O dia seguinte

305 38 14
                                    

Estava ansiosa por aquele encontro, no dia anterior não tinha conseguido falar com ele, apenas o admirara a distância.

Então mais uma vez estava parada diante da porta da casa do ruivo, desta vez segurava os papeis da empresa para que ele pudesse analisar.

Tocou a campainha algumas vezes até o mesmo atender.

–Desculpe ter vindo sem avisar mas...eu trouxe os papeis.

Ele apenas abriu espaço para que ela passasse fechando a porta em seguida.

Ele estava estranho, seu olhar era distante.

–Então...onde vamos trabalhar?

Ele seguiu até a biblioteca da família e a loira foi ao seu encalço.

Ino nunca tinha reparado em como a família Sabaku gostava de ler, o lugar era forrado de livros por todos os lados.

Ela caminhava olhando alguns títulos enquanto o ruivo analisava os papeis atrás da grande mesa de mogno antigo.

–Está bem claro aqui que Kabuto desvia dinheiro da empresa, com certeza isso passa despercebido porque ele deve ter contadores e administradores que trabalham pra ele lá dentro.

A Yamanaka se virou para o ruivo.

–E o que eu devo fazer?

–Bem, eu no seu lugar o desmascararia na frente de todos os acionistas e retomaria o comando da empresa.

Ino bufou.

–Espero ter forças pra fazer isso.

O Sabaku se levantou de onde estava e se aproximou da loira.

–Tenho certeza de que terá.

Ela o encarou e se sentiu corar.

Desviou o olhar. Droga! Se sentia uma adolescente idiota perto dele.

Nem na sua real adolescência ela fora assim. Sempre foi vivaz e impetuosa, sensual e destemida.

E foi exatamente esse tipo de comportamento que o afastara dela.

Então seus olhos azuis se focaram em algo jogado sobre uma das poltronas do local.

–Você ainda toca?

Gaara desviou o olhar para onde ela olhava.

–Arranho um pouco às vezes.

A guitarra era a mesma de anos atrás.

–Me lembro de como você e os meninos ensaiavam todas as noites.

–Bom, nem todas...

Ino sorriu.

–Sim, menos nas noites de racha.

–Sim, em que eu ficava esperando pra me encontrar com você.

A loira ficou sem fala.

–B-Bom, acho que acabamos por aqui, não é?!Obrigada.

Ela se apressou em se retirar, não queria fazer algo errado, estava disposta a mudar.

–Ino.

Ela se virou antes de passar pela porta.

–Seus papeis.

Ela nem vira que ele estava com os mesmos entre as mãos.

–Ah, obrigada.

Ele o estendeu para ela e por um instante suas mãos se encontraram.

A Última DançaOnde histórias criam vida. Descubra agora