2 | Feliz ano novo! [Parte 2]

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[CONTINUAÇÃO] Bernardo, 31 de dezembro de 2012.

No capítulo anterior: "De forma inesperada, Tarso me puxa!"

[...]

— Vamos pro outro lado, B! Aqui tá sem graça. — Ele me chama demonstrando certo nervosismo.

— Podem ir, gente, Já já eu encontro vocês... Tô aqui de buchim cheio — Disse passando a mão na barriga e fazendo graça, o que não é muito comum. Mas ninguém riu.

— É, Bê! — Fê disparou meio alterada. — Aqui já tá um saco, vem!

Eles não me enganavam, queriam me tirar dali por algum motivo. E foi virar o rosto que pude entender do que se tratava. Arthur a poucos metros de distância beijando outro guri. Só pude pensar na falta de sorte do desconhecido em estar trocando fluidos com aquele idiota.

Ai, gente, na moral, vocês não precisam tentar me proteger do Arthur, eu nem ligo pra ele. — De certa forma eu estava mentindo, mas nem queria demonstrar.

Eu não tinha a mínima vontade de voltar com ele, mas ver o quanto ele parecia bem e se divertindo era o que me incomodava, porque eu tinha sofrido demais por ele. Naquele momento, parecia que eu é que estava na pior. Coloquei na minha cabeça que deveria aproveitar melhor a festa.

— Foda-se! Vou pegar outro refri! — Disse para geral deixando-os meio preocupados. — E gente, tá tudo bem! Enzo, vá beijar a Bárbara; Tarso, vá aproveitar o Bruno; Fê, vá dançar, beijar qualquer boy por aí! Já volto...

Entrei no casarão onde ficava a cozinha com os mantimentos e algumas bebidas, poucas sem álcool. Fiquei pensando em quem limparia toda aquela bagunça. Provavelmente seria algum trabalhador que precisava sustentar a família, enquanto pessoas inconsequentes sujavam e quebravam as coisas sem qualquer consciência. De certa maneira, eu fazia parte desse grupo, pois estava lá.

Peguei meu refri e quando fui retornar pro pessoal, vi que Arthur já havia encontrado meus amigos, aliás, nossos amigos e estava conversando normalmente com eles. Arthur era como um parasita; tentava não dar a mínima, mas ele me incomodava. 

Notei que Tarso e Bruno já não estavam por lá, provavelmente os encontraria atrás de alguma árvore ou num dos chalés à disposição da galera. Não sei se já disse, então repito que Tarso não gostava nada do Arthur. E também não sei já disse, ou só tentei deixar a entender, Tarso era um caçador de sexo.

Ver eles todos conversando me deu nos nervos, algo que eu disse que não me permitiria sentir. A vontade era de falar a todos eles o quanto aquele cara era estúpido, expor toda a verdade sem hesitar. Pensei melhor e tomei o caminho contrário. Antes, fiz algo inusitado para mim mesmo. 

Não sou de fazer nada que não seja premeditado, planejado. Coisa de capricorniano. Voltei a primeira bebida, toda inofensiva, ao freezer e peguei um dos copos de bebidas prontas (sem qualquer responsabilidade ou medo de terem batizado com outra coisa). Meu pai não poderia sonhar com essa, porque ele odeia bebidas.

ADOLESSÊNCIAS | LGBTWhere stories live. Discover now