36 - "Eu quero respostas"

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Ah, eu sempre digo quando tem algum problema, sou um livrinho aberto, você sabe.

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Olívia ergueu o olhar do livro em seu colo assim que ouviu as vozes vindas da entrada do Largo Grimmauld. Sirius, que estava sentado na cadeira ao lado, soltou um grunhido bastante canino.

— ... na cozinha, Profº Snape, vou chamá-lo para o senhor, espere alguns instantes.

Não houve uma resposta, ou pelo menos ela não ouviu uma, mas o Profº Snape logo passou pela porta da cozinha alguns instantes depois. Sirius se retesou na cadeira. Ambos se encararam com o olhar carregado de desprezo.

— Dumbledore me pediu que falasse com o Potter a sós. — Ele deu ênfase na última palavra, ainda com o olhar fixo em Sirius.

— Sou padrinho dele. — O homem argumentou em desafio, dando de ombros. — Olívia pode sair se quiser.

Como se ela fosse querer.

Snape apenas deu as costas e caminhou até a outra ponta da mesa, em silêncio. Olívia encarava entre os dois, alternando entre um e outro e admirando a determinação de ambos em evitarem se olhar, porque, enquanto que Snape encarava o armário de pratos à esquerda dela, Sirius tinha decidido que a madeira da porta era extremamente interessante e digna de observação. Okay. Olívia fechou o livro e cruzou os braços sobre ele, esperando. Quando Harry entrou na cozinha, observou os dois adultos ali com um ar confuso.

— Hã. — Seu irmão fez para anunciar sua presença.

Snape se virou para olhá-lo, o rosto emoldurado por cortinas de cabelos oleosos.

— Sente-se, Potter.

— Sabe. — Disse Sirius em voz alta, se recostando e se apoiando nas pernas traseiras da cadeira, e falando para o teto. — Acho que eu preferia que você não desse ordens aqui. É a minha casa, sabe.

Olívia e Harry se entrolharam. Um rubor ameaçador afluiu ao rosto pálido de Snape.

— Eu devia vê-lo sozinho, Potter. — Disse Snape, o riso desdenhoso crispando sua boca. — Mas Black...

— Sou o padrinho dele. — Sirius repetiu, ainda mais alto dessa vez.

Harry se acomodou na outra cadeira ao lado da de Olívia, defronte para o professor.

— Estou aqui por ordem de Dumbledore. — Continuou Snape, cuja voz, em contraposição, ficava cada vez mais baixa e sibilante. — Mas, sem dúvida, fique, Black, eu sei que você gosta de se sentir... participante.

Por que ela sentia que aquilo não ia acabar bem?

— Que é que você quer dizer com isso? — Retorquiu Sirius, deixando a cadeira recair nos quatro pés com um forte baque.

— Simplesmente que tenho certeza de que você deve se sentir... ah... frustrado pelo fato de não poder fazer nada de útil. — Snape enfatizou delicadamente a frase "pela Ordem".

Foi a vez de Sirius corar. A boca de Snape se crispou em triunfo ao se dirigir a Harry.

— O diretor me mandou dizer, Potter, que quer que você estude Oclumência neste trimestre. — E o olhar dele pulou rapidamente para Olívia antes de continuar. — A defesa mágica da mente contra penetração externa. Um ramo obscuro da magia, mas extremamente útil.

— Sei o que é. — Harry disse com a voz levemente falha. — É... mas por que agora eu tenho de estudar Oclumência?

— Porque o diretor acha que é uma boa ideia. — Disse Snape suavemente. — Você receberá aulas particulares uma vez por semana, mas não contará a ninguém o que está fazendo, muito menos a Dolores Umbridge, obviamente. Entendeu?

OLÍVIA POTTER [5]Where stories live. Discover now