CAPÍTULO VII

1.5K 163 141
                                    

PdVR

Doía.

Tudo.

Pescoço. Cabeça. Pernas. Costas. Garganta. Eu falei da cabeça?

Cada músculo do meu corpo doía pra caralho.

Abrindo os olhos.

"O q-" que porra? Que rosa é esse?

Grunhindo alto - e fazendo uma birrinha só por fazer - eu me sentei na... caminha da Laura.

O que diabos eu 'tô fazendo no quarto da Laura?

O relógio rosa na parede me dizia ser só dez horas da manhã. Porra. Quero morrer. Morrer agora. Eu queria chorar enquanto me levantava. Doía muito. Porque a cama da Laura... só metade de mim cabe naquela coisa. E puta que pariu, por que tem alguém com uma furadeira na minha cabeça?

Primeiro o que importa. Fazer xixi, engolir um frasco de analgésicos, beber um litro de água, escovar os meus dentes e tomar um banho.

"O que diabos aconteceu ontem à noite?" Eu murmurei para mim mesma enquanto entrava no banheiro do meu quarto.

O apartamento estava em silêncio.

A Bianca deve estar dormindo.

Fazer xixi foi tããããooo bom, e não acabava mais.

Tomar os analgésicos também foi bom. Porque vai acabar com a batedeira na minha cabeça.

Escovar os dentes por vinte minutos foi ainda melhor.

Depois tomei banho, e tomei a água do chuveiro mesmo.

Você sabe, dois coelhos, uma cajadada.

Depois de sair do banho, vesti um pijama, acreditando que o dia de hoje seria só filmes ruins na sala. E Mountain Dew*. Adoro o Dew. E água. Muita água. Hummm e pizza. E mais água.

* Mountain Dew ou "Orvalho da Montanha" é um refrigerante neoalcoólico, de característica cor verde-limão (diferenciado de outras bebidas), fabricado pela Pepsi nos EUA.

Graças a Deus que a Laura só vai chegar a noite, eu pensei enquanto me arrastava pra cozinha.

Direto pra geladeira. Você sabe, água gelada.

"Bom dia, Rafaella", alguém murmurou.

"Merda" eu respirei fundo, me virei e vi Bianca sentada à mesa.

Não tava lá essas coisas hoje. Shorts de pijama rosa, camiseta preta e um rabo de cavalo bagunçado. Olhos cansados.

E como, mesmo assim, ela ainda consegue ser a mulher mais bonita que eu já vi?

É foda.

"Você me assustou." Sussurrei enquanto massageava as têmporas.

Ainda havia uma serra elétrica na cabeça.

"Desculpa" ela sussurrou de volta, sorrindo cansada. "Eu fiz torrada" ela murmurou apontado para a torradeira no canto da bancada.

"Obrigada" suspirei. É, água e torrada seca. "Como você 'tá conseguindo beber café, mulher?" Eu ri, só um pouco, enquanto pegava minha água. Mas as imagens de cerveja em xícaras de café surgiram na minha cabeça, e eu grunhi. "Eu nunca mais vou beber numa xícara... nunca mais."

"É, mas você bem que gostou ontem à noite" ela riu.

"Nem me lembra, porra." fiz uma careta, pegando uma torrada antes de sentar a bunda na cadeira. "Deus, eu não consigo lembrar de... nada."

UM SINALWhere stories live. Discover now