Capítulo 27

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POV/ Louise

Entro no banheiro com os olhos em chama. Mas que droga, Louise! Será que você não consegue nem se controlar quando está perto dela?

Apoio minhas mãos na pia e me encaro no espelho. Minha pupila está dilatada, minha boca entreaberta puxando o ar fortemente, meu peito sobe e desce desregulado e minha mão está pressionada contra a pia com força.

Lembro de seus lábios e, de meus dedos em contato com sua pele. Me sinto arrepiar e passo a língua pelos meus lábios ainda sentindo seu gosto.

Como eu queria ter continuado lá. Como eu queria ter continuado à beijando. Se eu não tivesse partido o beijo naquele momento, eu teria sido capaz de parar depois? Talvez tenha sido melhor assim...talvez não, foi melhor assim!

Não faz isso Louise. Não deixe as coisas mais difíceis, era pra ela ser apenas sua amiga lembra? "Amiga", apenas isso. Não complica mais as coisas.- Meu subconsciente me lembra, me fazendo acordar.

Jogo uma água no rosto e me olho uma última vez.

- Eu não vou deixar você fazer com ela o que fez com a April apenas porquê você não consegue controlar uma atração idiota!- digo entredentes pra mim mesma enquanto me encaro no espelho.

****

Saio do refeitório pisando duro e volto pra sala. Qual é o meu problema? Como eu posso deixar alguém me afetar tanto? Se bem que ela não parecia tão afetada quanto eu quando estava ao meu lado. Talvez não tenha importado tanto pra ela..._E você queria que tivesse importado?_ Meu subconsciente pergunta. Eu quero que tenha importado pra ela?...Não! Lógico que não! Quanto menos significar algo pra ela, melhor!

O sinal toca e aos poucos as pessoas vão chegando, depois de alguns minutos Eduarda entra com Alice e Henry. Antes de se sentar ela me olha e sorri.

Talvez eu é quem esteja fazendo uma tempestade em copo d'água, afinal, eu só poderia magoar ela se ela se apaixonasse por mim.

Primeiro: ela não está apaixonada por mim. Segundo: o beijo não parece ter mudado nada entre a gente. E terceiro: ela tem namorado. Ou seja, não é como se esses três fatos fossem mudar e a gente fosse se casar, certo?

Seria cruel da minha parte dizer que não me arrependo de tê-la beijado mesmo sabendo que ela tem namorado? Mas se me lembro bem, esse foi nosso segundo beijo e no nosso primeiro beijo foi ela quem me beijou, então não foi tão errado assim...Surtando por causa de um beijo, a que ponto eu cheguei!?

Melhor eu me concentrar na aula e esquecer toda essa história.

As últimas aulas se passam lentas e quando o sinal toca me despeço de todos e vou pro estacionamento esperar Maria Eduarda no carro.

Desde que eu recuperei minha memória eu passei a vim de carro pra escola, ninguém sabe realmente das condições da minha família além da Duda, então quando vim pela primeira vez de carro algumas pessoas encararam mas ninguém perguntou nada, nem mesmo Alice, o que me fez agradecer mentalmente.

Levo um pequeno susto com batidas na janela e Duda entra no carro sentando no banco de carona.

Dou partida no carro e dirijo até seu trabalho. Não trocamos nenhuma palavra e o silêncio é constrangedor. Ela a todo momento apenas encarou a janela, não me olhou nem por um segundo. Se isso me incomodou?...sim, me incomodou muito.

Paro em frente a empresa do seu pai e continuamos em silêncio, talvez esperando que uma de nós duas diga alguma coisa.

- Bom...obrigada pela carona.- ela diz quebrando o silêncio.

Um Olhar DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora