five

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PATRICK DEMPSEY,
point of view

— Ele te batia?

— Sim, quando ele viu que as palavras não me machucavam mais, ele decidiu partir pra algo permanente. Só que dessa vez, eu não deixei ele ganhar. Eu comecei a levar um jeito de vida mais saudável, entrei pra academia, até fiz umas aulas de defesa pessoal pra da próxima vez que ele decidisse descontar as frustrações dele em mim, eu tivesse como me defender. Eu não fiz só por ele, eu fiz por mim também.

— E sua mãe?

— Ele nunca encostou um dedo nela, ele realmente a ama. O problema dele sempre foi comigo, só comigo. – eu não tinha percebido, mas a mão de Ellen estava nas minhas costas, fazendo movimentos repetitivos pra me acalmar. Eu realmente não sabia como ela fazia, mas eu já sentia uma calma dentro do peito mesmo falando de um assunto do qual eu decidia evitar.

— Eu sinto muito, meu querido.

— Está tudo bem, Lila, nem todo mundo aprende a amar os filhos dos jeitos que eles são. – Ela olhou pra Ellen, que abaixou a cabeça, se escondendo atrás do seu boné. De repente, Ellen se levantou e foi em direção à porta, falando antes de sair:

— Estou esperando vocês no carro. – olhei confuso para Lila, que apenas eu de ombros.

— Vamos, Patrick, nós não queremos pegar o supermercado lotado.

Ellen foi o caminho inteiro calada e escondida debaixo do seu boné, eu tentei puxar assunto com ela, que apenas sorriu em resposta. Olhei pra Lila, tentando conseguir alguma informação dela, mas ela apenas sorriu fraco.

Quando chegamos no supermercado, Ellen desceu do carro e depois ajudou sua avó a fazer o mesmo. Andamos lado a lado até os carrinhos e, quando chegamos lá, Lila anunciou que ia na frente enquanto eu e Ellen ficamos pra trás.

— Então, vai me dizer por que você ficou triste do nada? – perguntei logo quando entramos no supermercado.

— Eu não estou triste.

— Às vezes eu acho que você esquece que eu te conheço tão bem quanto você me conhece. – comecei a encará-la esperando que ela falasse. Ellen olhou pra mim algumas vezes antes de me dar um empurrão.

— Por que você só não ignora?

— Porque eu não consigo.

— Não é nada, é só que... Ai meu saco! – Ellen grunhiu. – Me mata!

— O quê?

— Essas garotas ali. – ela apontou para umas garotas que estavam no final do corredor que estávamos prestes a entrar. – Pegavam no meu pé durante o colégio. – ela me puxou para o próximo corredor. – Vamos procurar minha avó pra ver se ela precisa da nossa ajuda.

— Pegavam no seu pé? Como? Você não deixa ninguém sair por cima.

— Por isso mesmo, por sempre "não deixar barato", elas se vingaram.

— Se vingaram?

— É. Me deixaram trancada do lado de fora da escola em um dia de chuva, me fazendo perder um debate pra uma bolsa pra estudar Irlanda.

— Eu não acredito.

— E tudo isso porque eu namorava a estrela do colégio. – ela cruzou os braços – Na época, eu chorei tanto e não apareci na escola por dias. Aaron descobriu tudo e contou pra diretora, mas ela já não podia fazer mais nada, então eu fiz o que eu sei fazer de melhor: usei a minha determinação e botei esse bando de desmioladas no lugar delas. Se não pode vencê-las, junte-se a elas e transforme suas vidas em um inferno.

CHRISTMAS WITH MY BOSS | dempeo - concluídaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora