Capítulo 40

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Toni observou os passos calmos de Betty até o sofá onde sentou-se. Ela ainda tentava fazer sua mente processar o que acabou de ouvir. Sua mãe recuperou o fôlego ao ponto de aproximar-se de Betty em passos rápidos.

- Você está desmiolada? - Katy obriga a garota a levantar-se. - Quem você pensa que é pra vim até minha casa contar essa mentira sem pé nem cabeça?

- Eu sou Elizabeth Cooper, mãe do seu neto ou neta. - A garota cruza os braços começando a ficar levemente chateada. - Eu não vou ficar me humilhando pra vocês, já bastou o que me fizeram há uns meses atrás. A única coisa boa daquilo tudo foi o bebê que agora carrego.

Toni abriu e fechou várias vezes a boca, ela ainda estava em absoluta negação. Katy vira-se afim de saber qual a reação que sua filha esboça, engoliu seco ao vê-la tão absorta.

- Você só pode estar brincando... - Toni enfim diz alguma coisa fazendo todos na sala prestarem atenção nela. - Foi só uma vez, Betty. Você pode estar enganada ou é de um outra pessoa.

- Cale-se! - A voz autoritária de Betty faz todos a olharem abismados. - Desde aquele episódio eu prometi não me entregar a nenhuma outra pessoa até que eu tivesse esquecido você. Eu me entreguei a você verdadeiramente, Antoinette. E você sabe o que fazer caso tenha dúvidas, você tem uma bruxa à sua disposição. E aí? Vai permanecer negando?

Katy caminhou até perto de Toni segurando seu rosto com as suas mãos agora gélidas. Ela viu lágrimas nascerem nos olhos da sua filha, aquilo doeu.

- Leve-a até Hope, com certeza ela está blefando. - Disse em voz suave. - Vai dar tudo certo. Iremos resolver tudo isso antes da Cheryl voltar.

- Eu irei perdê-la, mãe... - Sussurrou mais para si do que para Katy.

- Não, não vai. Agora suma com ela daqui e volte com notícias boas.

Toni assentiu e abriu a porta para Betty passar. Já do lado de fora e caminhando ao lado de Betty, Toni então a encarou como queria.

- O que você quer afinal? Não me diga que acha que eu me separarei pra casar com você caso esse bebê seja meu?

- Claro que não, Toni. - Ela encara o céu que está fortemente azulado. - Só não irei assumir um filho sozinha, sem o seu apoio. Você também é responsável por ele, acha justo eu me virar sozinha?

- E por que essa demora toda para me procurar?
- Tem mulheres que descobrem um gravidez rapidamente, outras não. - Respondeu olhando nos olhos de Toni. - Estou com 3 meses e alguns dias pelas minhas contas. A bruxa dirá mais detalhes, vamos logo.

Toni estava com a garganta seca, todo seu corpo tremia de nervosismo e agonia. Jamais imaginou-se sendo mãe, e nem que seria dessa forma. Ficaria bem mais contente se fosse Cheryl a gestante, afastou seus pensamentos ao se dar conta do quanto será difícil explicar essa situação a ela. Chegaram na frente da casa da Hope e então Toni bateu na porta. Não demorou nada para já estarem sentadas na sala da casa da bruxa.

- Então você quer saber se é você a mãe dessa criança? - Hope diz encarando o ventre de Elizabeth. - Preciso do seu sangue, Toni. Derrame um pouco dele naquela taça.

Hope apontou para uma taça que estava em cima da mesinha de centro e depois deu uma faca para que ela se cortasse. Poucos minutos depois, a taça já tinha uma quantidade de sangue suficiente. Hope pega a taça e entrega nas mãos de Elizabeth.

- Fechem seus olhos e concentrem-se no bebê que está sendo gerado.

Hope coloca suas duas mãos na barriga da garota e então começa a cantar uma cantiga de ninar em outra língua. Soou um pouco aterrorizante para Toni e Betty.

- Agora derrame o sangue do jeito que quiser em cima dessa mesa. - Ordena a bruxa.

Sem mais delongas, Betty despeja com força o sangue da taça em cima da mesa. Como mágica, o sangue retorna com tudo para o pequeno corte que Toni fez. No momento que o sangue entra, Toni começa a ver imagens embaçadas, como se fosse o bebê dentro do útero de Elizabeth, ainda muito pequenino. Ao abrir os olhos, Toni estava sendo encarada pela bruxa e por Elizabeth.

- Eu sou a mãe. - Afirmou ao se dar conta do que sentiu ao ver as imagens.

...

Depois de um banho na cachoeira, Cheryl foi trocar-se dentro da barraca armada para dormir à noite. Vestiu-se totalmente frustrada ao se dar conta de que arriscou muita coisa e até agora não obteve nenhum resultado. Ajeitou sua mochila e quando iria sair da barraca, uma dor estranha atingiu seu peito fazendo-a cambalear. Nick, que estava perto, segurou a garota que ficou pálida do nada.

- Você não está nada bem. Acho que está na hora de procurarmos um médico. - Disse pensando nas hipóteses desse mal estar repentino de Cheryl.

- Não, não se preocupe. Eu quero voltar, eu preciso ver a Toni. - Respondeu sentindo seus olhos ficarem molhados. - Acho que não aguento mais tanta distância.

Nick encarou Cheryl por poucos segundos e então entrou em sua barraca para trocar-se. Nick sentia um cheiro diferente emanando de Cheryl, tinha quase certeza do que era, mas precisava fazê-la ir ao médico. Seu coração doía sempre que tinha que escutar Cheryl falar da Toni com tanto sentimento, ele sentia uma pontada de inveja da sorte que ela tem ao tê-la.

- Se você tiver outro mal estar no caminho, iremos procurar um médico. - Disse ao sair da barraca. - Vamos, iremos chegar no vilarejo em alguns dias.

Cheryl desfez sua barraca, colocou suas coisas na carruagem e sentou ao lado de Nick. Sentiu uma tensão estranha no ar, chacoalhou a cabeça tentando não dar muito crédito a isso, afinal estava indo ver seu amor, sua mulher. Sabia que pela distância que estavam, o caminho irá ser longo. Estava ansiosa pra mostrar a Toni as coisas que aprendeu treinando com Nick. Ele era um ótimo professor, e sem dúvidas um ótimo amigo.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora