VIII ─ Documentos.

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CAROLINE HARRISPrincesa do Reino de Saphir

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CAROLINE HARRIS
Princesa do Reino de Saphir

"Sua mãe é uma ladra!"
"Você está defendendo o lado errado, princesa."
"Pergunte a ela sobre os impostos abusivos e sobre o trabalho escravo nas minas!"

Palavras rasas e vazias rodando em minha cabeça, amaldiçoando o meu sono. Pensar demais está me matando e eu não posso evitar. Não posso evitar duvidar de minha mãe, nem de me fazer incontáveis perguntas mesmo sabendo que não tenho a resposta para nenhuma delas. Não posso evitar me torturar.

E eu tenho a plena consciência que minha mente inquieta só terá paz novamente quando eu tirar tudo isto a limpo. E é por isso que estou, nesse exato momento, com a chave do escritório em mãos.

Minha mãe ficará fora hoje por bastante tempo para uma de suas frequentes reuniões da alta sociedade. Eu tenho um escritório inteiro para explorar.

Tranco a porta por dentro para que eu não seja vista e tenha mais privacidade. Examino de cima a baixo as enormes estantes, lotadas de livros, documentos e objetos de decoração. Eu não faço ideia de por onde começar.

O cômodo é relativamente pequeno, mas seu pé-direito é altíssimo. Qualquer segredo pode estar escondido na primeira prateleira, na terceira ou talvez na vigésima, e subir na escada para bisbilhotar este amontoado de papéis levaria meses.

Mas, afinal, que escolha eu tenho?
Desistir dessa estúpida ideia e esquecer aquele maldito acaso de três noites atrás?
Jamais.

Passo a ponta dos dedos por uma das prateleiras e meus olhos frenéticos se movimentam rapidamente para ler o máximo possível de palavras em menos tempo. Não entendo porque minha mãe tem tantos livros, quase nunca a vejo com um nas mãos.

Continuo caminhando e analisando o que está ao meu alcance. Olhando com atenção e cuidado.

Ai!, exclamei ao tropeçar. Uma leve dor se instala no meu pé direito.

Olho mais atentamente e vejo que há uma diferença de altura nas pedras do chão. Volto a olhar as prateleiras e estas não parecem tão diferentes quanto as outras que verifiquei antes. Exceto por uma fresta, quase imperceptível na parede.

Inclino a cabeça para frente e estreito os olhos, a fim de encontrar qualquer coisa escondida entre os pedaços de madeira. Não havia nada, mas eu ainda não estava satisfeita, então continuei a procurar. Meus dedos passeavam freneticamente por aquelas prateleiras quando inesperadamente minhas mãos empurraram uma parte inteira da parede para trás. Uma luz erradiou pela fresta que se formou.

Ninguém acreditaria em mim se eu dissesse que acabara de encontrar um cômodo secreto dentro do escritório de minha mãe.

Meu Deus, sussurrei incrédula.

Pousei minhas mãos sobre a parte da parede que agora estava alguns centímetros fora do lugar e a empurrei mais um pouco. A fresta cresceu e já era possível passar todo o meu corpo pelo espaço. Assim o fiz.

Um cômodo inteiro que eu nunca havia visto. Caminho pelo lugar. Não era tão grande, na verdade, um pouco sufocante. Baús, totalmente preenchidos de moedas de ouro, empilhados nos cantos. E mais algumas prateleiras cheias de papéis e aparentemente a maioria estava escrita em latim.

Tractatus — o mesmo que "negociações" em latim —, dizia na capa de uma pasta.

Tiro o amontoado de folhas de dentro da pasta e passo uma por uma. Um mapa da Europa, outro da África ocidental, algumas rotas de navios, cartas e muitos documentos.

Hoc documentum confirmat solutionem a Saphir Coronam in commutationem pro XXX servis, originaliter ab Algeria septentrionali — leio em um documento. Agora eu estava me arrependendo de não ter me dedicado o suficiente nas aulas de Latim.

— Este documento confirma o pagamento da Coroa de Saphir em... — Leio em voz alta e tento me lembrar da tradução do resto da frase. — Em troca de... 30 escravos originários da Argélia.

E lá estava eu petrificada, incrédula com o que acabara de ler.

Não é possível, pensei.

"Comunica-se a execução de dois escravos por tentativa de fuga e de outros três por furto de pedras nas minas" — traduzi outra folha.

Pego outra pasta que tinha escrito "Receita" na capa.

"A cobrança de imposto dentro e nos arredores do Reino geraram uma receita de seis mil moedas nos últimos trinta dias, além da prisão de 134 devedores".

Coloco tudo de volta na prateleira ainda desacreditada. Tudo o que eu havia lido era detestável.

De repente tudo que eu achava que sabia desmorona e eu percebo que aquele maldito justiceiro mascarado estava sendo mais sincero comigo do que minha própria mãe.

Eu deixo o castelo montada em Argus, meu cavalo branco como as nuvens num dia de céu azul, e galopo por quase uma hora até as minas. Eu precisava ver aquilo com meus próprios olhos.

— Pare imediatamente! — Um guarda na entrada das minas grita com a arma apontada em minha direção e bruscamente faço Argus parar. O guarda se aproxima e abaixa a arma ao me reconhecer. — Princesa Caroline, o que está fazendo aqui? A entrada é proibida.

— Você precisa me deixar passar.

— Não posso. Recebo ordens da Rainha Valquíria. Depois deste limite só posso permitir a passagem de guardas e escravos.

Dou meia volta e sigo para o centro do Reino.

Dou meia volta e sigo para o centro do Reino

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+ NOTAS !

- quanto tempo😅

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