12_ Sorvete pra curar a dor.

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Clara Marques

Eu dei o empurrãozinho no skate conseguindo avançar por uns 6 segundos antes de um skate aparecer no meu caminho do nada.

Eu arregalei os olhos e pulei do skate do Ethan o mais rápido possível batendo com os joelhos no chão e em seguida a bunda.

Depois de eu ter pulado duas crianças com 10 anos mais ou menos andando de skate bateram bem na minha frente e eu tapei a minha boca em choque.

Eu realmente acho que andar de skate não é pra mim.

O Ethan correu até mim e se abaixou na minha altura pra ver se estava tudo bem comigo.

- Você se machucou? - Perguntou preocupado e eu neguei com a cabeça ainda em choque. Ele me analisou um pouco, depois se levantou e estendeu uma mão para me ajudar a levantar. Eu me levantei e caminhei até as crianças que caíram junto com ele para ajudar elas a se levantarem.

A gente se certificou que estava tudo bem com elas e depois saímos dali. O Ethan riu de mim e eu também tive que rir.

Foi uma cena realmente ridícula.

De repente enquanto eu andava senti algo escorrer pelo meu joelho e dei um pulo pensando que era um bicho oque fez o Ethan se assustar e me pegar pelo braço.

- Que foi maluca? - Perguntou isso e eu me abaixei para ver oque tinha acontecido no meu joelho.

- Droga. - Falei vendo que eu tinha ralado o joelho e olhei para o Ethan com a cara meio culpada. Ele percebendo oque eu fiz se abaixou na altura do meu joelho e analisou o mesmo.

- Você aguenta até a gente chegar em casa? Eu vou cuidar disso pra você.

- Eu vou sobreviver até lá. - Ri e ele se levantou olhando pra mim com preocupação mas eu me contentei em dar um sorriso sem graça.

- Ta doendo? - Perguntou ele ficando do meu lado.

- Não tanto. - Falei pegando o meu celular que tinha começado a vibrar.

Era uma mensagem da Laura falando que já sabia aonde a gente ia comprar a roupa para a festa.

Eu não sei porque ela tá tão ansiosa. A festa vai ser daqui um mês. Tem tempo pra comprar 100 vestidos "perfeitos" até lá.

- É a Laura. Ela ta maluca com a festa da Verônica. - Falei guardando o celular no bolso.

- Você vai? - Perguntou ele me olhando com interesse.

- Eu não to tão ansiosa mas é importante pra ela então preciso ir. Você vai? - Olhei pra ele.

- A Verônica é minha prima então eu meio que não posso faltar ou ela me mata. - Riu e eu olhei espantada pra ele.

- Ela é sua prima? Uau. - Sorri. Como eu nunca percebi?

Eles são realmente muito parecidos mas fica difícil de saber tendo em conta que o Ethan se mudou pra cá em menos de uma semana.

- É... Não me orgulho. A garota é estranha. - Riu. - Ei. - Me chamou e eu olhei pra ele. - Oque acha de eu te compensar?

- Compensar pelo que? - Ri.

- Sobre você ter se machucado.

- Não foi culpa sua.

- Mas eu falei que você não ia se machucar e você se machucou. - Me olhou óbvio.

- Continua a não ser culpa sua, eu apenas tenho azar. - Falei olhando pra ele como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- Mas mesmo assim eu quero te compensar. Posso?

- Depende do que você vai me dar. Vai me dar a sua bunda? - Olhei provocativa pra ele.

- Se você quiser eu te dou o meu corpo todo mas hoje eu posso te dar sorvete. - Apontou para uma pequena sorveteria e eu sorri convencida.

- Aceito os dois. - Olhei pra ele e a gente começou a caminhar para a sorveteria.

Entramos na sorveteria e apenas tinha duas pessoas sendo atendidas. Eu notei que eram duas meninas, uma tinha cabelo rosa bem forte e a outra tinha o cabelo castanho escuro. A menina de cabelo rosa tinha traços asiáticos e usava uma maquiagem forte e ao mesmo tempo linda, já a de cabelo castanho escuro tinha uma cara bem brasileira, se é que vocês me entendem, ela usava um short jeans e um cropped. Isso só mostra o quão duas pessoas com estilos completamente diferentes podem ser amigas.

Assim que elas terminaram de ser atendidas a gente foi até o balcão.

- Boa tarde. - Sorri para o atendente e o Ethan fez o mesmo.

- Boa tarde, oque vocês vão querer? - Perguntou ele.

- Eu vou querer o de caramelo. - Falou o Ethan tirando o dinheiro da capa do celular.

Eu também guardo o dinheiro aí, mas vamos manter isso em segredo. Não quero que alguém assalte o meu celular junto com toda a minha grana. Oque equivale à 2 reais.

- Certo, e a menina vai querer?

- Menta. - Sorri.

- É pra já. - Falou o moço e se virou pra servir os sorvetes.

Sorvete pra curar a dor.

continua...

O VizinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora