CHAPTER IX

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Lowell, Indiana.
Estados Unidos.

Michael Jackson's P.O.V

Domingo
04:00am


Encarei minhas mãos trêmulas sobre o volante e desviei meu olhar para a casa à minha frente. Ela permanecia exatamente como a vi da última vez. 

A mesma pintura branca, janelas de madeira marrom adornadas com persianas floridas, e a pequena varanda com a cadeira onde meu pai costumava se sentar nas tardes de verão.

Fixei o olhar no banco ao meu lado, me deparando com meu paletó totalmente ensanguentado com um revólver descansando sobre ele. Respirei fundo, apoiando minha cabeça no encosto do banco.

Uma silhueta feminina surge na janela da cozinha e desaparece rapidamente. Forcei minha visão, tentando descobrir para onde aquela silhueta foi. No entanto, a porta principal se abre, revelando uma mulher baixa de cabelos lisos que atravessou o pequeno quintal de terra em minha direção. 

Abri a porta e sai do carro, me deparando com a mulher à minha frente. Um sorriso fraco tomou conta dos meus lábios enquanto observei cada detalhe do seu rosto: seu cabelo liso preso em um coque, algumas mechas caindo suavemente em seu rosto, sua pele de tom escuro e seus olhos castanhos escuros que me encaravam com uma expressão assustada.

Rachel Williams, uma amiga de infância de Janet e enfermeira que nos ajudava cuidando de nossa mãe. Ela era filha de um dos funcionários de meu pai e passou a infância inteira conosco, quase como uma filha de consideração para meus pais.

— Michael, o que aconteceu com você? — Encarou minhas mãos ensangüentadas.

— Eu só quero tomar um banho e lavar essas roupas — Respondi cansado, e Rachel assentiu calmamente.

Pego meu paletó e meu revólver dentro do carro, e seguindo Rachel até o interior da casa.

Subo as escadas em silêncio até meu quarto e guardo o revólver no fundo da gaveta. Entrego minhas roupas ensanguentadas para Rachel e entro no banheiro, tomando um banho logo em seguida.

Sai do chuveiro, vestindo uma calça azul escuro e uma camisa branca. Observei o dia começando a clarear enquanto enrolava uma toalha em meus cabelos.

Desço as escadas rapidamente, encontrando Rachel preparando um café na cozinha.

— Você não deveria estar dormindo? — Falei, assustando Rachel, que levous as mãos ao peito, me fazendo rir enquanto me sento à mesa.

— Que susto, seu animal! — Ela joga o pano de prato em cima de mim. — Bom, eu levei um susto ao ver seu carro parado no lado de fora e acabei perdendo o sono. — Se aproxima, colocando duas canecas em cima da mesa.

— Como ela está? — Pergunto baixinho, assistindo Rachel encher nossas canecas com café.

Ela suspira e se senta a minha frente, me fazendo cruzar os braços.

— Ela não está bem... — Respirou fundo. — Mas ela é forte. — Sorriu fraco e eu suspirei.

— Não queria que as coisas fossem assim... — Desviei meu olhar.

Chicago 1945 Where stories live. Discover now