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Cadê minhas choronas favoritas? 👀

Gente, peço que leiam esse capítulo com atenção, pois além dele ter ficado muito grande, tem várias narrações diferentes e não está dividido por "narrações" como de costume, mas sim, por dias.

Boa leitura, se deliciem! 💖

✍🏽

Depois que recebeu alta hospitalar, Catarina foi pra casa, pro seu canto. Com um vazio no corpo e na alma que ela nunca tinha sentido antes e nem imaginava que era possível sentir...

Não conseguia trocar palavras com ninguém, sua voz não saia, a dor era maior e a calava. Acompanhada dos seus pais, do namorado e do irmão, em um silêncio palpável que invadia o carro.

Ninguém tinha coragem de dizer nada, mesmo cada um ali compartilhando a dor de um jeito diferente, as palavras faltavam e perdiam pro silêncio.

- Vem deitar um pouco.

Gustavo falou pegando na mão da namorada e indo com ela até o quarto, ainda andava com dificuldade, devido ao acidente teve que engessar a perna e também os procedimentos do aborto calsavam muito desconforto.

Com a ajuda do Gustavo ela deitou na cama, se aconchegando nas cobertas e chorando o que ainda tinha pra chorar.

Ele ficou ali, deitado com ela, dando o carinho que por ele, curaria tudo, mas sabia que não funcionava assim...

2º dia.

O dia anterior foi muito difícil, tínhamos ido ao cemitério, enterrar o nosso filho. Acredito que se eu repassar tudo que eu já imaginei passar na minha vida!

Eu nunca me imaginaria vivendo o que eu vivi quando vi o caixão, tão pequeno, mais pra um caixote, do meu filho descendo naquele buraco de terra e tendo toda aquela areia jogada por cima.

Ali acabou, acabou a ideia de ser pai, acabou a ideia de que minha família estava começando a se formar, acabou o sonho, os planos, a responsabilidade, tudo estava indo embora com o meu filho.

Fiquei ali, observando as pessoas trabalhando em terminar de tampar tudo, vendo ela de joelhos naquele chão, sabendo que eu nunca iria poder achar respostas ou solução pro que ela estava sentindo.

- Vamos. - a segurei pelos braços, a ajudando a levantar. - Vamos pra casa, vamos sair daqui. - enrolei meu braço no dela, andando até o carro. -

Como eu já esperava, ela não me respondeu nada, apenas fez o que eu estava falando pra ela fazer e foi caminhando devagar até o carro.

A família dela ainda estava toda aqui, praticamente todo mundo tava na casa da Catarina.

A levei pro quarto, tirando suas roupas e a ajudando a tomar banho, ela permanecia calada enquanto chorava baixo, a sequei e a ajudei a se vestir, deixei que ela descansasse um pouco, porque eu também precisava descansar ou comer alguma coisa.

- Vocês estão precisando de alguma coisa? - perguntei aos pais da Catarina que estavam na sala, conversando com os meus pais. -

- Não, querido. Está tudo bem! - a mãe dela me respondeu. -

- Ela já dormiu? - meu sogro perguntou com aquela voz toda carregada de sotaque. -

- Já, ainda a pouco.

- Você quer que eu faça alguma coisa pra você comer, meu filho? - minha mãe perguntou já vindo na minha direção. -

- Não. Tô tranquilo. - alisei seu ombro e fui até a área da piscina, sentir pelo menos um pouco de vento na minha cara. -

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