Capítulo 44 - Último

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Eu, inevitavelmente, comecei a evitá-lo.

Não era minha intenção, porém, aquela conversa e a situação em si, contribuía para que a culpa crescesse e ficasse ainda pior a cada dia. Eu deveria ter contado, tanto para o Jimin como para os outros também, e, no fundo, sabia que estava errada. Se tivesse sido honesta desde o princípio, talvez aquilo não acontecesse. Mas somente imaginar que, possivelmente, ele não estaria comigo era o bastante para fazer meu coração protestar.

Eu estava entre a cruz e a espada.

Os rapazes terminavam de ajeitar as fardas da apresentação: policiais. Se fosse em outro momento, certeza que estaria babando e tendo os sonhos molhados com Jimin vestido naquela roupa. No entanto, seguindo letárgica daquele jeito desde o ocorrido, sequer dei atenção para o figurino. Só conseguia pensar em encontrar um meio de resolver as coisas.

— Noona?

— Huh?! — ergui o rosto e deparei com Namjoon — O que foi?

— Já podemos entrar?

Fiz uma careta, resmungando alto, o que chamou a atenção dos demais.

— Desculpe! Esqueci de ir até a sala da produção para confirmar. — levantei rapidamente do pequeno sofá e segui da mesma maneira até a porta — Fiquem prontos. Não demoro.

"Idiota!", repreendi a mim mesma enquanto corria para verificar se tudo estava pronto.

Precisava me esforçar mais para manter a calma. Outra vez, permiti que os sentimentos atrapalhassem minhas responsabilidades, e era questão de tempo até que alguém descobrisse que estava com problemas. Pior que essa pessoa era sempre o Jimin. Omissão e mentira sempre foram pontos muito distintos, mas, infelizmente, eu teria de optar pela segunda opção e agir normalmente. Afinal, já estava praticando a primeira e muito bem.

— Ei! — uma voz deteve minha maratona e, assim que olhei para trás, avistei uma moça caminhando apressadamente ao meu encontro — A senhorita é a manager do BTS?

— Sim, sou eu. — respondi, ofegante.

A garota sorriu e deu espaço para que eu me recuperasse; indaguei:

— Por quê?

— Só queria avisá-la que os portões foram abertos e o grupo entra em dez minutos.

— Ah, okay. — sorri, agradecendo.

Curvando-se, a moça se afastou, seguindo para o lado contrário do meu. Sozinha no corredor, encostei na parede e suspirei ao encarar o teto uns segundos. Era pedir demais que as coisas dessem certo? Que eu pudesse ficar com o meu garoto sem empecilhos?!

Por que a vida não podia ser mais fácil?

Observei os meninos na bancada, respondendo às perguntas da mídia local e logo começou a sessão de autógrafos e o high-five com as fãs. Os Bangtan distribuíam sorrisos e mais sorrisos, e, a cada vez que meus olhos cruzavam com os de Jimin, minha pulsação acelerava. Apesar de sentir certo desconforto ao vê-lo tão à vontade com outras garotas, sabia que não passava de uma bobeira, afinal, pertencíamos um ao outro. Ele era meu.

Pelo menos, até onde o escrúpulo permitia.

Após um longo e exaustivo dia, mais do que os anteriores, sentei na cama e decidi checar os próximos compromissos no Japão. No final do mês, embarcaríamos para Hong Kong, onde aconteceria o último show da turnê 'BTS LIVE TRILOGY 'Episode II. The Red Bullet' e, finalmente, os rapazes teriam seu merecido descanso. Ao menos, foi o que Si-hyuk disse. Torcia para que não os incluísse em mais participações na televisão.

ImoralWhere stories live. Discover now