34 - mulheres poderosas usam terninho

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TERNOS COR DE pêssego são muito mais bonitos do que vestidos cor de pêssego

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TERNOS COR DE pêssego são muito mais bonitos do que vestidos cor de pêssego. Muito mais confortáveis também. Juro que não consigo pôr em palavras a minha gratidão por estar conseguindo me sentar de um jeito relaxado em uma dessas cadeiras de vidro que eu duvido muito que os convidados gostem. Podem até ser bonitinhas, mas nem um pouco legais pra passar muito tempo sentado durante a cerimônia.

Tento passar a fase do jogo da Lola, que é bem mais interessante do que achei que fosse. Ela tá praticamente no meu colo enquanto me esforço pra acabar com todas as naves da frota inimiga, atirando com lasers e tudo o mais. Pra quem tá jogando pela primeira vez, até que tô mandando bem.

— Os convidados devem chegar daqui a uma ou duas horas — lembra Bruno, sentado numa cadeira do lado oposto ao que estamos. — Tá pronta pra passar a cerimônia toda em pé?

— Prefiro não pensar muito nisso — digo, sem tirar os olhos do tablet. — Tô me concentrando no que vai rolar depois da cerimônia. Você viu todos aqueles doces? E eu nem vou pensar no bolo, senão vou começar a passar mal de fome.

Bruno solta uma risada no exato momento em que derroto a última nave, conseguindo finalmente passar de fase. Devolvo o tablet pra Lola, que agradece, e volto minha atenção para o garoto usando um terno igual ao meu.

— Acha que a gente consegue roubar uma das garrafas de champanhe?

— Se dividirem comigo, com certeza — garante Cassandra, aparecendo no jardim já todo decorado. Ela olha pra mim, apontando pra direção de onde veio. — Regina tá vomitando tudo o que comeu no café da manhã, e eu não sei se de nervosismo ou por causa da... — Assinto, fazendo uma careta. — Ela disse que queria falar com você.

— Ah... Tá bem.

Me levanto, passando a mão pelo tecido do meu paletó pra me livrar de qualquer amassado. Tropeço em algumas cadeiras tentando sair da fileira até então livre de gente, seguindo pelo corredor formado no centro entre o conjunto de assentos e indo até a casa.

É um chalé bonito perto de uma área florestal. Seis quartos, sete banheiros e uma cozinha imensa onde com certeza ficará a comida que sobrar depois da festa, e eu já sei que precisarei dar um pulo por lá durante a madrugada. A gente vai passar essa noite aqui e voltar pra Boafortuna de manhã, só eu e meus irmãos, já que mamãe e Tales partirão para a lua de mel. E, sabe, nessa casa tem sinal de internet, o que é bem engraçado, já que dessa vez eu não preciso dele.

— Mamãe? — chamo, abrindo a porta do banheiro da suíte principal. — Precisa de alguém pra segurar o seu cabelo, é?

Ela está na frente do espelho, tentando controlar a respiração ofegante. Acho que estava chorando, mas não sei se suas bochechas vermelhas são por causa disso ou é culpa da maquiagem. Mamãe se vira na minha direção, seu cabelo perfeitamente no lugar e seu vestido caindo como uma luva, e eu preciso de um minuto pra assimilar toda essa imagem. Minha melhor amiga vai se casar. E ela está linda da cabeça aos pés.

Todas as Coisas que Eu Não Odeio em VocêWhere stories live. Discover now