44 - N.O.M.s

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Voldemort pegou Sirius.

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Olívia perdeu a noção do tempo que se passou.

Do tempo que Dungo ficou ajoelhado diante de Audrey, batendo sua cabeça contra o chão.

Hermione o faria parar, talvez, se ela própria não estivesse com os olhos cheios de lágrimas e o rosto paralisado de choque.

Fazia algum tempo desde que Olívia ouvira o nome Anthony pela última vez, mas se lembrava perfeitamente de quem ele era e, naquele momento, por mais que não o conhecesse, ainda assim pareceu surreal acreditar que... ele tinha assassinado a própria irmã, e que a Sra. Parker estava morta.

E Olívia esperou, esperou Audrey se debulhar em lágrimas, gritar, quebrar algo, talvez armar um escândalo que fosse equivalente à dor de perder a mãe, mas nada disso aconteceu. Audrey sequer se moveu. Ela permaneceu lá, encarando o elfo chorar, estática. Sem falar nada. Sem derramar uma lágrima. Olívia começou a duvidar seriamente se ela tinha ouvido as palavras de Dungo, mas não tinha como não ter ouvido.

— Por que você não se senta? — A Potter perguntou, aproximando-se dela.

— Estou bem em pé. — Ela respondeu tão baixo que Olívia quase não conseguiu ouvir. A voz estava firme, mas... distante.

— Audrey, eu sinto muito. — Hermione disse cautelosamente, se posicionando do outro lado dela. — Eu...

— Como isso aconteceu? — Audrey perguntou com frieza, o olhar gélido direcionado ao elfo chorando no tapete aos seus pés.

Dungo fungou e se levantou do chão, mas não olhou para ela, e sim para os próprios pés, envergonhado.

— Você a deixou sozinha com um Comensal da Morte e não fez nada?

— Minha senhorita...

— Eu estou falando com você, Dungo, olhe para mim! — E aqui o tom de voz dela soou decididamente cruel. O elfo a encarou, tremendo.

— Audrey. — Hermione chamou-a baixinho.

— Qual a droga do seu problema?! — Audrey gritou, fazendo-o pular de susto.

— Audrey...

— Dungo sabe que desapontou, minha senhorita, Dungo sabe... — O elfo disse quase sem forças.

— VOCÊ SABE?! — Ela gritou mais alto, o rosto começando a ficar muito vermelho, mas os olhos permaneceram secos. — VOCÊ NÃO SABE DE NADA, SEU... seu... — Ela parou, parecendo adquirir agora um pouco de noção do que estava fazendo, de que estava gritando com aquele ser que já estava engasgando com as próprias lágrimas.

— Pode gritar, minha senhorita. — Os lábios de Dungo tremeram. — Dungo merece, Dungo merece muito mais do que...

— Sai daqui. — Audrey mandou. Dungo a encarou, desolado. — Agora.

E, com um estalar de dedos, o elfo sumiu.

Olívia e Hermione se entreolharam, nervosas.

OLÍVIA POTTER [5]Where stories live. Discover now