6 | Deixa em off [Parte 2]

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[CONTINUAÇÃO] Tarso, 15 de janeiro de 2013.

No capítulo anterior: "Logo a gente estava a caminho do bar/boate. Fomos andando pela rua e a gente ria por qualquer coisa. As árvores começaram a brilhar, parecíamos sentir uma brisa de gelo no corpo no meio do calor da cidade. Quando um dos meninos me tocavam sentia ver uma luz brilhar no meu corpo. A gente estava eletrizado. Nada conseguiria estragar aquela noite. Parece efeito de umas paradas, né? Mas era só a sintonia da nossa amizade..."

[...]

Na fila, todos ficamos apreensivos. A drag que era segurança era muito insuportável e não deixaria a gente entrar por nada sem termos os 18 anos. Mal sabia ela que eu tinha entrado em contato com a minha ídola Sabatella O'Hara, a proprietária do Zullivan's. Ela me conhecia do trabalho social no asilo e disse que me deixaria entrar com meus amigos desde que não deixássemos explícitos que éramos quase todos menores de idade.

Miguel, vulgo Sabatella, me contou que a boate era a mais tranquila da cidade, que não tinha casos de assédio, brigas ou qualquer problema com a vizinhança, mas que mesmo assim precisavam evitar deixar menores de idade entrarem por conta do preconceito. Ouvir isso me deixava puto de raiva. As pessoas têm que ser maiores de idade para terem acesso à arte da cultura drag? Que um dia as coisas não sejam mais assim.

A segurança drag me conhecia de outros lugares e me chamou num canto.

— Você sabe que não pode entrar aqui, né, viado? — Disse de canto para que o resto da galera na fila não percebesse.

— Oi pra você também, sua linda! — Respondi fingindo inocência. — A gente tem passe livre aqui. Deixa em off, mana!

— Hummm, a senhora é esperta, ein, dona Tarsian?. Me fala quem são os liberados da lista pra eu saber. — A segurança de quase dois metros de altura, pegou o documento um a um e nos deixou passar.

Primeiro shot

— O primeiro shot é um brinde aos meus 17 e às descobertas que estou prestes a viver em 2013. O ano já começa incrível ao lado de vocês! — Bernardo disse e fizemos o nosso ritualzinho, contando com Bernardo pela primeira vez no shoot.

Arriba, abajo, al centro y adentro! - Arch... Eu amava um shot, apesar do gosto azedo! O fogo vinha com mais rapidez. Chamei o garçom para entregar os copos vazios.

— Boa noite. — O garçom diz na minha direção.

— Boa noite! Arthur? — Respondi de forma inesperada.

— Boa noite! Arthur? — Respondi de forma inesperada

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