Capítulo trinta e sete

70 3 14
                                    

Quatro semanas depois...

– A mamãe não vai tomar café da manhã com a gente?

– Boa pergunta, campeão.

Levantando-se da mesa, Robin pediu ao enteado que aguardasse, pois iria até o andar de cima chamar Regina, que estava no quarto. Chegando ao ambiente, o loiro encontrou a esposa terminando de se arrumar, pronta para mais um dia de trabalho. Ele franziu a testa. Ela se sentou na beirinha da cama e calçou um scarpin preto, assim como o vestido social que usava. Quando a morena se viu pronta, ela se levantou. Ao fazê-lo, viu o esposo parado junto ao batente da porta.

– A Mariana já chegou?

– Não. Ela disse que vinha trabalhar hoje?

– Por que não viria?

– Amor, hoje é...

– Tô super atrasada. Não posso conversar agora, querido.

Regina o interrompeu, saindo do cômodo. Ao passar por Robin, beijou-lhe os lábios num toque casto, descendo as escadas em seguida. Sem entender, o fotógrafo a seguiu.

– Ô, mãe?

– Hm?

– Você não vai tomar café com a gente?

– Não vai dar tempo. Tô atrasada.

Ela se serviu de suco de laranja e bebeu o líquido da maneira mais rápida que conseguiu. Robin chegou à cozinha logo depois da mulher e voltou a se sentar ao lado de seu enteado.

– Pra quê? Aonde você vai?

– Rapha, a mamãe vai trabalhar.

Regina respondeu apressadamente. Ela apoiou o copo que usara na pia, virou-se, mandando beijos no ar para o marido e o filho e se encaminhou à porta de casa. Robin sussurrou, indagando:

– No sábado?

Raphael deu de ombros.

Antes mesmo que a mulher saísse, esta foi surpreendida ao pisar num cocô de Milo. Ela não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Como se já não bastasse estar atrasada, tudo parecia acontecer para atrasá-la ainda mais. A morena bufou. Quando o cheiro de fezes invadiu as suas narinas, pareceu impossível manter-se calada. Regina deu um berro, fazendo Raphael e Robin se levantarem rapidamente e irem ao seu encontro. A advogada olhou para o filho como se o quisesse fuzilar. Colter tentou se explicar, mas a mãe não quis escutá-lo.

– Limpa isso, por gentileza.

– Mãe, eu não...

– Não quero ouvir. Limpa o chão e o meu sapato, por favor. – A criança anuiu. Os olhinhos castanhos do menino ficaram marejados instantaneamente – Vou colocar outro par.

De maneira seca, Regina disse, subindo as escadas em seguida e rumando ao quarto novamente. Prestes a explodir, a mulher cuspia reclamações por entre os dentes, ao mesmo tempo em que procurava outro par de sapatos para usar. A rotina pesada no escritório mal a deixou perceber que era sábado e que ela não precisava trabalhar naquele dia.

O loiro adentrou o cômodo devagar, ainda sem saber se a morena não o viu realmente ou fingiu que ele não estava ali. Robin limpou a garganta, o que fez com que finalmente ela lhe dirigisse o olhar.

– Por que você falou com ele daquele jeito? Tadinho, Regina. Ele tá todo cabisbaixo.

Regina sorriu, num gesto carregado de sarcasmo.

– Então agora você quer dizer como devo falar com o meu filho?

Robin nem conseguiu responder. Ele apenas levantou as sobrancelhas e assentiu afirmativamente usando a cabeça, colocando a língua no interior da bochecha. De repente, Regina se deu conta de que passou do ponto. Ela disse:

The Way Back To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora