Capítulo 9 - Impossível

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Natal de 1980

Tudo parecia estar lento. Os dias se passavam devagar, uma hora parecia ter três; até a neve caia devagar durante aquele tempo de inverno. Era noite do dia 24 de dezembro e as ruas, sempre movimentadas de bruxos e bruxas de todas as idades, se encontravam vazias. Algumas casas, antes sempre decoradas para as comemorações, agora estavam invisíveis para qualquer um que não fosse autorizado a ver.

As lojas do beco diagonal abertas podiam se contar nos dedos, ou pelo menos, abertas por tanto tempo durante o dia. O único lugar seguro - além de Hogwarts - para bruxos que ousavam desafiar o Lorde das Trevas, era a Londres trouxa, com suas lojas de bugigangas, eletrônicos, discos, etc.; e mesmo assim não era recomendável bruxos saíram por aí à noite.

Até mesmo o Natal parecia ter perdido um pouco sua cor para a comunidade bruxa, algo que antes deixava qualquer um esquecer aquela porcaria de guerra que estava acontecendo. Porém não era mais possível ignorar tudo que ocorrera; os ataques, os confrontos, as mortes...

Nem a risada e o sorriso banguela de Harry Potter conseguia animar os Marotos em certos momentos. Tudo que conseguiam pensar era no funeral de seus amigos ou se em algum dia, estariam eles indo nos funerais uns dos outros. Pedro até se absteve de ir ao último - de Benjy Fenwick, o qual apenas pedaços do corpo foram encontrados.

Entretanto, os Marotos e Lily, com aquela dor no coração habitual, decidiram ignorar tudo isso. Sirius ajudava Tiago a escolher algum disco descente na casa dos Potters em Godric's Hollow, enquanto Pedro dizia: "Tudo menos Queen". Já Lily e Remo preparavam o chá, logo depois do jantar da véspera de Natal.

- Então... vocês já se acertaram? - a ruiva perguntara ainda na cozinha.

- Como assim...? - o lobisomem indagou um tanto nervoso, quase derrubando o bule fervendo.

- Você e Sirius. Vejo que vocês andam estranhos - havia um tom triste em sua voz - e depois daquela briga depois da reunião da Ordem... quando Dumbledore falou com você...

- Oh - ele realmente não queria ter aquela conversa, mesmo com Lily - ainda estamos... é complicado.

- Sirius é um idiota - ela constatou - e você é orgulhoso.

- Nada de novo - murmurou sem humor.

- O que eu quero dizer é: não temos tempo para brigas e desentendimentos, Remo. Estamos em guerra e amanhã ou depois podemos... você sabe - Lily apertou os lábios, como se dizer a palavra "morrer" fosse doloroso.

- No final vai dar tudo certo - o castanho tentou sorrir.

Na sala de estar, Tiago e Sirius pareciam estar tendo a mesma conversa - enquanto Pedro ia ao banheiro pela terceira vez na noite.

- Olha, Almofadinhas... não sei o que está acontecendo com você e Aluado, mas não acha que está na hora de resolver?

- Estamos bem - Sirius bufou, tomando um gole de Whisky de Fogo.

- Eu conheço vocês há quase 10 anos, cara. Não gosto de ver meus melhores amigos desse jeito, ainda mais eles sendo noivos - respondeu, ajeitando uma foto bruxa de Harry em cima da lareira.

- Ele só... não sei se me conta tudo.

- Claro que conta, Remo não esconderia nada de você.

- Exceto que esconde. Por acaso ele disse algo sobre as missões que faz pra Dumbledore? - Tiago pareceu hesitar - viu, ele também não conta pra você.

- Talvez... só talvez... ele não possa contar? Veja bem, você também não contou durante uma semana aquela coisa estava fazendo pro Moody.

Todos os Nossos Feriados - WolfstarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora