VII ─ Tirando o Capuz.

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CAROLINE HARRISPrincesa do Reino de Saphir

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CAROLINE HARRIS
Princesa do Reino de Saphir

De repente desperto de meu sono com a boca tão seca. Olho pela janela e vejo que ainda não é hora de acordar. Está tudo escuro lá fora. Fecho os olhos para adormecer novamente, mas a sede me impede.

Levanto da cama com certa preguiça e saio do meu quarto. A luz das tochas já estão fracas, quase se apagando por completo, então piso em cada degrau da enorme escadaria com delicadeza, a fim de evitar um acidente.

Próxima a cozinha, escuto barulhos. Me aproximo mais e espio por trás da porta entreaberta. Há um homem alto, usando um capuz preto que cobre seu rosto enchendo um saco com tudo que ele encontra pela frente.

O que eu faço? Devo gritar? Atacá-lo?

Viro o rosto bruscamente quando o vejo levantar o olhar e caminhar em minha direção.

Eu apenas imploro para que ele não tenha me visto.

Ouço seus passos sutis chegarem cada vez mais perto de mim e em um momento irracional acabo tomando uma atitude inesperada.

Assim que o dito homem está próximo o suficiente eu o empurro contra a parede. Suas costas bateram com tamanha agressividade na estrutura de pedra, fazendo-o arfar alto demais, e o saco cheio de itens roubados caiu de sua mão esquerda. Antes que ele tivesse tempo de se movimentar eu pressiono meu antebraço em seu pescoço.

- Não se mexa - ordenei com a voz firme e o corpo dele paralisou. - Quem é você e o que quer aqui?

- Não te diz respeito, princesa - respondeu com desdém, junto da respiração arrastada.

- É melhor que comece a falar antes que eu faça um escândalo e haja dezenas de guardas cercando você.

Eu ainda não vi seu rosto propriamente. Está escuro e seu capuz dificulta tudo um pouco mais.

- Então teremos problemas, porque não vou dizer nada a você - pressiono mais meu antebraço e sua respiração acelera. - Você não parece do tipo que me enforcaria até a morte.

- É o que vamos descobrir - pressionei mais um pouco.

Ele riu e sussurrou:

- Vá em frente, princesa. Mate-me! Este é o seu desafio.

Qual o problema desse idiota?

- Qual é, esse é o máximo que consegue? - Continuou. - Para onde foi toda a sua coragem? - Ele riu presunçoso, mas parou logo que tirei seu capuz.

Eu estava finalmente olhando nos olhos dele. Olhos castanhos, mas tão avermelhados. Sua pele era branca, quase como se ele nunca ficasse sob a luz do Sol. Seus cabelos pretos, similares a carvão, mas talvez mais escuros ainda.

- O que aconteceu? Não é tão valente com o rosto exposto? - Foi a minha vez de rir dele.

Mas olhando mais atentamente eu percebi que ele era o mesmo homem que havia servido vinho para minha mãe hoje mais cedo no jantar. O mesmo homem que eu nunca tinha visto antes trabalhando no castelo. O mesmo homem que entrou para minha lista de canhotos estava roubando objetos na cozinha...

- Então é você - sussurrei.

Seus olhos me fitaram com seu cenho franzido.

- Como assim?

- Você é o justiceiro misterioso que vem assaltando várias famílias nobres nas últimas semanas - os olhos dele arregalaram. Ele acabou de se entregar.

- Você é louca.

- Diga-me, quais são os seus motivos?

- Motivos de quê?

- Não adianta fazer-se de desentendido. Eu li a carta que você escreveu.

- Temos uma admiradora aqui? - Um sorriso convencido cruzou seus lábios.

- Responda.

- Quer saber? - Ele inclinou seu rosto para mais perto e sua respiração tocou meus lábios. - Eu vou queimar este reino, princesa. Eu vou derrubar sua mãe do pedestal que ela se colocou, começando pelos nobres que a apoiam!

- Por quê? Minha mãe nunca fez nada para irritar os camponeses - ele riu.

- Sua mãe é uma ladra! - Voltei a pressionar meu antebraço.

- Cale a sua boca! Você não sabe o que está falando.

- Você está defendendo o lado errado, princesa. Pergunte a ela sobre os impostos abusivos e sobre o trabalho escravo nas minas!

- Você está mentindo! - Todos os meus músculos se contraíram.

- Acredite no que quiser, mas não diga que não avisei.

Ele está mentindo, mexendo com a minha cabeça. Minha mãe é uma pessoa complicada, mas nunca faria algo do tipo...

Em um movimento brusco, ele agarra meus pulsos e rapidamente sou quem está contra a parede.

- Me solte! - Falei entre dentes e fazendo força para me soltar, mas suas mãos seguravam meus pulsos acima de minha cabeça com exagerado vigor.

Ele pressionou seu corpo contra o meu e sussurrou:

- Devia ter trazido ao menos uma faca para me enfrentar, princesa.

- Seus dias estão contados, plebeu rebelde!

- Eu não me renderei.

- Não será necessário, pois se eu descobri em uma semana, quanto tempo acha que ainda tem até que te encontrem?

- Eles não vão, porque você não contará.

- Como tem tanta certeza?

- Porque você vai perceber que eu estou certo - foram suas últimas palavras antes de me empurrar para longe de si e desaparecer na escuridão.

- Porque você vai perceber que eu estou certo - foram suas últimas palavras antes de me empurrar para longe de si e desaparecer na escuridão

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+ NOTAS !

- não é ilusão, eu realmente atualizei

BLOOD REIGNWhere stories live. Discover now