9 - A ovelha branca da família Black

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Essa casa tem mais adolescentes do que pragas.

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— Por que você acordou tão cedo? — Audrey reclamou para Olívia, que tinha sido a responsável por acordar todas no quarto.

— Ah, fala sério, eu passei esse mês inteiro lendo livros, trocando fraldas e impedindo uma criança de um ano de quebrar o pescoço, querida, estou ansiosa para brincar de Cinderela. — Olívia se defendeu, animada.

— Que livros você leu? — Hermione se interessou em saber.

Segundo a Sra. Weasley, a infestação de fadas mordentes da sala de visitas no primeiro andar era mais séria do que ela previra, então, obviamente, todos teriam que ajudar. Meia hora depois, todos já estavam na sala de visitas, um aposento comprido de teto alto, com paredes verde-oliva cobertas por tapeçarias sujas. O tapete soltava nuvenzinhas de poeira cada vez que alguém pisava nele, e as longas cortinas de veludo verde-musgo zumbiam como se nelas houvesse enxames de abelhas invisíveis. Todos estavam com caras estranhas, pois usavam um pano amarrado sobre o nariz e a boca. Cada um deles segurava um garrafão de líquido preto com um esguicho no bocal.

— Apanhem um borrifador. — Disse a Sra. Weasley, apontando para mais quatro garrafões cheios de um líquido preto, em cima de uma mesa de pernas finas. — É Fadicida. Nunca vi uma infestação tão séria: que será que o elfo doméstico desta casa andou fazendo nos últimos dez anos...

O rosto de Hermione estava semioculto por uma toalha, mas Olívia notou perfeitamente o olhar de censura que ela lançou à Sra. Weasley.

— O Monstro está muito velho e provavelmente não pôde...

— Você ficaria surpresa com o que o Monstro pode fazer quando quer, Hermione. — Disse Sirius, que acabara de entrar na sala trazendo uma saca ensanguentada que parecia conter ratos mortos. — Estive alimentando o Bicuço. Guardo-o lá em cima no quarto da minha mãe. Em todo o caso... essa escrivaninha...

Ele largou a saca de ratos em uma poltrona, depois se curvou para examinar o armário trancado, que, curiosamente, estava vibrando.

— Bom, Molly, tenho certeza de que isso é um bicho-papão. — Disse Sirius, espiando pelo buraco da fechadura. — Mas talvez fosse bom o Olho-Tonto dar uma espiada antes que o soltemos: conhecendo minha mãe, pode ser coisa muito pior.

— Você tem razão, Sirius. — Disse a Sra. Weasley.

Ambos se falavam em um tom intencionalmente leve e educado, o que era prova suficiente de que nenhum dos dois esquecera os insultos da noite anterior. Uma campainha forte e ressonante tocou no térreo, seguida imediatamente pela cacofonia de berros e guinchos que na noite anterior haviam sido provocados por Tonks ao derrubar o porta-guarda-chuvas.

— Vivo dizendo a eles para não tocarem a campainha! — Exclamou Sirius exasperado e saiu correndo da sala. Ouviram-no descer com estrondo as escadas, ao mesmo tempo que os guinchos da Sra. Black ecoavam mais uma vez por toda a casa.

"Símbolos da desonra, mestiços sórdidos, traidores do próprio sangue, filhos da imundície..."

— Por favor, feche a porta, Harry, querido. — Pediu a Sra. Weasley.

OLÍVIA POTTER [5]Where stories live. Discover now