CAPITULO 5

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TRENTON

"Ser melhor amigo da sua mãe é um
dos maiores e melhores privilégios
uma pessoa pode carregar"
- Annelise Bakker




    — Trenton, querido! A que devo a honra da sua ligação? — Minha mãe pergunta com sua voz calorosa, a qual me faz sorrir automaticamente.

    — Você está muito ocupada? Queria saber se podemos conversar.

    — Para você nunca. Só preciso verificar se o Ryder colocou os legumes na mochila do Christian. — Diz se referindo ao seu namorado e o filho de oito anos.

    Desde pequeno, éramos apenas nós. Meu pai não foi homem o suficiente para assumir o próprio filho, me abandonando antes mesmo de meu nascimento. Por sorte, minha mãe tem uma família incrível com quem pode contar, e ambos se esforçaram ao máximo para me dar a melhor criação possível. Pouco antes de me mudar para faculdade, ela conheceu Ryder, seu atual namorado – que também é médico - até então. Gosto dele. Dos demais caras que já passaram pela sua vida, ele é que mais me identifico. Temos um bom papo, paixão em comum pelo basquete, até mesmo assistimos a um jogo todos juntos no verão passado. Seu filho, Christian, é um pirralho educado e bem criado, não aquelas crianças chatas, mimadas e sem noção. Segundo Ryd, ele me vê como um irmão mais velho, e acho isso fofo. Os visito sempre que tenho oportunidade, pois sinto falta da familiaridade de estar em casa.

    — Como eles estão? Estou com saudades do pirralho.

    — Ei, já te falei para não o chamar assim! — Repreende rindo. — Estão ótimos, foram ao treino de basquete. Você realmente convenceu o garoto a amar esse esporte.

    — Se eles querem fazer parte da nossa família, essa é a condição. — Brinco. — Fico feliz que ele esteja gostando, serve de dica para um presente quando for os visitar.

    — Ah, por favor! Ele não para de implorar por um tênis. Não aguento mais ouvir uma criança resmungona.

    — Onde está sua paciência, Esther Grant?

    — Fui enterrando ao longo dos anos. — Gargalha alto, provavelmente sentando no jardim da casa para que possamos conversar. — Enfim, me conte qual foi o motivo da sua ligação.

    Respiro fundo, deitando na cama, repassando o turbilhão de pensamentos que estão rodeando minha cabeça. Há algumas horas, Jessamine me ligou, alegando que precisávamos conversar com urgência, dizendo para nos encontrarmos no apartamento de Dom e El. Aleguei que estava um pouco ocupado na hora, e iria mais tarde. Uma bela de uma mentira. Estava nervoso para um cacete, temeroso pelo assunto, precisando conversar com alguém. Logo, peguei o celular e disquei de prontidão para minha mãe, a pessoa que me conhece com a palma da mão. Ela sabe tudo o que passei. Sabe o quão ainda sofro com a morte de Em, sabe que não sou o tipo de cara que parte corações. Sendo assim, ninguém melhor do que ela para entender meu desespero angustiante.

    — Você se lembra daquela garota que te falei estar meio que saindo? A Jessamine?

    — Oh, é claro que lembro! Vasculhei suas redes sociais para ver se achava algo a respeito dessa mocinha. Ela é bem bonita.

    — Mãe! — Me pego incrédulo com suas palavras, soltando uma risada alta. — Não sabia que estava falando com uma stalker.

    — Ah, qual é o problema? Só queria ver o rosto dela! Sou curiosa.

    — A curiosidade uma hora mata o gato.

    — Deixe de pegar no meu pé, rapaz.

    — Não sei se minha relação com ela está dando certo. — Arquejo, olhando para minha cabeceira, onde ainda guardo uma foto minha e de Em. A escondo quando tenho companhias, porém, sempre que me sinto triste, a pego para relembrar nossos bons momentos. — Emery ainda é uma pessoa muito presente na minha vida. Eu a amo, mãe. Com todas as minhas forças. E acredito que Jessa possa estar se apaixonando por mim. Não quero partir seu coração.

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