Não posso perder você também

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Cap quase não sai hoje pq tava sem ideia pro título🤡

Boa Leitura 💚🐦

“Você vai adorar a universidade, tem tantas coisas que eu quero te mostrar...” Roseanne falava animada olhando pela janela do Aston Martin DBX jet black.

Lalisa por outro lado, alternava em olhar para o rosto do motorista não indo com a cara dele, a cidade que parecia não ser muito movimentada e, assim que o carro estacionou, as pessoas que começaram a encara-las.

“Você não dirige?” Perguntou encucada ignorando a animação da menor para a volta as aulas.

“Não. Nunca precisei” Disse como se fosse a coisa mais normal do mundo. Lalisa suspirou anotando mentalmente que deveria ensina-la a dirigir. Roseanne precisava ser independente, de todos.

“Rosie! Finalmente!” Um garoto se aproximou abraçando a garota com tanta força que parecia que iria esmaga-la a qualquer momento. Lalisa não pôde evitar ficar incomodada com o grude do moreno com a sua garota.

“Junhee!” Exclamou na mesma animação que o garoto.

“Por que foi viajar no final do semestre?!” Repreendeu “Você não pode fazer isso Rosie! Perdeu muito conteúdo, como você passou?” Perguntou encucado.

“Fiz aulas a distância” Mentiu forçando um sorriso e olhando para Lalisa fazendo o mais velho perceber a presença da outra.

“Ah, quem é essa? Eu sou Junhee” Sorriu gentil estendendo a mão para que ela a apertasse. “Mas pode me chamar de Jun!”

“Lalisa...” Respondeu ao cumprimento incerta.

“June esta é a minha namorada” A Australiana decidiu confessar ao amigo.

“Uau” Foi só o que conseguiu dizer, estava surpreso “Você viaja com um pão e volta com a padaria” Sussurrou para a menina que gargalhou deixando a Capitã confusa. “Estou de olho em você hein... Lalisa” Tentou soar assustador apontando para seus olhos e para Lalisa em seguida, esta que achou graça da situação. Se ele soubesse com quem estava falando...

Junhee iria se despedir, mas o sinal tocou e ele decidiu por se juntar as duas meninas e ir para a sala de aula.

As amigas de Roseanne, Harper e Riley, apareceram em um dado momento sentando em dupla assim como as duas, Junhee, que geralmente sentava com Roseanne e revezava entre as garotas, agora sentava ao lado de um dos repetentes do semestre passado. Lalisa havia dito que não faria parte do revezamento, mas os quatro ainda pretendiam convence-la.

O professor de Imunologia falava sem parar enquanto escrevia no quadro em uma velocidade surpreendente para um homem na casa dos cinquenta. Ao ver que Lalisa estava mais preocupada em olhar ao redor do que em sua aula, o professor chamou sua atenção a direcionando um apagador no rosto. Em puro reflexo, a tailandesa segurou o objeto com sua mão não dominante e direcionou o olhar mais intimidador que tinha para o atirador de apagadores. Todos na sala se surpreenderam inclusive o atirador de apagadores que engoliu em seco com a encarada.

“Você” Assustado e surpreso o professor tentou continuar com sua pose firme “Por que não está copiando?” Engoliu em seco quando Lalisa levantou da cadeira indo em sua direção.

Roseanne tentou impedir a garota, mas recebeu seu silêncio em troca. A Capitã caminhou lentamente até a mesa do professor chamando a atenção de todos os alunos que antes estavam concentrados na aula.

“O senhor deixou cair” Foi educada deixando o apagador em cima da mesa de madeira ao lado de alguns livros, e voltou a se sentar.

“Se não começar a copiar temo que terei que te tirar da minha aula” Continuou fazendo-a revirar os olhos.

Ela nada respondeu, apenas sentou em sua cadeira e puxou o caderno de Roseanne para si. Esta que ainda estava no início da matéria.

“Você cópia muito devagar” Ditou uma vez que todos haviam parado de observa-la “Pra que tantas cores?” Perguntou encucada olhando para um lettering perfeito no caderno da mais velha, esta que apenas deu de ombros.

Lalisa então copiou a matéria para ela que não pareceu se importar muito, pelo contrário, havia adorado, pois agora poderia descansar, a noite havia sido agitada no dia anterior.

[...]

“Eu não vou tocar nessa coisa.” Lalisa ditou fazendo Roseanne rir e agradecer, nunca tinha tido um corpo aberto só para si, sempre tinha que dividir com alguém, estudar com sua namorada não estava sendo nada ruim.

