Capítulo 5

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POV/ Louise

Quarta feira. Chego da escola um pouco frustrada por Maria Eduarda não ter ido hoje, será que aconteceu alguma coisa? Desde ontem depois da discussão ela foi embora e não voltou mais. Fico me perguntando se ela está bem, admito que fiquei um pouco preocupada mas ainda estou com muita raiva, não tinha porque ela ter me tratado daquela maneira.

Vou almoçar e me sento a mesa junto com a Sam. Mamãe está muito ocupada no hospital e papai na empresa então como sempre não virão para o almoço.

- Como foi o dia hoje? Ainda está brigada com seu amor?- pergunta e eu respiro fundo pra não perder a paciencia.

Ontem eu contei tudo pra ela sobre a discussão, mas não porquê eu quis e sim porque como eu disse, a Sam me conhece melhor que eu, então vendo o estado de como eu cheguei, me obrigou a contar tudo pra ela, claro que no começo ela me defendeu, mas depois voltou a me perturbar como sempre faz. Eu ainda mato a Samantha.

- Vai começar? Porque se for, fala logo pra eu me levantar.- pergunto de mal humor antes de ela começar com suas brincadeirinhas.

- Calma maninha, parei.- diz e se concentra em sua comida e eu agradeço internamente.

Acabamos de almoçar e subo pra tomar um banho. Visto uma roupa confortável pra dançar.

Dança é uma das coisas que eu mais amo, não costumo deixar muito visível essa parte da minha vida. Eu danço músicas diversificadas, mas minha paixão mesmo é o ballet, eu sei que não tenho cara de quem curte isso mas é.

Mamãe me colocou para fazer aulas quando eu tinha três anos, desde então não larguei mais. Não participo de competições ou apresentações como antes, resolvi dá um tempo mas confesso que quero muito voltar. Eu ainda prático em casa, essa foi a forma que eu encontrei de me expressar e me acalmar. Sendo assim, se eu estou triste eu danço, se eu estou feliz eu danço, se eu estou com raiva eu danço, enfim...o ballet é a forma de eu por meus sentimentos pra fora, e eu o amo.

Desço e me sento ao lado da Sam para descansar a comida já que não quero que ela volte por onde entrou.

- Você gosta mesmo da guria?- pergunta de repente me pegando de surpresa.

Olha pra mim e deixa de lado seu celular que a pouco mexia, sua expressão está de seriedade.

- Que guria?- devolvo a pergunta me fazendo de desentendida.

- Deixa de se fazer de tonta. Você sabe, a guria lá do olho.- rio sem conseguir me conter.

- Não...- respondo e permanecemos em silêncio.-...Porque que você fica insistindo nesse assunto? Dizendo que eu sinto algo por ela...Eu deveria sentir alguma coisa por ela?

- Não é isso Lou...é que quando você me falou dela, você tinha um brilho nos olhos. E sabe qual é o único momento que eu vejo ele?

- Não.- digo curiosa com sua resposta.

- Quando você dança.- diz e não vou mentir, me pegou de surpresa.-...Ou quando você está comigo, é claro.- completa me fazendo rir e ela me acompanha.

- Mas falando sério, você parecia encantada com essa tal garota...São poucas as pessoas que nos fazem ter esse brilho.- diz parecendo ser mais pra si do quê pra mim.

Eu a entendo, Sam teve um namorado que amava muito, mas ele teve que se mudar, ou seja, fim do namoro. Depois disso ela não teve mais nenhum relacionamento sério.

Um Olhar DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora