Capítulo vinte

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– Mamãe, posso escolher o que eu quiser?

– O que você quiser.

Raphael segurava o cardápio da lanchonete Granny's nas mãos enquanto escolhia o que iria pedir. Robin convidou Regina e o filho para almoçar, pois queria compartilhar uma novidade com os Colter.

– Tio Robin, o que você vai comer?

– Hambúrguer. Adoro o sanduíche daqui.

– Eu também. – O menino fechou o cardápio e o apoiou na mesa – Mamãe, vou querer um hambúrguer igual ao do tio Robin.

– Então vão ser três, porque eu também quero. Não deveria, mas agora fiquei com vontade.

– E para beber? – Ruby anotava o pedido deles.

– Três refrigerantes, por favor.

– É pra já. – A garçonete sorriu e se afastou.

– Conta, Rob. Você me deixou curiosa.

– O dono da revista onde eu trabalhava me ligou.

– O dono, tio Robin? – A criança arregalou os olhos.

– Pois é. Eu nem sabia que era tão importante assim.

Os três riram.

– Que convencido!

Regina sorriu. O seu olhar encontrou o de Robin. Foi difícil dispersar. O momento de transe foi interrompido por Ruby, que trouxe os refrigerantes que foram pedidos. A morena continuou:

– E o que ele queria? Imagino que tenha sido algo importante pro dono da marca se dar ao trabalho de ligar pra você. Senão, certamente mandaria uma secretária ou algo do tipo.

– Pasmem: ele quer que eu volte a trabalhar pra ele.

– Em Nova York?

– Sim.

– Então você vai embora, tio Robin?

Os olhos de Raphael ficaram marejados automaticamente.

– Não, Raphinha. O tio não vai.

Locksley esticou a mão e Colter fez o mesmo gesto. O loiro acariciou a mão do menino, o que o fez se tranquilizar. O fotógrafo continuou:

– Eu agradeci o contato, mas disse que teria que recusar. Expliquei a situação do meu pai, ele disse que a oferta permanece, que a capa é mensal e eu teria que ir pra lá apenas uma vez por mês.

– Ele gosta mesmo do seu trabalho, hein? – Robin sorriu – Parabéns, Rob. Fico feliz por você.

– Eu não.

– Raphael Colter, o que é isso? – Regina repreendeu o filho e depois olhou para o loiro – Desculpa, Robin.

– Vou sentir a sua falta, tio. Ainda que seja uma viagem rápida.

– Ai, meu Deus! Senta aqui. Deixa eu te dar um abraço bem apertado?

Robin bateu no banco para Raphael sentar ao seu lado. O menino abraçou o loiro fortemente.

– Vou sentir saudades.

– Eu também, Raphinha, mas vai ser rápido. Bem rápido. E logo o tio volta.

– Promete?

– Prometo. E prometo ligar pelo FaceTime pra gente se ver e conversar, tá bom?

– Tá.

***

Uma semana depois, Robin embarcou para Nova York a trabalho pela primeira vez. O seu apartamento permaneceu fechado aos cuidados de Will, um vizinho que ficou encarregado de levar uma faxineira ao local com regularidade. Locksley tinha planos de alugar o imóvel, mas, agora com a proposta de trabalho, decidiu manter o imóvel para quando precisasse estar na cidade.

The Way Back To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora