Capítulo 44

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Gente eu peço perdão pelo meu sumiço, mas ficou meio foda de escrever. Ando tendo bloqueios ultimamente, mas creio que consegui resolver esse pequeno empecilho que me impede de atualizar com mais rapidez. Não prometo nada, mas acredito que as coisas vão andar um pouco mais rápido a partir de agora hahaha
Beijos meus lindos e preparem os corações, pois esse capítulo está emocionante!
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  Zapata acorda com o alarme de emergência tocando copiosamente, sua visão é turva e embaralhada, tanto pelos movimentos bruscos que a aeronave está fazendo, quanto pelo oxigênio puro que está respirando. A morena se segura como pode nas poltronas à sua frente, por sorte conseguiu colocar os cintos antes de desmaiar, facilitando que ela não fosse jogada para fora do assento. Alguns objetos de dentro do avião são arremessados contra Tasha que tenta desviar da melhor forma que consegue. Porém por estar tonta, algumas coisas ainda a acertam, causando-lhe alguns ferimentos pelos braços.
A morena apenas consegue ouvir uma explosão acompanhada de uma grande bola de fogo e sente que o avião cai com mais velocidade e que logo irá chocar-se contra o chão. Zapata então fecha os olhos, temendo que fosse o seu fim. Um filme passa em sua cabeça, boas lembranças como da primeira vez que se tocou estar apaixonada por Patterson, quando deram o seu primeiro beijo, do seu casamento, do nascimento de sua filha. Seu coração pesa ao imaginar que sua filha crescerá sem ela, claro que ela ainda terá sua outra mãe e seu pai, porém dói imaginar nunca ouvir a sua filha dizer a primeira palavra ou dar os primeiros passos ou até mesmo construir seu primeiro super computador, o que vier primeiro. Pensa na dor imensurável que sua Willy irá sentir por perdê-la. Quando a morena finalmente aceita sua morte, ela sente o impacto da aeronave contra o que quer que fosse que tenha a feito parar.
No bunker Patterson trabalha falsificando as credenciais para que Rich e Kurt usem na missão de resgate de Tasha. Ambos se ajeitam com as roupas e perucas, Rich até raspa a barba, mesmo que contrariado, ele o faz. Jane ajuda Weller com uma peruca loira que cobre um pouco sua testa e pescoço. Quando está quase tudo pronto, Patterson leva um baque ao perceber que o avião sumiu do plano de vôo que ela conseguira. E logo pesquisa por notícias do ocorrido. Todos se juntam envolta do computador para assistir ao plantão do jornal que cobre as notícias que a loira conseguiu achar sobre.
"Um avião cargueiro da empresa Cesko Wings que saiu da Tchéquia com o destino aos Estados Unidos cai na Suíça." Começa o âncora assim que o jornal CNN começa.
"A aeronave do modelo Boeing-757 saiu das docas de cargas da Tchéquia por volta das oito horas da noite de ontem e era para chegar na sua primeira conexão em Madrid na Espanha por volta das duas da manhã do horário local. Porém com apenas duas horas e quinze minutos de voo os pilotos emitiram um alerta à torre sobre uma despressurização repentina na aeronave, pediram permissão para um pouso se emergência no aeroporto Flughafen Zürich situado em Zurique na Suíça. Não se sabe ao certo o que aconteceu, porém antes de chegarem ao aeroporto o avião de cargas se chocou contra uma montanha nos Alpes Suíços. Estamos aguardando respostas da equipe que está chegando ao local para nos dar mais informações." Finaliza o âncora.
O silêncio é quase palpável no bunker, não se consegue ouvir nem mesmo o som dos canos enferrujados de água que rangem esporadicamente. Todos ficam abalados com essa notícia, deixando-os sem chão e sem saberem o que fazer. Patterson sente seu corpo inteiro se enrijecer como se do nada seus músculos e ossos estivessem se tornado pedra e chega a doer, seu coração pulsa acelerado a ponto de causar-lhe uma sensação de sufocamento. Seu estômago luta para manter o último lanche dentro dele, mas ele perde, fazendo com que a loira saísse correndo para vomitar no banheiro. Como se isso bastasse para fazer a dor sair por inteira do seu corpo junto ao vômito.
