Capítulo 11

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Capítulo 11

A volta para casa

Huma

"Não tenha medo. Eu estou com você." Estas palavras ditas por ele, foi o que mais me assustou após a decolagem.

O que ele fazia ali? — eu me perguntava.

— Eu me pergunto aqui, como uma executiva que provavelmente viaja tanto pode se apavorar com um voo de avião?

— E eu, o que você faz aqui neste voo?

Ele deu uma risada.

— Coincidências, minha cara Huma.

— Vou fingir que acredito para não te desapontar. — Puxei minha mão que ele ainda segurava. — Porque isso me deixa mais tranquila, não tinha entendido a mudança repentina do meu voo.

— A é! Mudaram? — disse com a cara de quem não tinha entendido minha afirmação.

— Cadê sua banda?

— Primeiro é grupo musical, segundo, eles foram no domingo e terceiro... — o interrompi.

— Você quis ficar mais uns dias para brincar na piscina de bolinha?

— Poxa, como você é esperta, por este motivo ocupa um cargo tão importante numa empresa tipicamente controlado por homens.

— Como você sabe? Não te falei nada sobre meu trabalho...

— Boa tarde, gostariam de uma bebida? — a aeromoça nos interrompeu — Temos sucos, refrigerante e água. Para lanches...

Ela parou por meio minuto ao fixar os olhos no meu companheiro de viagem. Respirou e retomou suas palavras, talvez decorada de todos os voos, porém com um gaguejo que inicialmente não estava lá.

— Água, por favor — pedi.

Ele também pediu água e uns salgadinhos. Ela voltou ao seu compartimento na mesma hora e trouxe uma bandeja recheada de guloseimas e nossas águas. No meio dos pacotes havia um papel que não enxerguei o conteúdo. Provavelmente pedindo uma foto, ou um encontro no banheiro. Vai saber...

Assim que ela continuou sua pesquisa com os passageiros percebi que tínhamos sido privilegiados. E ele cochichou no meu ouvido:

— Ela pediu uma selfe antes do desembarque.

— Não te perguntei nada. — Ele riu novamente e aproximou mais do meu ouvido.

— Mas tentou ler o bilhete. Eu vi.

Virei para o outro lado com interesse na paisagem, algo que raramente fazia. Mesmo com pânico de avião, eu insistia em viajar na janela. Procurei meu fone de ouvido e o celular na bolsa para me distrair. E ao segurá-los ele pegou em minha mão e pediu:

— Por favor, não use, vamos conversar.

Parei o que fazia e o olhei. Seu pedido estava além das palavras, ela estendia aos olhos em súplica. Como um cachorrinho que pede leite, ou um gato sem vergonha que quer sair.

— Tudo bem. O que você quer conversar? — Ele abriu um sorriso ao me ver guardar o fone.

— Primeira pergunta. Você tem alguém na sua vida?

— Sim. Tenho várias pessoas.

— Você me entendeu, quero saber se é comprometida? Ou alguém especial nesse seu coração?

Um Coreano Caiu na Minha Vida. Completo.Where stories live. Discover now