Capítulo 18 - Mundo

1.4K 165 56
                                    

Fiquei encarando o garoto diante de mim, sem saber ao certo o que responder. Ele me pegou de surpresa ao aparecer de repente e mais ainda com o que pediu. Embora eu tenha dito que eles poderiam me procurar para o que precisassem, sendo sincera, isso não estava necessariamente na lista. Por essa razão, dar-lhe uma resposta se fez bastante difícil.

— Por que não leva um dos meninos? — indaguei.

— Por favor, noona, você é a única que pode ir comigo.

Abaixou o olhar, envergonhado, e suas bochechas coraram mais do que tomates. Ele abriu a boca e hesitou. Hesitou tanto que eu mesma comecei a ficar nervosa; ele balbuciou:

— E além disso... Ahn, eu.... Eu preciso de uma opinião feminina.

— Opinião feminina? — levantei as sobrancelhas.

Sério que logo ele estava pedindo ajuda com isso?

Encaramo-nos um longo instante e, por fim, a "carinha pidona" de Seokjin acabou me convencendo. Respirei fundo e concordei. O sorriso que ele abriu foi um misto de alivio e animação. Qual era o problema em acompanhá-lo nas compras, afinal? Nenhum.

— Certo, certo. — suspirei, complacente, e ele manteve o sorriso — Que horas saímos?

— Daqui a uma hora. O que acha?

— Tudo bem. Nos encontramos no hall?

— Ótima ideia.

E, num consenso mutuo, encerramos a inusitada conversa e tomamos rumos diferentes.

Eu tinha acordado cedo, pois, gostava de ir à academia do condomínio pela manhã. Quase não havia gente àquele horário, em especial, não havia um tal de Park Jimin para me desviar dos exercícios. O dia se desenrolava normalmente até o momento em que subi e deparei com Jin observando de modo apreensivo a porta do meu apartamento. Admito que encontrá-lo acordado àquela hora e ainda por cima em um domingo foi surpreendente.

Mas não tanto quanto o que ele veio pedir.

Assim que entrei no apartamento, fui direto para o banheiro, onde tomei uma bela ducha. Transpirei tanto que, sinceramente, Jin foi guerreiro em ficar ao meu lado; em seguida, no entanto, disparei para a cozinha e me enterrei na comida. Ainda me perguntava o motivo de ir à academia sendo que, logo depois, eu voltava e comia tudo o que queimei.

Bom, acho que essa era a lógica, me exercitar para comer.

Desci para o hall pouco antes do horário marcado e mal reconheci o garoto encostado em uma das pilastras próximo à saída. O analisei de cima a baixo, e acabei sorrindo quando se aproximou. O boné e a máscara que usava lhe deixavam bem "escondido".

— Está fugindo de quem? — perguntei divertida — Da máfia?

— Ainda pior. — ajeitou o boné — De prováveis perseguições.

— Onde iremos?

— Ainda não sei. Estou em dúvida.

Assenti e começamos a andar. Um táxi estava a nossa espera nos portões. Ele abriu a porta e, como um perfeito cavalheiro, pediu que eu entrasse primeiro. Agradeci sorrindo.

Achei uma atitude muito bonitinha.

— O que irá comprar?

— Um.... Presente.

— Presente? — encaramo-nos e Jin ficou novamente corado. O taxista ainda aguardava que disséssemos o destino, porém, só pedimos que rodasse enquanto decidíamos o lugar — Ah, desculpe a intromissão, mas presente para quem? Não me diga que é para...

ImoralDonde viven las historias. Descúbrelo ahora