“Esta coisa já esteve viva uma vez, e é bom você começar a colocar sua preciosa mão dentro do peito dele, ou pode sair da minha aula.” A professora exclamou atrás das duas fazendo a australiana segurar o riso. “Se na sua antiga faculdade não era assim, bem vinda a realidade.”

“Que seja.” Murmurou enfiando sua mão dentro da caixa torácica do cadáver.

“Desse jeito você mata ele.” A morena revirou os olhos irritada com a professora “Retire o coração.” E Lalisa fez, agarrou o coração morto e o puxou para cima com força antes que a professora pudesse terminar sua fala “Com cuidado!” A mais velha olhou para as duas furiosa e como castigo Lalisa teria que ficar até depois da aula.

“Eu não acredito que você ficou de castigo no seu primeiro dia.” Jisoo falava pelo telefone que estava no viva voz.

Lalisa fora obrigada a limpar todo o laboratório, tinha muito sangue no chão, mas ela não se importava, quando era cadete tinha que limpar a ESSE toda com sua equipe até que estivesse brilhando literalmente.

“Cala a boca.” Resmungou.

“Onde está Roseanne?” Indagou enquanto Lalisa jogava mais órgãos de animais mortos na lixeira especial.

“Saiu com uns amigos.” Deu de ombros vendo Jisoo cerrar os olhos pela câmera do celular.

“E você deixou numa boa?” Pareceu surpresa.

“Claro que não! Mas ela foi do mesmo jeito.” Respondeu emburrada, não queria lembrar daquilo agora. “Ela é uma teimosa! Nunca me escuta. E depois chora quando o pior acontece.” Bufou jogando o lixo com mais força acabando por derrubar a lixeira “Inferno!”

“Relaxa, nada vai acontecer com ela.”

“Claro se acontecer não é você que vai ter que ir resgata-la.” Jisoo revirou os olhos.

“Já acabou de limpar?”

“Ainda tenho mais três salas.” Bufou pegando uma cadeira e sentando para olhar para o celular “Estou esperando o diretor chegar pra ele me liberar, mas enquanto isso tem uma segurança na porta que não quer me deixar sair.” Revirou os olhos se referindo a professora que fez questão de ficar de prontidão.

“Passa por cima dela. Você com certeza é mais forte.”

“Não quero causar problema, ninguém pode saber quem eu sou aqui, ninguém.” Jisoo tentou pensar em uma saída, mas só conseguia pensar em fugir pela janela, era o que fazia quando estudava.

“Manoban.” A professora entrou na sala “Por que parou de limpar?” Se aproximou perigosamente da mais nova.

“É...” Titubeou sem saber o que falar. A professora não era velha, parecia ter seus trinta anos, ela se insinuava estranhamente para a Capitã que não estava gostando nada daquilo “Quando você vai me liberar?”

“A gente pode negociar.” Se afastou rodando pela sala para conferir se estava tudo limpo, Jisoo só observava a cena.

“Negociar?” Lalisa achava que não tinha entendido, mas tinha muito bem.

“Não seja tola.”

“Eu acho melhor você ir embora então.” Sua voz soou fria como de costume desta vez mudando seu personagem voltando para a Lalisa da realidade.

Havia combinado com Roseanne que tentaria ser o mais maleável possível, sem olhares intimidadores ou ameaças em silêncio. Mas naquela situação era impossível fingir ser a estudante legal que ela não era.

“O que está acontecendo aqui?” O diretor, o único que sabia o que Lalisa estava fazendo ali, apareceu na porta. Finalmente, ela pensou.

“É... É-“ A professora gaguejou fazendo a Capitã sorrir vitoriosa “Estava analisando se nossa estudante fez um bom trabalho no castigo.”

“Castigo? Não quero você colocando Lalisa de castigo! É uma ordem.”

Ela havia gostado do cara, o homem alto, careca e de pele escura se mostrava como o chefe da matilha para a professora, mas Lalisa sentia o medo que o corria, não medo da professora, mas medo dela, do que ela faria com ele por ter ficado presa durante duas horas naquele maldito prédio e pela filha do primeiro ministro estar andando sozinha por aí.

“Mas-“

“Sem mas, vá para minha sala agora!” Com a cabeça baixa a professora subiu as escadas deixando os dois a sós. “Me des-“ Começou, mas Lalisa o cortou.

“Não. Esta professora da em cima de alunos, vai saber quantos, sugiro que a demita, se não eu terei que me meter.” Lalisa não queria ter essa dor de cabeça, mas sabia que o diretor tiraria a mulher dali o mais rápido possível.

