17/04

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Oiee! Só queria agradecer a quem votou e comentou na história!! Muito obrigada, de verdade. Dedico este capítulo a vocês ❤️

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17/04 - Ele

Amo Nova York não só porque é onde nasci e onde minha família e amigos mais próximos moram, mas também porque é um dos poucos lugares no mundo onde ninguém está nem aí para mim. Nesta cidade sou mais um cara de vinte e poucos anos andando pela rua, pegando o transporte público, trabalhando, cuidando da própria vida. É estranhamente libertador estar no meio da multidão e não ser a causa dela.

Uma das primeiras coisas que faço assim que chego aqui (além de beijar o asfalto, eu brinco com meus amigos) é ir ao East Village comprar os melhores bagels de toda a Nova York. Venho há tantos anos no Tommy's que, antes mesmo de me tornar Uma Pessoa Conhecida, os funcionários já me chamavam pelo nome.

Abaixo a música que está tocando no meu celular ("Feel Good Inc", um clássico do Gorillaz), e os meus headphones pretos se tornam apenas um acessório no meu não-estilo pessoal.

— E aí, Thi? Como vai? — os atendentes me cumprimentam. — O de sempre?

— E aí? Tudo ótimo, obrigado por perguntarem. — Eu abro um sorriso. — O de sempre, por favor.

Eles começam a preparar o meu pedido: cinco bagels, cada um com um recheio diferente, e um chá preto para viagem. Olho para as horas no meu celular. Hoje será um dia produtivo. Terei tempo de dar uma passada no escritório do meu agente, almoçar com a minha avó, tomar uma cerveja com Nick e ainda visitar o Tom. Caralho, como é bom estar em casa.

Eu pago o valor total no caixa e saio do Tommy's com um pacote de bagels fresquinhos e chá gelado. Clico na próxima música e agora está tocando "That Girl", do Kid Cudi. Enquanto caminho em direção ao metrô, aprecio as ruas, os passantes, os prédios, a vida ao meu redor, borbulhando, pulsando junto com o meu coração. Preciso aproveitar os poucos dias em Nova York antes das inevitáveis viagens a trabalho até Los Angeles ou algum lugar da Europa. Preciso aproveitar minha família, meus amigos, meu apartamento, antes de voltar a morar em suítes de hotéis e conversar com estranhos sobre roteiros e filmes e contratos e cronogramas.

O metrô leva menos tempo do que eu esperava, e logo chego à Sétima Avenida, onde Bruno trabalha. Adentro o edifício, pego o elevador, aperto o botão do sétimo andar, e em questão de segundos as portas se abrem para o longo e impessoal corredor, cheio de portas de diferentes empresas. Fico de frente para a porta 888 e aperto a campainha.

i will escape death for youOnde histórias criam vida. Descubra agora