Eu Vou Temer a Luz.

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• A playlist está no meu perfil, para quem gosta de ler ouvindo algo, garanto que vão amar a trilha sonora.

• me perdoem a demora, mas o bloqueio criativo so foi embora ha alguns dias.

• dedico o capítulo à tkvante effylco Hayatstar obrigada por sempre me apoiarem em tudo que eu faço 😞❤️

• lembrando que os diálogos entre aspas é um momento onde a história pausa e volta para a cena inicial do prólogo, onde garçom e bebado estão conversando.

• boa leitura 🌙

[...]

— O amor? O amor, é um sentimento fulminante que corrói a alma e desintegra os órgãos, uma comoção avassaladora que retira toda a força dos ossos e nos deixa à mercê do acaso, nos torna vulneráveis.

O amor é lindo, colorido e doce, e para quem pode amar ele deixa marcas e sensações inexplicáveis na hipoderme.

Porém, o amor não atua como os filmes românticos, nem sempre nos transborda, na maioria das vezes, ele nos completa e cria uma dependência subversiva. Esse tipo de amor dói, machuca, arranca lágrimas e faz com que o nosso coração não se abra tão fácil novamente.

Porque, a dor de deixar ser livre, é muito mais suportável do que a de permanecer junto.

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"Ele chegou naquele verão, mascando um chiclete de melancia que só ficava bom manchando seus lábios; cantarolava alguma música do Raul, e tinha um gingado interessante. Ah, querida, eu soube no mesmo instante que ele seria minha ruína." — Escuridão

[ São Paulo, verão de 2017]

Enfim, a pior estação do ano.

Sol quente todos os dias, chuvas repentinas e devastadoras, aquela maldita aura clara, e feliz, e sorridente que o enlouquecia a todo momento e só fazia com que ele quisesse entrar em uma caverna para se esconder daquela luz perturbadora. O verão chegava, e com ele todas as lembranças ruins e momentos de desespero, o calor trazia consigo toda a angústia e levava o ar dos pulmões, culminando numa onda de sentimentos ruins lhe invadindo a cada contato mínimo com o sol.

Ela já estava acostumada — a Escuridão, pelo menos foi o que ela me disse, que a cada ano que se passava, o verão lhe afetava cada vez menos. Uma grande e mal contada mentira, se me permitem dizer. Ela ainda sofria, e muito. A sua pele coberta pelo moletom grosso, escondia marcas profundas que faziam questão de lembrá-lo de que o verão não era uma boa estação.

Theodoro, ou melhor, Tae. — Ele prefere ser chamado assim — Estava de cabeça baixa procurando alguma música em sua playlist surrada, já não aguentava mais as mesmas músicas e sempre se perguntava porque os artistas escreviam tantas letras endeusando o Sol aquele ser assombroso tsc.

"Não JotaQuest, não quero saber para onde você vai..." — ironizou em pensamento.

Continuou a rolar a tela trincada do seu celular, e sorriu largo quando Raul — o Seixas, surgiu diante de seus olhos, e quando estava prestes a imergir naquela metamorfose ambulante, uma voz muito mais convidativa preencheu seus tímpanos. Era uma voz doce, ingênua e hipnotizante, uma voz extremamente apaixonante. E ela se encontrava apenas há alguns passos de distância, foi inevitável a doce Escuridão não olhar com curiosidade para o homem ao seu lado. Era algo bem raro,Tae encontrar pessoas da sua idade que possuíam um gosto musical tão refinado quanto o dele — modéstia parte.

A Escuridão sentiu seu coração vacilar e suas pernas tremerem quando o dono da bela voz lhe olhou também. E porra... Que homem lindo! Ele foi puxado tipo um imã na geladeira, por aqueles olhos redondinhos e brilhantes, assemelhando-se a uma jabuticaba doce. Tae sentia que aquele calor intenso que emanava do homem ao seu lado conseguia decifrar seus maiores e mais sombrios medos, aquele olhar iluminava cada fresta de suas ruínas e aquilo era assustador. Assustadoramente bom.

Enquanto Houver Sol...Where stories live. Discover now