Sol e Lua

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Andei por aí me perguntando, sobre a vida, que eu não vivi. Existe algum caminho para se achar novamente, onde eu posso achar um caminho, certo sem erros. Joui olhou para Cesar com empolação, esperando sua tão esperada resposta. Mas o homem de cabelos grandes parecia estranhar a pergunta, pois não é todo dia que algum te pergunta, 'como é amar!'. O que ele deveria dizer.

- Então!?

O garoto tinha seus olhos vidrados nele, como se algum momento ele fosse lhe dar uma explicação científica, como a Liz fazia com criaturas sobrenaturais. Era estranho ver ele ali, continuando e ele mesmo, com mesmo jeito, com a mesma cara de curiosidade. Mas com adição de um X em sua bochecha, e as olheiras profundas, com as mãos e o pescoço machucado pela luta.

- eu não sei como te responder isso! - Joui se manteve quieto olhando para ele, Cesar colocou sua mão atrás do pescoço, pensando nisso - é como se você vivesse por essa pessoa, parece que nada mais faz sentido, só àquela pessoa, faz você agir como um idiota, faz você fazer de tudo por aquela pessoa. É como se aquela pessoa se tornasse um sol para você, onde mesmo nas noites mais escuras e frias, ele está lá para te aquecer... - Joui olhou intrigado para o homem, parecia que ele entendia aquele sentimento melhor do que ele dizia. Ele parecia tão distante, mais do que um dia ele foi, mas agora asiático tinha que achar uma forma de alcançar o cabeludo. Com mesmo olhar de paisagem, com um cabelo abaixo dos ombros, mas agora com um novo adereço em sua orelha.

- você parece que já sentiu isso Cesar! Com quem foi? - disse joui tentado se aproximar de Cesar, tinha algo tentador em se aproximar dele, parece tão intrigante querer viver isso, tentar entender isso.

- por ninguém, eu nunca me aproximei de ninguém minha vida toda - Cesar achou simples sua frase, e meio óbvio de se dizer. Pois era óbvio para ele, não ter achado ninguém, e nem ter cogitado em procurar, pra ele parecia ser uma perda de tempo, procurar uma mulher que ele podesse viver feliz, ter uma família, duas ou uma criança para criar, tentar passar para eles o amor que sua mãe lhe deu, e ser aquilo que seu pai não foi.

- você se aproximou de mim! - quando o garoto disse isso, Cesar se arrepiou e se afastou um pouco de Joui. ''Para onde isso tá indo'', pensou ele. ''Por que ele veio atrás de mim depois de tanto tempo'', duas semanas seria o suficiente para todos os outros não o procurar. Mas ali estava o joui, lhe olhando como se ele fosse a pessoa mais importante de sua vida, com um sorriso gentil no rosto.

- sim, mas era uma missão - Joui que dizer que se assustou com a declaração de Cesar, mas não ele já estava esperando por algo parecido com isso, mas não tão direto, quanto foi agora. Talvez ele colocou muitas expectativas para Cesar, achando que de alguma forma ele iria superar isso, afastar as pessoas dele, mas parece que ficou pior do que era antes.

- ah!  é verdade - era bem fácil notar a decepção na voz de Joui, por que ele está assim? Ele queria que eu disse outra coisa, mas o que.

- mas vocês não era só mais pessoas que eu fiz uma missão, vocês se tornaram meus amigos, uma família que eu nunca tive.

- família! - Joui olhou para chão vermelho - vocês foram as únicas pessoas eu consegui ter esse sentimento, essa sensação indescritível de pertencer algo, a um grupo, pessoas que posso me apegar. Mas eu também tenho medo, com a morte dos...

Antes de dizer o garoto parou e olhou para Cesar, que apenas ficou cabisbaixo, ninguém estava pronto para aquela conversa. Era como se fossem esqueletos guardados em seu armário, eles não poderiam violar as lembranças boas, só as ruins que eles excluíam de todo o jeito possível. Mas talvez eles estejam se enganando, fingindo que conseguem superar tudo isso.

..
..
..

Joui olhava para o apartamento do alto de um prédio, ele estava encostado na muro. Olhando uma senhora de longos cabelos brancos, andando para lá e para cá, com um gravador de voz, e escrevendo algo. Ele estava se segurando para não invadir aquele lugar, e tomar ela em seus braços, e dizer o quanto ele ama. Algumas lágrimas se formaram em seus olhos, somente de longe ele poderia olhar para sua amada mãe, que não fazia ideia de onde ele estava, e se ele estava bem. O homem de cabelos curtos, e uma máscara cobrindo sua boca e nariz, um arco e flecha ao seu lado, e uma espada ao seu lado.

- eu amo você mãe.

... ... ...

Salvar a mim, e aos meus amigos, era isso que ele queria fazer por nós, ele nunca foi o melhor pai do mundo. Parecia que muito antes, mas hoje eu talvez perceba seu lado, mas eu não posso entender o por que, sem ele aqui. Eu nunca fui bom como ele, e nem penso nisso, pois ser como ele é ser revelador até demais, isso eu não quero. Mesmo antes de tudo em carpazinha, eu tive a chance de me acertar com ele, mas eu não quis, como eu iria querer. Ele me abandou, sem pensar duas vezes, achei que ele estava decepcionado comigo por algo que tinha feito, que não foi de seu agrado, mas depois de uns anos você para de procurar uma justificativa, e só aceita o passado trágico.

- está tudo pronto! - hoje encontrei uma maneira de lutar como ele, não sendo um herói como ele, mas usando seu nome para trazer ajuda ao mundo.
- o c.r.i.s está pronto!

. . . .

- como eles superaram isso?

- quem?

- o Thiago e a Liz! Eles viram amigos morrerem e inocentes morrerem, e não ficaram como nos estamos.

- eles tinham um ao outro, eles eram muralha do outro, era bonito olhar isso de longe.

Joui olhou para Cesar com seus olhos marejados, pela primeira vez ambos os dois se viram, DESTRUÍDOS. Joui perdeu um ídolo, pessoas inocentes que morreram por sua incapacidade de ser forte o suficiente, seus pais. Um pai, um amigo, um herói Thiago sempre estava ali, para lhe proteger, fazendo ele enxergar um novo mundo, e Liz uma mulher incrível, que sempre tinha uma opinião sarcástico pra tudo, mas com um jeito protetor e amoroso, um amor que era tão desconhecido para ele. E o Cesar perdeu um pai ausente, que lhe abandou, o fazendo acreditar que foi por sua culpa. Como ele não podia suportar ver aquele homem, me salvar e depois de sacrificar, me salvando, se provando um pai que protegia seu filho. E tinha o Thiago que se tornou um irmão ou um mentor para, parecia que ele era o único que entendia ele, e ele foi outro que se deixou ir para as chamas do sacrifício, para salvar o outros.

O Canto Das Criaturas FeridasOnde histórias criam vida. Descubra agora