Ele não sabia quem ela era, mas sabia que o governo a colocara ali, e ela devia ser protegida de qualquer forma de punição não podendo sair de perto de Roseanne.

Quando o homem foi embora Lalisa suspirou pegando seu celular olhando para uma Jisoo chocada.

“Que cretina!” Falou da professora.

“Eu te disse.” Continuou seu caminhar até lembrar do mais importante “Jisoo eu não tenho um carro.” Nunca pensou que fosse dizer essa palavra, Lalisa ia de carro para todos os lugares, sem exceções. Estar sem carro era como estar sem pernas.

“Amor, tá falando com quem?” Ouviram a voz de Jennie.

“Lisa.”

“Lisa?” A morena apareceu na câmera “Lisa! Como você está?”

“Bem.” Foi curta fazendo a Kim mais nova bufar.

“Por que está com essa cara?”

“Não tenho um carro.” Bufou.

“Pega o de alguém.” E como se uma luz tivesse se acendido na cabeça da Capitã, ela correu para dentro da faculdade o mais rápido que pode.

“Tenho que ir.” Ditou quase desligando.

“De nada!” Ouviu Jennie exclamar antes da ligação acabar.

[...]

O Mazda 3 vermelho, andava a 80Km/h superando cada vez mais sua velocidade, Lalisa tinha um rastreador no celular da australiana e como ela não atendia o celular, foi obrigada a ativa-lo.

A caixa postal fez Lalisa ficar mais preocupada, tudo podia estar acontecendo, por que Roseanne não atendia a merda do celular?

O carro era do diretor, depois de muita chantagem e manipulação, Lalisa havia conseguido pegar o carro.

Seguindo o GPS ela havia parado na garagem de um shopping, Roseanne devia estar no andar de cima já que estava no subsolo.

A Capitã saiu do carro e correu pelo shopping que nunca havia visto na vida, a cada passo que dava eram mais grupos de pessoas que ela deveria desviar. Estava se irritando.

Subiu um, dois, três até chegar no quarto andar onde só havia um cinema, Roseanne estava parada há alguns minutos então ela só podia estar lá. Mas em qual sala?

Sem se importar com a segurança e todo procedimento formal em que ela deveria comprar um ingresso, Lisa apenas seguiu o rastreador entrando na sala até ser parada por um segurança.

“Aonde pensa que vai?” O homem engravatado ditou debochado.

Sem tirar os olhos do rastreador, Lalisa puxou seu distintivo do bolso e o elevou a altura dos olhos do mais alto para que ele a deixasse em paz. E ele deixou, ela entrou na sala de cinema não se importando com as pessoas que assistiam ao filme. Muitos reclamavam pois ela estava na frente do telão, mas Lalisa nem ao menos se importava, tinha coisas mais importantes.

“Achei você.” Murmurou vendo que seu GPS indicava que estavam a dois metros de distância, foi só olhar para frente que pode ver Roseanne fingindo se esconder colocando um balde de pipoca na cara.

A Capitã achou graça e foi em sua direção já com o discurso pronto, e ela discursou como sempre fazia, disse que Roseanne estava correndo perigo e não podia sair sozinha por aí. A outra revirou os olhos entediada com o mesmo discurso de sempre.

“Quem está com você?” Perguntou por fim.

“Um garoto.” Respondeu indiferente fazendo Lalisa arquear a sobrancelha, um garoto? Um incomodo se instaurou em seus pensamentos acabando com sua paz inexistente.

“Um garoto?” Repetiu.

“É Lisa um garoto.”

“Que garoto, Roseanne?” Se irritou a fuzilando com os olhos o que fez a mais velha rir. Ela a olhou risonha para então proferir.

“Está com ciúme?” Colocou o balde de pipoca em seu colo.

“Ciúme?!” Exclamou um pouco alto fazendo o homem atrás delas se irritar.

“Fala baixo aí eu quero ver o filme.” Lalisa decidiu ignora-lo.

“Não me teste!” Rugiu vendo a outra apenas dar de ombros “Roseanne!”

“Ei! Eu estava aí.” O garoto que estava com Roseanne ditou, ele havia voltado do banheiro.

“Você que está com ela?” Ele assentiu fazendo-a respirar aliviada. “Vamos logo embora.” Tentou puxar o braço da australiana, mas ela impediu.

“Não vou sair daqui.”

“Você vai sim.” Ordenou se levantando.

“Ei você tá na minha frente!” O homem da poltrona de trás soou novamente irritando-a.

“Agora.” Tentou mais uma vez.

“Não.”

“Eu vou te carregar.” Chaeyoung a olhou surpresa, mas não desistiu de sua razão continuando no mesmo lugar e pegando um pouco mais de pipoca.

“Da pra você ir embora logo? Eu quero ver o filme!” O homem da poltrona de trás foi rude, desta vez com Roseanne fazendo Lalisa ficar três vezes mais furiosa.

Sem pensar duas vezes ela tomou o balde de pipoca que a mais velha segurava, colocou um pé em sua poltrona e se inclinou para frente despejando todo o conteúdo do balde na cabeça do rapaz e enfiando o balde em sua cabeça tão forte que demoraria para conseguir tirar novamente. Mesmo com todos desviando a atenção do filme para elas, Lalisa não se importou em levantar sua namorada e colocá-la no ombro segurando suas pernas e a carregando para fora da sala.

“Tchau Jun!” A australiana se despediu risonha ao ver Lalisa furiosa batendo o pé para fora do shopping. Mas ela ainda estava brava por não poder nem ao menos ver um filme com seu amigo.

[...]

“Você vai ficar calada a viagem inteira?” A morena perguntou enquanto dirigia o Aston Martim.

“Quer mesmo que eu fale?” Agora Roseanne estava mais irritada do que antes depois dos acontecimentos pós cinema. Lalisa não respondeu a pergunta se arrependendo de ter começado a falar, mas a australiana continuou, era sua vez de falar agora. “Você entra igual uma louca no cinema, joga meu balde de pipoca na cabeça de um cara aleatório, me carrega pra fora do shopping, esbarra numa criança que derruba o sorvete dela na minha calça!”

“Ei eu pedi desculpa!” Tentou se defender, mas só piorou as coisas.

“Eu ainda não terminei de falar! Depois do vexame no shopping, que agora eu pretendo nunca mais voltar, você ainda coloca o meu motorista no banco de trás só pra dirigir! Você precisa entender que nem sempre vai ter o controle das coisas e eu não sou a droga da sua missão!” Finalizou furiosamente batendo no porta luvas e cruzando os braços.

Lalisa poderia retrucar dizendo que fazia isso para o bem dela, mas, além do medo que estava de sua namorada brava, a cara assustada do motorista no banco de trás a fez mudar de ideia, elas não deveriam ter aquela discussão ali.

Quando chegaram na mansão Park, Roseanne foi a primeira a sair do carro indo diretamente para seu quarto, Lalisa suspirou saindo logo em seguida e o motorista assumiu o volante para estacionar o DBX.

“Lisa! Por que demoraram tanto?” A matriarca veio em sua direção enroscando seu braço com o da morena.

“Roseanne gosta de passear.” Bufou irritada só de lembrar do acontecido.

“Ah sim, ela não é de ficar em casa.” Falou risonha não percebendo o problema dessa personalidade para Lalisa. “Mas não se preocupe ela conhece todos dessa cidade.” Sorriu tentando acalma-la, mas foi em vão. “Oh Alice! Olha quem chegou!”

“Ah Lisa nós estávamos esperando você.” A irmã mais velha também enroscou seu braço, desta vez o direito, agora Lalisa tinha duas Parks ao seu lado a bajulando, menos a que ela queria.

“Me esperando?” Perguntou mesmo não estando interessada, precisava ser amigável.

“Sim, o aniversário de Alice está chegando, queremos fazer uma festa.” E como se uma luz tivesse se acendido, a Capitã Manoban havia sido ativada.

Não podia ter festa. Festa significa gente, gente significa distração e distração significa perigo. Ela não podia correr perigo, qualquer risco deveria ser cortado pela raiz. Lalisa estava ferrada.

Ficou por uma hora ouvindo e absorvendo detalhes de como seria a festa, Lalisa ficaria encarregada da segurança, elas só não sabiam disso. Nem poderiam.

Quando finalmente conseguiu ir para seu quarto, não viu sua namorada por lá, decidiu não perturba-la por enquanto, ao invés disso precisava se concentrar na missão. Como proteger os Parks sem que os Parks saibam que estão sob proteção.

“Coronel.” Falou para o computador ligado em uma chamada de vídeo enquanto prendia seu cabelo num coque mal feito.

“Lisa! Como você está?” Tentou puxar uma conversa amigável, mas não era isso que a Capitã queria agora.

“Sem tempo para conversas. Os Park pretendem dar uma festa.” Foi direta surpreendendo o mais velho.

“Eles não podem! O ministro sabe disto.”

