V ─ Canhoto.

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"Estamos cansados de nos perguntarmos
Orando para um Deus em que você não acredita
Você está procurando a verdade nos achados e perdidos"

(Falling in Reverse.)

CAROLINE HARRIS Princesa do Reino de Saphir

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CAROLINE HARRIS
Princesa do Reino de Saphir

Observo o jardim do castelo de minha varanda. A brisa fria balança meus cachos ruivos e refresca minha pele. Meus pensamentos estão longe demais... Estão na carta.

Tenho pensado excessivamente naquela maldita carta desde que a li. O autor é um mistério. Seus motivos são um mistério. Seu objetivo é mais um mistério. Mas, depois de reler mentalmente a carta incontáveis vezes, eu cheguei a três conclusões.

Primeiro: é bem óbvio, mas seja quem for que escreveu a carta odeia a rainha e não tem nenhum respeito por ela, já que não usou nenhum pronome de tratamento adequado.

Segundo: é alguém com baixa formação acadêmica, devido aos erros ortográficos, provavelmente um plebeu.

E terceiro: o misterioso justiceiro é canhoto. Pelas letras manchadas é claro que sua mão esquerda, a medida que se movia para escrever novas palavras, manchava todas as palavras já escritas.

Desde então, desenvolvi uma nova obsessão. Passo cada minuto do meu dia observando as mãos das pessoas. Até agora o único canhoto que encontrei no meu dia a dia foi Eratos. Mas ele com certeza não deve estar metido nisto. Eu acho.

─ Caroline, não se esqueça que hoje você tem aula de esgrima e tem que ir à Igreja ─ falou Leonard, fazendo-me desconectar de meus devaneios.

Leonard é nosso mordomo, mas para mim é como um pai. Minha mãe e eu não nos damos muito bem e meu pai de sangue, rei Arthur, morreu alguns meses antes do meu nascimento. Desde então, Leonard sempre esteve aqui para me defender.

─ Até quando terei que ouvir Padre Constantino falar sobre um suposto homem que "cuida de nós", mas ninguém nunca o viu? ─ perguntei, saindo da varanda e parando ao lado de minha cama.

Ir à Igreja era entediante. Padre Constantino falava, falava e eu não entendia muita coisa. Ele sempre se irritava com as perguntas que eu fazia e eu não entendia o porquê dele não responder nenhuma delas. Se ele é Padre deveria ter as respostas que eu buscava, não?

Mas, por mais que eu detestasse ir às missas e às aulas de catequização, eu era obrigada por causa do forte vínculo político e tradicional entre os nobres e o clero.

─ Não entendo sua raiva de Deus, Caroline.

─ Não tenho raiva dele, só não entendo como consegue acreditar tão fielmente em uma lenda ─ Leonard fechou os olhos, fazendo uma pausa para respirar fundo.

Leonard é bem religioso, então sempre se estressa com minhas perguntas também.

─ Ele não é uma lenda, é um ser infinito que criou tudo o que conhecemos hoje.

─ E então quem o criou? De onde ele veio? Por que ele criou todo este mundo?

─ Apenas não questione tanto, pequena Caroline.

─ Todos querem que eu acredite nele, mas ninguém consegue o explicar. Por que então eu deveria acreditar?

─ Fé, Caroline. É com muita fé que se acredita em Deus ─ explicou. Abri minha boca para contestar sua fala, mas rapidamente Leonard me impediu. ─ Chega desse assunto. Já estou ficando tonto com tantas perguntas. Arrume-se para sua aula e deixe de reclamar tanto ─ pediu ele e retirou-se logo em seguida.

Com preguiça, me joguei na cama. Meus olhos fixaram-se no teto e em segundos meus pensamentos já estavam viajando para longe daqui outra vez.

Eu queria poder ler a carta novamente. Apesar de minha memória ser boa, talvez tivesse mais algum detalhe que passou despercebido. O problema é que minha mãe está no castelo e tentar entrar de novo no escritório seria muito arriscado, sem contar que eu precisaria pegar a chave.

Minha vontade de desvendar este mistério e encontrar este justiceiro é imensurável. A curiosidade é um castigo.

 A curiosidade é um castigo

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