songs and stories.

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NARRADOR

"Como isso aconteceu? O que você fez?" Ell disparou.

"Há dois anos, eu levantei da cama um dia, em Kent, e resolvi que ia ligar o foda-se para minha vida na Inglaterra. Então eu entrei em um avião e vim. Acabei não organizando todos os documentos. Arrumei um emprego num bar enquanto procurava algo melhor, em administração. Quando estava quase desistindo e admitindo minha derrota ao meu pai, achei meu emprego dos sonhos. E esqueci disso."

"Mas o governo lembrou..." Ela acrescentou, fazendo-o concordar com a cabeça. "Eu... sinto muito! Não há nada que você possa...?"

"Eu posso voltar em um ano." o garoto falou. "Mas eu não queria... ir embora! Isso é ridículo! Eu pago a merda das minhas contas! Agora vou ter que voltar como a porra de um derrotado para lá, depois de mais de dois anos aqui! Minha vida é aqui agora..." ele parou e a encarou, confuso. "Garota estranha do bar!" disse, e os dois riram. "Caralho, não acredito que eu não sei nem seu nome e estou falando todo esse tipo de coisa!"

Ela riu, e Dempsey adorou aquele sorriso.

"Talvez seja por isso que está tão fácil desabafar. É muito difícil assumir suas falhas para aqueles que você conhece..." ela estendeu a mão. "Ellen Pompeo, prazer."

Dessa vez Patrick quem sorriu.

"Patrick Dempsey." disse, ao segurar a mão pequena e fria da garota com a sua.

"Eu só tenho uma coisa a adicionar, antes que a gente decida quem está mais fodido nessa vida." Ell colocou a mão na boca, como se o palavrão fosse proibido, e os dois gargalharam.

"Pensei que eu já tivesse ganhado." Dempsey riu.

"Não tão fácil, queridinho." Ellen sorriu. "Ele me jogou pra fora do apartamento que a gente dividia há dois anos. Você está conversando com uma sem teto. Uma sem teto que veste Prada, mas..." ela riu.

"Ah, mas vocês podem dividir a grana do apartamento, não?"

"Eu morava no apartamento dele." disse, séria.

Depois os dois gargalharam.

"Puta que pariu." Patrick disse, parando de rir. "Agora eu entendo aquele ditado: a desgraça sempre procura companhia!"

Ell gargalhou, tomando seu drink.

"Um brinde a nós, dois perdidos nesse mundo, fodidos e sem rumo." a menina disse, e eles riram, antes de brindarem novamente.

"Quantos desses pequeninos eu já virei?" Ell debruçou no balcão, virando um copinho de tequila de ponta cabeça, e rindo.

Patrick riu da cena.

"Um milhão? Dois?" ele bateu a mão no balcão, chamando o barman.

"Então, continua a história..." Ell disse, com a voz arrastada.

"Qual?" Dempsey fez uma careta engraçada, e os dois riram mais que o normal. "Ah, sim, da secretária que eu comi..." ele parou e encarou o olhar felino da menina em sua frente. "Digo, da secretária com quem eu "fiz amor" no banheiro da sala da presidente da empresa."

Ell gargalhou.

"Sexo, Patrick. Sexo está bom."

"Beleza, na sua casa ou na minha?" ele perguntou, lançando-lhe um olhar galante.

"EU NÃO TENHO CASA!" Ell disparou, já morrendo de rir.

"Ok, eu não tenho móveis... Sexo na caixa de papelão que sobrou no meu apartamento?"

HORAS DEPOIS

Patrick e Ellen estavam conversando por duas horas sobre assuntos banais, enquanto acabavam com todo o estoque de bebidas do bar. Além de lamentarem suas vidas destruídas naquele dia, estavam rindo de tudo e de todos, totalmente alterados pelo álcool. Quem os via ali, juntos, julgaria que com certeza eram grandes amigos, há muito tempo. Não era bem o caso. Nenhum dos dois tinha parado para julgar esse relacionamento estranho e repentino.

Mas uma coisa era fato: Há pelo menos meia hora, Patrick esquecera que seria deportado, enquanto Ell contava algo engraçadíssimo que envolvia touro mecânico, alemães e seu ex namorado. Ele adorava o jeito que ela gesticulava e o sorriso malicioso que dava sempre.

Ellen, por sua vez, já há quarenta minutos estava mais interessada em rir e definhar na tequila, enquanto ouvia a voz sexy dele, que tinha braços muito interessantes e que estava a fazendo rir quando pensou que ninguém conseguiria.

Não tinham conseguido decidir quem vencera a aposta.

"Quero música!" Ell deu um pulo da cadeira, se desequilibrando um pouco. Patrick a segurou pela cintura, e ela sorriu.

"Está tocando música." Ele a olhou como se ela fosse retardada, e então Ell riu.

"Quero algo mais apropriado para meu momento, com licença?" disse, tropeçando nos próprios pés até a Jukebox que ficava próxima à porta.

Patrick rolou os olhos, caminhando atrás dela.

"Sério mesmo? Música de corno?" ele gargalhou do tapa que ela deu. "Outch!"

MULTIPLE ORGASMS | dempeo - concluída Where stories live. Discover now