04_ Sorrisinho bobo.

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Clara Marques

Me virei pra trás não achando graça nenhuma para a piada que o Ethan tinha acabado de fazer e olhei com desaprovação para o mesmo.

- Ah qual é, você ta linda nesse macacão. - Debochou.

- Só pra você saber, não to vestindo por vontade própria. - Falei seguindo o Brad que já tava querendo fugir de mim.

- Entendi... O código dos pijamas rosa com ursinhos te obriga a vestir isso né? - Riu.

- Se você chamar a sua mãe e madrinha de código dos pijamas rosas com ursinhos sim. - Ri também entrando ma brincadeira.

- Eu não sabia que você tinha um animal de estimação. - Falou ele apontando para o Brad.

- Ele não é meu, é da minha madrinha mas pelos vistos vai passar uns dias com a gente. Sempre acontece isso quando a minha madrinha quer viajar.

- Ele é uma pequena nuvem. - Falou se abaixando pra fazer carinho no Brad. - Como ele se chama?

- Brad. - Sorri boba vendo ele brincar com o Brad.

- Ele é uma gracinha igual você. - Falou me deixando corada.

- Não exagera. - Falei tentando disfarçar a vergonha.

- Não estou exagerando de jeito nenhum. - Falou me olhando no fundo dos olhos e a gente manteve contato visual por uns 5 segundos antes de eu desviar.

- Você... Hum... Terminou de malhar? - Perguntei a única coisa que passou pela minha cabeça no momento.

- Na verdade nem comecei. Você malha também, ou alguma coisa assim?

- Eu tropeço até na minha sombra então é bom me deixar longe das coisas pesadas. - Ri.

- Se você estiver disposta eu posso te ajudar um dia. - Falou me olhando com aquela carinha.

Será que eu conseguirei um dia recusar algo a essa carinha?

- Quem sabe um dia. - Me abaixei pra pegar as necessidades do Brad com o saquinho.

Eu me levantei e dei um sorriso amarelo para o Ethan.

- Até outro dia. - Falei saindo de perto dele e o mesmo sorriu pra mim.

- Até.

[...]

Eu tava deitada na minha cama rolando pelo tiktok quando alguém bate na porta do meu quarto.

- Entra. - Falei sem ligar muito.

A porta do meu quarto abre e revela a cabeça enorme do Caio com a maior cara de bunda possível.

- Tem um cara lá fora querendo te ver. - Falou por fim fechando a porta e eu me levantei da cama quando ouvi a minha porta abrir de novo. - Se for teu namorado eu vou cair na porrada com ele, to te avisando. - E fechou aporta novamente. Eu gargalhei da suposição do Caio e sai do quarto indo até a porta da sala.

Quando eu cheguei lá encontrei a minha mãe conversando.

Com o Ethan.

Oque ele ta fazendo aqui?

E oque a minha mãe ta falando com ele?

Me aproximei o suficiente para que os dois me notassem e o Ethan sorriu quando me viu.

- Então? - Falei ficando do lado da minha mãe.

- O menino queria te entregar uma coisa. - Falou a minha mãe nos deixando a sós.

- Oque você queria me entregar? - Perguntei confusa.

- Eu queria te entregar o meu coração mas se eu fizesse isso morreria então vim te entregar a sua pulseira mesmo. - Falou me fazendo rir e em seguida me estendeu a minha pulseira de prata.

Não sei se ri de vergonha ou pela cantada ruim.

- Aonde você achou ela? Podia jurar que tava no meu pulso o tempo todo... - Peguei a pulseira da mão dele.

Ele tem uma mão suave e grande ao mesmo tempo.

Não sei como isso me faz sentir.

- Achei um tempo depois no mesmo local que a gente tava conversando e supus que era sua. - Colocou a mão no bolso.

Eu reparei que ele faz isso muitas vezes. Colocar a mão no bolso quando ta nervoso.

- Ah, obrigada. - Sorri sem mostrar os dentes.

- Disponha. - Falou enquanto eu abria a porta de casa.

Entrei em casa e fechei a porta lentamente sorrindo. Coloquei a pulseira de volta no meu pulso e verifiquei ela mais uma vez pra ter certeza que ela não cairia de novo.

Senti o olhar da minha mãe sobre mim e encarei a mesma de volta.

- Que foi? - Perguntei confusa.

- Nada, só você com esse sorrisinho bobo por esse menino. - Falou cortando a cenoura pra provavelmente fazer o jantar.

- Que nada mãe, só to feliz que não perdi a minha querida pulseira. - Me apoiei no balcão que ficava a frente dela.

- Sei... - Falou me olhando desconfiada mas logo voltou a sua atenção para a cenoura. - Ele ta vindo jantar aqui amanhã. - Falou a minha mãe me pegando de surpresa.

continua...

O VizinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora