Capítulo 23

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Capítulo 23

Redenção

Huma

No período da tarde fui a clínica com meu escudeiro fiel e fiz os outros exames. Apenas o raio x não foi suficiente para tranquilizar o meu coreano, tive que fazer a tomografia. O resultado que me entregaram tinha todas descrições com um relatório que não me dizia nada. Meus olhos focavam apenas nas palavras: tronco pulmonar normal, traqueia normal, não há derrame pleural. Pelo meu diagnóstico, estava tudo bem. Principalmente a parte final da conclusão, dizia assim: Alterações pulmonares de aspecto inflamatório leve. Considerar a possibilidade de pneumonia viral considerando o padrão tomográfico como sugestivo para covid 19.

De volta para casa, mais tranquila e com novas medicações, eu até me sentia um pouco melhor. Acredito que a preocupação, antes, de não ter certeza do meu diagnóstico. Depois da confirmação, saber em que nível me encontrava me deixava mais ansiosa e piorava meu corpo clínico.

Apesar dos pesares sabia que iria ficar tudo bem. E com todos os cuidados que recebia não tinha dúvida. Saímos do carro, na garagem paramos à espera do elevador, eu lhe disse:

— Obrigada — Quebrei o silêncio. — Nem sem como pagar por tudo isso.

— Não precisa agradecer. — Ele me olhou, acredito que sorrindo, pelo aspecto do seu olhar, pois a máscara não me permitia ver sua boca. — Quando tudo isso passar me encha de beijos, este será seu pagamento.

— Por falar em pagar preciso sim saber das notas dos medicamentos e a compra que enviaste a casa dos meus pais.

— Vamos conversar sobre isso apenas quando você tiver em condições física e emocional para tratar de negócios. Falando nisto, já avisou na empresa e seus pais?

— Assim que você me confirmou falei com meu superior, afinal pequei de alguém com quem tivemos contato durante a semana.

— E ele, respondeu alguma coisa?

— Se colocou à disposição se eu precisasse de qualquer coisa e iria investigar se mais alguém tinha manifestado algum sintoma e que todos iriam fazer o teste.

— E?

— Mais nada. Também nem verifiquei mensagens e nem ligações. A meus pais contarei depois.

Entramos no apartamento e fui direto para o banho e ele também. A indisposição era muito grande, minha vontade era deitar e ficar na cama. No banho percebi que não sentia o cheiro dos meus produtos de higiene. Meu sabonete hidratante tão cheiroso que exalava pelo banheiro e todo quarto, neste instante era como nada.

Voltei para o quarto com a toalha enrolada no cabelo e deitei, porque a preguiça de secá-los me dominava. Um toque na porta me chamou atenção.

— Precisa de ajuda?

— Sim. Que o tempo passe rápido e tudo isso acabe logo.

— Ah se eu pudesse fazer isso, juro que você nem estaria nesta situação.

— E para sua proteção melhor ir para sua casa.

— Não vou te deixar, já te avisei. O que você quer comer? Tem algo específico que eu faça?

— Não. Nem estou com vontade de nada, qualquer coisa vai dar na mesma, não sinto gosto mesmo.

— Vou fazer uma sopa, pode ser?

— Sim.

Passei por um cochilo ou sono mesmo, e ele já batia na porta. Levantei com uma preguiça enorme, me arrastei na verdade e fui pegar a minha bandeja. Se comeria já não sabia, mas precisava mostrar que faria isso ao meu coreano.

Um Coreano Caiu na Minha Vida. Completo.Where stories live. Discover now