my barren land

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– Eu juro que se eu soubesse que você viria eu tinha marcado para outro dia – Inez fala andando com Betty na calçada.

– Tá tudo bem, eu que apareci sem avisar. – Betty fala, mas automaticamente muda o assunto para distrair sua mente da motivação do porquê estava no quarto de hóspedes de sua amiga – Então é um médico especializado só para saúde de mulheres?

– Sim, você deveria ter um, aliás – Inez responde – Eu aposto que, no futuro, todas as pessoas terão.

Betty solta uma risada leve. Embora ela não estivesse nem um pouco recuperada do que aconteceu com ela e James, sua melhor amiga estando lá para ajudá-la e animá-la era algo especial. Entrando no prédio do Hospital com uma sala de esperas enorme, uma que rapidamente lembrou de sua primeira ida à clínica de psicologia de New York e assinando os papéis que entregaria seu marido ao próprio pecado. Ela para e respira. Não poderia ter um momento de desconforto no meio de tanta gente, então corre para a recepção e pede para a secretária onde ficava o banheiro mais próximo, e se trancando lá dentro depois de alguns pares de segundos.

– Betty? Ei? – Inez falava enquanto batia na porta, mas Betty não ouvia, sua cabeça girava e seus lábios secos a impediam de falar algo – Tá tudo bem?

Betty tenta abrir sua boca para responder "sim", mas acaba se direcionando seu rosto na direção do vaso sanitário e vomita. Inez do outro lado da porta fez cara de preocupação e deu um aviso do outro lado da porta:

– Betty você não está bem, vamos pra casa agora!

– Não! Não, eu estou bem, eu... – Betty grita do banheiro, mas sua fala é interrompida por outra sensação de enjoo vindo – Olha, faça o que veio fazer que eu espero na sala de recepção.

Você pode ir na sala que eu estarei se precisar – Ela diz pegando o papel que a recepcionista a havia dado – Sala 22, nesse mesmo corredor. Fique bem amiga.

– Obrigado, Inez – Betty fala baixinho, mas sua amiga ouve. Quando Inez de afasta em rumo à sua consulta com a maior preocupação do mundo com Betty, a mesma usa o papel higiênico para limpar a tampa e se lembra da última viagem que ela e James fizeram para Ohio.

Era verão desta vez, eles beberam demais e James provavelmente tinha comido algo que lhe ofendeu o estômago por que ele vomitava de forma agressiva. Betty insistia para que ele aceitasse ir no médico quando James explodiu.

– EU ENTENDI COMO EU ESTOU PORRA! – Ele fala batendo na tampa da privada do hotel e ainda de costas, ele não vê que Betty se afastava com medo de ele tratar ela como aquela tampa. Ela ficou muda e suspirou de forma lenta sentando-se na cama quieta com medo de James gritar novamente.

Mas dessa vez, como se o passado de sua memória e o seu momento presente onde ela conseguia ver as coisas com mais clareza se encontrassem na memória. Sua mente a faz perceber algo que na época ela não tinha visto: uma pequena seringa vazia no bolso traseiro do seu marido que estava parado no vaso sanitário daquele banheiro, onde sua calça destacava a marca de algo no bolso traseiro. Imediatamente, ela se lembra de quando retornou à New York depois de ter passado o final de ano na Pensilvânia e viu James correr imediatamente para a porta de saída da casa para ajuda-la a pegar bagagens, mas por acidente, ele deixou cair de seu bolso uma agulha acoplada em uma seringa similar à anterior. Betty sabia que conhecia o objeto de algum lugar e andava desconfiando que James podia estar usando drogas ainda em seu casamento e o vômito dele na viagem à Ohio teria sido da sua primeira dose dessa droga.

Como uma reação de preocupação e impulso, ela puxa sua bolsa que estava jogada no chão desde que ela entrou no banheiro. Betty procura nos fundos dela na esperança de encontrar a seringa de James e matando sua curiosidade, ela acha o objeto. Desde que tinha pego, ela a guardou na esperança de um dia tentar saber sobre ou contar a James na resposta de uma explicação vinda dele, como o dia nunca chegou, Betty decidiu buscar respostas por si mesma. E que lugar não seria melhor para saber sobre se não um hospital em que ela se encontrava agora mesmo?

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