criam vida. Descubra agora