Capítulo dezesseis

57 2 0
                                    

Regina permaneceu sentada no sofá durante um bom tempo, tentando assimilar as coisas e entender o que estava sentindo. Ela só conseguiu se mexer quando o seu celular tocou. Vendo um número desconhecido no visor, imaginou que pudesse ser Robin.

– Alô?

– Oi, Regina. É o Robin. – Ela podia ouvir o filho tagarelando por trás da voz dele. – Estamos saindo do shopping.

– Tá. Obrigada por avisar. Até já. – Rapidamente desligou, rompendo o contato. A advogada não queria que o loiro percebesse que ela havia chorado por causa de sua voz embargada.

A morena foi até o banheiro e lavou o rosto, pois a maquiagem básica que havia passado pela manhã já estava toda borrada. O rímel escorreu pelas bochechas e ela estava com uma aparência horrível. Depois, a mulher dirigiu-se até a cozinha e serviu-se de um copo de água. Quando voltou para a sala, pegou seu celular e tentou ligar para Daniel, mas o telefone do engenheiro começou a tocar e ela deu-se conta que ele não havia levado o aparelho quando saiu. Subitamente, ela levantou e jogou o celular em cima do sofá, sem perceber que Raphael e Robin já entravam na sala. O menino, ainda muito pequeno, não prestou atenção na atitude da mãe, mas Robin sim.

– Oi, mamãe.

Regina rapidamente virou-se para trás e encarou o filho, depois levantou o seu olhar para Robin.

– Desculpa. A porta tava aberta.

– Tá tudo bem. – Ela tentou disfarçar.

Raphael rumou à cozinha, mas rapidamente regressou à sala.

– Ué, mamãe, você tá sozinha? Cadê o papai?

– Ele saiu, amorzinho. Daqui a pouquinho ele volta.

A advogada falava com certa dificuldade. Então, Robin pôde perceber que ela havia chorado e estava prestes a derramar algumas lágrimas novamente. Poderia passar o tempo que fosse, mas ele jamais deixaria de reconhecer a carinha que ela fazia quando chorava ou quando prendia o choro.

– Mamãe, vou dar uma bronca nele. Ele disse que ia almoçar com você. – Regina soltou um sorriso e seus olhos ficaram ainda mais marejados – Ô, mãe?

– Hm? – Uma lágrima insistiu em cair e ela rapidamente a secou.

– Vou ao banheiro, tá?

– Tá. Fala com o tio Robin. Ele já vai embora.

O menino abraçou as pernas de Robin.

– Obrigado, tio Robin. O lanche estava muito gostoso.

– De nada, campeão. Vamos jogar bola amanhã. O que acha? Combinado? – Bagunçou os cabelos da criança.

– Combinado. – Raphael disse e se dirigiu ao banheiro.

Regina evitava o olhar de Robin, enquanto ele aproximava-se dela.

– Ei, Regina... – Fez uma pausa – Você tá bem?

– Tá tudo bem.

– Ei... – Pegou na mão da advogada.

Eles se olharam e permaneceram parados por um bom tempo. Olhando mais de perto, Robin agora podia afirmar: ela havia chorado. Talvez bastante. Era óbvio que acontecera alguma coisa, mas ele não queria ser invasivo e limitou-se a manter contato visual. Regina não tirou a mão após o toque de Robin, reação que o deixara feliz. Assim, pôde senti-la perto novamente, pelo menos um pouquinho. O fotógrafo acariciou a mão da advogada com o polegar. Ambos estavam mexidos, totalmente anestesiados pelo momento, que foi interrompido por um grito de Raphael.

The Way Back To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora