Capítulo 25 - Roda Gigante

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Desacreditada com o que acabara de ouvir, fitei Jimin que secava os cabelos, e indaguei:

— Então você estava me vigiando?

— Observando. É diferente. — soltou com o maior cinismo do mundo.

Nós nos encaramos um instante. Ele ergueu as sobrancelhas e, vendo que eu não acreditaria tão facilmente naquela "desculpa" um tanto esfarrapada, tratou de justificar:

— Estou dizendo a verdade. Até porque, cheguei na área da piscina antes de você.

— Jimin...

— Noona. — começou a rir e sabe-se lá por qual motivo — Por que é tão desconfiada?

— Preciso mesmo dizer o porquê?

Park mordeu o lábio inferior e rodeou meu pescoço com a toalha, puxando-me levemente de encontro a ele. Ergui a cabeça para fitá-lo e recebi um beijo quase carinhoso na boca.

— Adoro esse seu temperamento. — pousou sua testa na minha — Adoro muito.

— Mentiroso.

Inconscientemente, um sorriso se formou em meus lábios, e o abracei sua cintura.

Queria tê-lo mais perto.

Jimin segurou meu rosto e lentamente uniu sua boca a minha. Senti meu coração acelerar. "Tum tum, tum tum". Batia tão rápido que, por um segundo, pensei que teria um treco.

Ele consumia meus lábios, minha língua, e, estranhamente, aquele beijo não se transformou em algo selvagem como todas as vezes. Ao invés disso, era muito sutil e caloroso, e tudo o que eu desejava naquele momento era que nunca nos separássemos.

Abri os olhos devagar e Park continuava com os dele fechados. Respirava ofegante e, outra vez, apoiou sua testa na minha. Algo parecia errado. Não só comigo, mas com ele também. Permanecemos daquele jeito mais alguns minutos, em completo silêncio, e, assim que nossos olhares se encontraram, foi impossível não compreendermos o óbvio.

Estávamos muito encrencados.

— Sophia, eu... — Jimin suspirou e quebrou nosso contato visual.

Assisti suas bochechas corando bem de perto. No fundo, talvez eu soubesse o que buscava dizer por trás de tanto constrangimento, e uma ansiedade esquisita tomou conta de mim.

Quase desejando ouvir, porém, aquilo não podia acontecer com nenhum de nós.

Ciente de que era melhor interromper qualquer coisa que nos levasse para um caminho sem volta, dei uma risada fingida, e lancei a justificativa mais ridícula possível:

— Eu ainda quero explicações. Não pense que esqueci o fato de ter sido vigiada.

Jimin olhou.... Me olhou... E sorriu daquele jeito debochado de sempre.

Mais do que isso. Notei seu "obrigado" em meio ao gesto. Pois, assim como eu, o garoto também sabia que, no momento em que aquelas palavras surgissem entre nós, não teríamos mais escapatória à não ser admitir o que já era inegável para ambos.

— Droga! Pensei que conseguiria enganá-la.

— Pensou errado. — me afastei ainda rindo (de nervoso) e, com a mesma toalha, comecei a secar os cabelos. Sentei no banco do vestiário e reiterei — Vamos. Pode falar.

— Primeiro: deixe que eu faço isso para você. — puxou a toalha de minhas mãos e, sem saber o que fazer de tão surpresa, continuei fitando-o. Ele sorriu e deitou a cabeça para o lado de um jeito engraçado — Só vou secar seus cabelos, Sophia. Algum problema?

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