— Querida, eu sei que é difícil pra caralho no momento, mas tenta manter a calma. Pelos bebês e pela Tasha tá bem? — Chega Rich se abaixando ao lado de uma Patterson trêmula e angustiada.
O visível estado de agonia de sua amiga é digno de se partir o coração, porém ele tem de se manter firme para mantê-la sã.
— Rich eu não aguento mais essa ansiedade, essa tensão em tempo integral que parece não ter fim nunca... Eu só queria ficar em paz, ser feliz por completo. Mas toda vez que algo parece dar certo, alguma coisa acontece e tudo desmorona. Isso me sufoca e me deixa miserável. Acho que fui amaldiçoada Rich... — Diz Patterson sem nem conseguir chorar. A dor é tanta que não consegue externalizar de nenhuma forma a não ser vomitando.
— Eu sei exatamente o que está sentindo, mas vamos aguardar um pouco mais pelas notícias ainda não sabemos se teve baixas ou se o acidente fora muito grave. — Diz Rich abraçando sua amiga afim de reconforta-la.
Patterson respira fundo e enterra seu rosto no ombro do seu melhor amigo tentando ficar um pouco mais calma.
Zapata novamente acorda zonza, ainda usando sua máscara de oxigênio e com uma dor terrível em seus braços e cabeça. Ela tira a máscara e tenta respirar fundo, mas a fumaça e uma dor aguda a impede de fazer. Olha em volta quando sua visão se firma e só consegue ver destruição. O lado oposto ao que está sentada está destruído, o que era para ser a asa não existe mais e uma parte do compartimento está pegando fogo. Alguns assentos e uma parte do teto não existem mais. Tasha imediatamente corta o seu cinto de segurança com uma faca tática presa em sua bota e tenta se levantar, porém assim que o faz, percebe que um pedaço de ferro de uma das poltronas está fincado na lateral de seu corpo, logo entre suas costelas flutuantes. Fazendo com que a mesma não conseguisse se levantar. A agente pensa rápido golpeando esse ferro com o apoio da cadeira e o fazendo partir ficando ainda uma parte dentro de seu corpo. A dor lancinante faz com que solte um grunhido, mas ainda assim persiste.
Mesmo com muita dor, Zapata sabe que se remover o ferro que está cravado em sua costela, poderá ser pior e ela acabar morrendo por alguma complicação. Ela apenas usa uma parte do cinto para mantê-lo no lugar para que não fure ou piore o estado de algum órgão. Feito isso, resolve procurar alguma saída que não esteja pegando fogo, não demora muito para encontrar uma parte quebrada o suficiente para conseguir sair e antes que o fizesse, escuta uma explosão. Outra turbina explodiu, fazendo com que começasse a pegar fogo dentro da aeronave. Natasha rapidamente avista três pessoas da tripulação e mesmo com muita dor, puxa um por um jogando-os para fora, que agora que consegue notar, é de pura neve.
Assim que Tasha consegue jogar todos incluindo os pilotos e agentes da Sandstorm para fora do avião, ela ouve uma porta se abrir. Um homem alto usando um uniforme de segurança ensanguentado e com um corte na cabeça aparece de um dos compartimentos de carga do avião e assim que ele nota e reconhece Zapata, saca uma arma e atira em sua direção, por sorte o homem parecia não enxergá-la muito bem ou estava tonto e os tiros não acertam a morena que corre com muita dificuldade para longe do acidente.
No bunker:
— A Patterson está melhor Rich? — Pergunta Jane com uma expressão de preocupação em seu rosto.
— Não, mas vai ficar... Eu espero... — Diz Rich saindo da "enfermaria", após ter colocado Patterson em uma bolsa pequena de soro com um remédio de enjoo para que se sinta pelo menos um pouco melhor.
— Ela vai gostar de saber que o rastreador de Zapata voltou a aparecer no mapa e está se movendo aleatoriamente... — Diz Jane.
Rich imediatamente segue Jane para a sala dos computadores e com rápidos movimentos de dedos no teclado, ele consegue pegar a localização de Zapata que parece estar fazendo um percurso para longe do acidente. Ele pesquisa mais um pouco sobre o acidente e encontra que apenas dois dos oito passageiros morreram, ambos de uma empresa de segurança particular que a equipa sabe que é da Sandstorm. Assistem o jornal que mostra as pessoas resgatadas e um homem mesmo ensanguentado, está lúcido dizendo que viu exatamente uma das terroristas mais procuradas dos EUA Natasha Zapata perto dos corpos e que ela tinha causado o acidente.
— Okay, já sabemos que Tasha está viva. Mas como vamos chegar até ela antes que a Sandstorm coloque as mãos nela ou que morra congelada nas montanhas? — Pergunta Kurt coçando a sua fina barba enquanto olha para a tela do computador com preocupação.
— Por sorte eu tenho alguns contatos por aqui e por ali, eu vou dar um jeito... — Diz Rich se levantando e indo até a enfermaria.
Patterson cochila enrolada envolta de sua barriga como se precisasse proteger os seus bebês de qualquer coisa que pudesse aparecer ali, seu rosto molhado e inchado indica que ela chorou até se cansar e dormir. Essa visão novamente parte o coração de Rich, pois ele sabe que o pobre peito daquela mulher carrega uma imensidão de traumas e medos. Respira fundo e encosta de leve na loira tentando não assustá-la.
— Patty Cakes? — Chama ele ainda esfregando a palma da mão direita em seu braço.
A loira um pouco desnorteada abre os olhos e os esfrega e respira fundo.
— Alguma notícia importante sobre a Zapata? — Pergunta ela soltando um longo bocejo.
— Sim, tudo indica que ela está viva e fugiu. Jane me notificou que o rastreador de Tasha tinha voltado a funcionar e a apontar no mapa. Eu vou entrar em contato com umas pessoas e vamos resgatar a sua esposa, ta bem? — Diz Rich tocando ternamente o rosto da loira que sorri genuinamente.
Patterson sente como se um elefante tivesse tirado a para de cima de seu peito. Mas ainda existe a possibilidade de Tasha não sobreviver, eles não fazem ideia do estado em que se encontra. Ela rapidamente se levanta tirando a agulha do braço que já está cheio de hematomas por precisar quase que constantemente de remédios na veia, lava seu rosto e fala:
— Temos muito trabalho pela frente!
O frio cortante parece congelar a alma de Natasha que anda sem rumo para longe do acidente no intuito de achar algum lugar para se esconder. O corpo inteiro da morena dói como se seus membros fossem cair a qualquer momento. Consegue ouvir o barulho de cães e de pessoas, ela não sabe se estão a sua procura ou se é o resgate indo em direção ao acidente. Um helicóptero passa rasgando os céus assustando Zapata que para se esconder corre em direção à uma pequena parte da floresta de coníferas que crescem em montanhas geladas. No meio do caminho a dor limita seus movimentos, fazendo com que tropece em seus próprios pés e role um pequeno barranco e só para quando bate em uma árvore.
A dor é tão forte que por alguns segundos Tasha não consegue enxergar e nem ouvir mais nada. A morena chora para não gritar e chamar a atenção. Mal consegue respirar e quando tenta se levantar, a dor impede que faça qualquer movimento, porém com muito custo se encosta em uma árvore para tentar se recuperar. Zapata tenta ficar o máximo de tempo possível acordada, então tira de seu bolso uma foto capturada com sua Polaroid de Patterson num encontro casual em um café. A loira estava tão linda nesse dia, usando um moletom azul enorme, seus cabelos dourados presos um rabo de cavalo bagunçado, usando seus óculos de leitura enquanto trabalhava distraidamente em alguma coisa que Tasha não se recorda.

 A loira estava tão linda nesse dia, usando um moletom azul enorme, seus cabelos dourados presos um rabo de cavalo bagunçado, usando seus óculos de leitura enquanto trabalhava distraidamente em alguma coisa que Tasha não se recorda

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— Eu vou voltar para casa amor, eu prometo... — Sussurra Zapata com muita dificuldade.
Ela sente algo quente subir pela sua garganta e logo um gosto metálico invade sua boca.
— Droga... — Murmura ao ver o sangue quando checa sua mão após tossir.
Já sem esperança, olha para o horizonte e vê os tímidos raios de sol iluminando o céu. Seu corpo dormente pelo frio não responde mais aos seus comandos e reclinando sua cabeça e a encostando no tronco da árvore, sucumbe ao cansaço, suspirando;
E então tudo fica negro.

*música de encerramento da série*

All The Things She SaidWhere stories live. Discover now