“Bom pelo visto ele não se importa, escute Coronel, eu tenho notado movimentos estranhos por aqui, tem algo acontecendo e eu tenho certeza que vai ser nessa festa.” Profetizou olhando pela janela vendo os mesmo seguranças de sempre.

“O que você acha que é?”

“Não tenho certeza ainda, mas vou monitorar o lugar.”

“Tudo bem, o que você precisa.” Lalisa sorriu subitamente feliz por ele confiar tanto assim apenas na palavra dela.

“Soldados, um grupo pequeno deve ser de grande ajuda, preciso de soldados disfarçados aqui dentro no dia da festa e soldados esperando o pior fora dela, principalmente naquela floresta.”

“Na floresta? Lisa nós não podemos entrar lá, só falando com o ministro.”

“Não! Essa missão precisa ser sigilosa até mesmo pra ele.” Foi firme.

“Você não confia nele, não é?”

“Não confio em ninguém por aqui exceto Roseanne.” Seu olhar oscilava entre os seguranças e o notebook até ver a australiana entrar na piscina e focar seu olhar nela.

“Acho que consigo isso e.” Lalisa não prestava atenção no que ele dizia, seu foco havia mudado apenas para ela, que nadava majestosamente como se soubesse que estava hipnotizando-a. “Capitã?” Chamou fazendo-a voltar para a ligação.

“Sim Coronel.”

“Acho que está distraída.”

“O que? Claro que não.” Espiou a janela para vê-la novamente fazendo-o rir.

“Sua alma definitivamente está naquela garota.”

“O que?”

“Pode ir ficar com ela, resolvemos isso depois.” Lalisa titubeou incerta se deveria deixar pra depois, mas quando o Coronel foi mais rápido desligando a ligação ela não teve outra opção a não ser descer e ir para a piscina.

Quando pisou na área, estranhou os soldados terem sumido, mas presumiu que Roseanne havia os mandando ir embora. Ela então puxou sua calça, tirou seus sapatos e mergulhou seus pés na água gelada sentando na borda.

“Pensei que a água fosse aquecida.” Brincou não recebendo resposta da mais velha. “Ainda está brava comigo?” Ignorada novamente. “Vai ficar resfriada.” Suspirando ao ver que sua namorada não falaria, tirou sua calça e sua blusa e pulou sem pensar duas vezes na água gelada.

Roseanne estava virada para o lado oposto, ouviu o barulho do mergulho, mas não notou quando Lalisa a abraçou por trás.

“Me desculpa.” Pediu manhosa com a boca colada em seu ombro, fazendo a australiana sorrir. “Só estava tentando te” ia começar com o mesmo discurso de sempre, mas decidiu muda-lo. “Eu fiz o que foi me ensinado desde pequena.” Roseanne se interessou pelo novo script se virando para olha-la, se surpreendendo com seu cabelo preso. Ela ficava linda com ele assim. “Fui ensinada a impor minha vontades, e a proteger a qualquer custo as pessoas que eu amo. Então quando você saí por aí sem mim e não atende o telefone, eu sempre vou me preocupar. E eu não faço isso porque você faz parte da minha missão. Faço porque eu amo você, e não quero te perder. Nunca” Sussurou a última palavra.

"Oh meu amor... Você não vai me perder." Tentou consola-la.

"Não, eu já perdi muitas pessoas. Não posso perder você também."

Mal notou quando sua voz falhou, ela não costumava se declarar assim, expor seus sentimentos ou até mesmo pedir desculpas sinceras. Mas sentia que devia isso a sua companheira, e que podia contar tudo a ela. Quando voltou para a realidade estava com a cabeça fincada no pescoço mais cheiroso que já havia abraçado na vida.

Ficou ali por um bom tempo apenas aproveitando as carícias que sua australiana fazia em suas costas e em seu rosto. As palavras tão doces que saiam de sua boca faziam a tailandesa querer se entregar ali mesmo, desabafar tudo que a deixava tão mal, mas ela preferiu ficar em silêncio aquela noite, apenas aproveitando sua companhia.

Em um dado momento, a piscina fez um barulho estranho trazendo as duas para a realidade, alguém havia ligado o aquecedor. Esse alguém estava no vidro esperando elas olharem em sua direção para dizer.

“Transem bastante! Vou fechar as cortinas.” Alice exclamou animada fazendo as duas rirem.

Talvez ficar ali por mais duas horas não fosse algo ruim.

👀

Como estamos?


Only One 💫 Chaelisa 🔫Where stories live. Discover now