Capítulo 7 - Certezas

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E bora lá para mais um capítulo pessoinhas. Voltamos para o ponto de vista de Renesmee. Boa leitura 😘


Música que inspirou esse capítulo: Equalize - Pitty

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Não foi a primeira vez que eu me pegava pensando em como era difícil ser vampiro algumas vezes. Essa era uma das poucas coisas que eu desejava ser mais humana: sentimentos. Tudo para nós - e nesse quesito eu me incluía totalmente - era ampliado. Seja sensações, habilidades ou emoções. Nós sentíamos demais, amávamos demais. Por isso me perguntava como deveria ser difícil além de ser vampiro, ser pai e mãe. Já havia lido diversas vezes, via filmes que retratavam e até mesmo presenciei com meus próprios olhos o amor da paternidade humana. Sabia que era algo que eu nunca senti, obviamente, mas uma coisa eu tinha certeza: para os meus pais deveria ser dez vezes bem pior, até esmagador, sustentar esse sentimento todo. Por isso eu estava me sentindo tão mal naquele avião, vendo minha mãe quase quebrando a poltrona da área vip ao tentar se controlar e não vir até mim e me afogar com suas perguntas.

Eu os conhecia bem o suficiente para saber que estavam doidos para conversar comigo há dias. Edward já tinha lido minha mente, via que eu estava prestes a ceder, então não fazia sentido enrolar por mais tempo.

Meu pai conhecia muito bem a minha essência, quem eu era de verdade. Nosso relacionamento sempre foi muito mais mental do que físico, então eu me sentia livre para compartilhar todos os meus segredos e ele sempre era muito compreensível e amável. Não poderia existir pessoa melhor para estar na minha mente. Óbvio que se pudesse escolher, iria preferir a privacidade, mas fazer o quê.

Mas com minha mãe era diferente, ela era uma espécie de criatura beatífica para mim. Como não me dobrar em adoração a alguém que havia aceitado com facilidade abrir mão da própria vida, do amor de sua existência que era meu pai, para me dar a luz? Ela era tudo o que eu jamais seria e também quem eu mais queria ser. Então era difícil para mim me abrir tanto. Quando se tem uma pessoa tão incrível e maravilhosa como mãe, é constrangedor expor seus defeitos.

Com isso em mente, me ajeitei desconfortavelmente na poltrona quando ela veio se sentar ao meu lado.

- Um dólar por um sorriso - disse ela depois de tirar uma mecha de cabelo do meu rosto.

Tentei esboçar um sorriso, mas deve ter saído bem falso porque ela deu uma risadinha.

- Valeu a tentativa. E então, ansiosa para as aulas amanhã?

Bufei.

- Vai logo ao assunto mãe, você nunca foi boa em puxar papo.

Ela suspirou e depois começou a ajeitar os babados do meu vestido.

- Seu pai me contou sobre o beijo.

- Claro que contou - revirei os olhos.

- Sinceramente você deveria estar acostumada a essa altura, eu sempre obrigo seu pai a me contar tudo.

Dei de ombros, um claro sinal de "fazer o quê".

- E então, foi bom?

A olhei horrorizada.

- O quê? É isso que você quer saber?

- Sim - e deu de ombros.

Será que ela tinha esquecido que eu era sua filha e não uma colega de escola, como aparentava ser?

- Não vai perguntar onde estou com a cabeça por beijá-lo? Olá, é de Jacob Black que estamos falando mãe, o meu babá.

- Ele deixou de ser seu babá há muito tempo, querida.

Sol Do Meio Dia - A História De Jacob E RenesmeeWhere stories live. Discover now