Imoral

Capítulo 07 - Inquietação

"Quero você, noona."

Tais palavras me fizeram estremecer.

A convicção em sua voz, o desejo que transparecia através da pele e o espaço cada vez menor entre nós dava-me certeza de apenas uma coisa: eu queria transar loucamente com o garoto.

Poderia ser errado, antiético ou o que fosse. Mas a tentação de tê-lo e senti-lo dentro de mim, fundo e gostoso, era maior do que a minha consciência naquele exato momento. Muito maior.

A mão de Jimin resvalou na pele sensível do meu pescoço até alcançar a nuca, onde, com os dedos, prendeu suavemente os fios do meu cabelo de forma que pudesse erguer minha cabeça.

Observamo-nos outra vez, como se estivéssemos entrando num consenso de que ambos queriam aquilo há muito tempo, e, subitamente, sua língua quente e extremamente deliciosa encontrou meu pescoço em chupões e beijos indecentes. Dominada pelo tesão, apertei seu membro com alguma firmeza, ganhando um gemido profundo e levemente rouco em troca. Foi quando percebi como àquele som era infinitamente melhor de perto. Estava enlouquecendo de vontade.

— Sophia...

Levantou minha saia até a altura da cintura e, num impulso, pegou-me nos braços. Enlacei as pernas em torno dele e senti perfeitamente sua dureza friccionando em meio as minhas carnes.

O tecido fino da cueca apenas contribuía na excitação alucinante que se apossava de mim.

— Noona...

Jimin moveu os quadriis de encontro aos meus, como se estivesse penetrando, e ambos arfamos.

— Quero entrar logo em você. — repetiu com mais força e voltamos a gemer — Posso?

No segundo em que estava prestes a jogar o restante da minha parca sanidade no lixo, àquela familiar voz grave chamou por nós, trazendo-nos de volta à realidade. Era o Namjoon.

Arregalei os olhos e, numa velocidade assustadora, me desvencilhei dos braços da praga. Firmei as pernas do jeito que fui capaz, considerando que ainda se encontravam bambas, e respirei.

— Pelo jeito, não é hoje que vou conseguir satisfazê-la com outra coisa. Uma pena. — sorriu de canto e afastou-se, acariciando meu rosto uma última vez — Melhor ir para o banheiro, não quer que o hyung te veja assim, não é?! Vou me arrumar, afinal, acho que estamos atrasados.

Sacudi a cabeça como um bonequinho e o sorriso largo tomou conta de seu rosto.

Ah, eu o odeio!

Ajeitei minhas roupas e corri rumo ao banheiro, batendo a porta com certa força, e não demorou até que os passos de Namjoon ressoassem no corredor. Provavelmente em busca de nós dois.

— Passou perto...! — suspirei aliviada.

Agradeci as forças do universo a sorte de não termos sido pegos no flagra.

Encarei meu reflexo no espelho enquanto tentava normalizar a respiração e colocar a mente em ordem. Joguei água no rosto, cheguei ao ponto de enfiar a cabeça debaixo da torneira, só que foi em vão. Nada fazia com que eu esquecesse os toques tão ardentes daquele maldito garoto.

Sua língua, seus dedos, seus olhos cheios de malícia...

Meu corpo reagia somente por lembrar e, de novo, eu desejava ter Park Jimin por completo.

Sério, o que raios havia acontecido, afinal?

Mesmo ciente do que aquilo significava, sucumbi a Jimin sem qualquer dificuldade, deixei que fosse adiante e não senti um pingo de arrependimento enquanto era chupada por ele. Só permiti ser levada e, se RM não tivesse aparecido, com certeza estaríamos fodendo igual a dois animais em sua cama – ou qualquer outro canto que parecesse bom. Porque a verdade era que eu o queria desde o começo. Porém, devido a uma série de fatores, tive que conter meus anseios.