A grande casa de espetáculos

375 40 5
                                    

Harry POV

– Você vai ver que lugar maravilhoso, Potter! Essa noite vai ser divertida! – Viktor Krum disse, esfregando as mãos uma na outra. Ele havia sido transferido do Ministério Búlgaro fazia seis meses e eu fui designado seu parceiro. Ele era um auror talentoso, mas confesso que havia algo nele que não me inspirava confiança.

A Travessa do Tranco era uma alameda repleta de lojas dedicadas a objetos e itens relacionados às Artes das Trevas e, por isso, normalmente cidadãos de bem do mundo bruxo costumavam manter sua distância daquele local.

Mas as coisas estavam mudando, graças ao Moulin Rouge, uma casa de espetáculos inspirada na atração francesa de mesmo nome, mas com um toque de magia que somente a sociedade bruxa poderia acrescentar.

– Já estou ficando com sono... – eu disse bocejando. Desde meu rompimento com Gina, minha rotina se limitava a sair do trabalho para casa e de casa para o trabalho.

– Não seja um velhaco! – Viktor riu. – Tome isso – ele me deu uma máscara preta.

– Já é Carnaval? – olhei para ele com impaciência.

– Não, mas somos aurores e não queremos chamar atenção. Quero me divertir, Potter. Se nos reconhecerem, isso pode alterar a rotina da casa – ele explicou e eu franzi a testa. Por que a casa mudaria a rotina por causa de nossa presença? O Ministério estava sendo bastante rigoroso quanto às atividades bruxas no pós-guerra, obviamente não havia nada de estranho ocorrendo naquele local.

Ou assim eu pensava.

Coloquei a máscara, contudo, conforme meu colega me orientara, antes de dobrarmos a rua próxima ao Gringotes. Minha vida pacata dos últimos tempos havia me afastado da rotina noturna e confesso que perdi o fôlego ao me deparar com o local. Um moinho vermelho, cujas pás, montadas no topo da torre, jogavam uma espécie de chuva prateada no ar, conforme se movimentavam. A entrada ficava logo ao lado. Um homem e uma mulher, ambos vestidos de preto, davam as boas-vindas aos visitantes.

Mas o interior conseguia ser ainda mais fascinante. Havia fileiras de poltronas vermelhas, forradas com um material muito macio, que davam uma visão perfeita para o grande palco vermelho e dourado.

Parecia uma homenagem à Grifinória, mas era tudo baseado na casa francesa, isso pelo menos eu sabia.

Eu estava definitivamente empolgado para ver o que seria apresentado naquele palco.

As luzes se apagavam e se acendiam sinalizando que o show estava para começar. Não havia apresentador. Um grupo de bailarinas apareceu de repente, vestidas com trajes típicos, dançando o tradicional cancan. Era fascinante como aquelas jovens se movimentavam com energia e elegância.

Aplaudi de pé ao término da apresentação. Não havia magia ali, apenas um bom espetáculo, executado por aquelas moças jovens e belas.

Depois veio uma apresentação que envolvia magia. Uma encenação de uma batalha, com dois bruxos habilidosos duelando e lançando feitiços perigosos. Parecia real, mas eu via que nenhum deles estava realmente machucado.

Aplaudi, mas me mantive sentado. Eu era Harry Potter e embora tenha achado a encenação interessante, já havia duelado com Voldemort e vencido, aquilo não me enchia os olhos.

Depois entrou a cantora que se apresentou como Helena no palco. Ela trajava um vestido de renda vermelho e preto, seus longos cabelos negros alcançavam sua cintura bem delineada. Quando ela se pôs a cantar uma música francesa que eu não conhecia todos fizeram silêncio como que hipnotizados por ela.

Moulin rouge (drarry)Where stories live. Discover now