13| I Want Her.

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Para melhor apreciação, leia com o fundo negro.

1842
Inicio do século XIX

Os lábios dela estavam gelados. Um típico sinal de terror. Sinal de quem está experienciando o medo.
Minha intenção era apenas senti-la. Aproveitar-me da situação. Mas sua boca me segura, seu gosto me prende a continuar sentindo a suavidade de seus lábios rosados. O medo dela é tão deslumbrante. O jeito como ela tenta soltar suas mãos, o jeito como me nega, é unicamente estonteante.
Segurei seus pulsos juntos com apenas uma mão, e dedilhei seu rosto suavemente com a outra.
Analisando cada sarda em suas bochechas rodadas, cada cílio úmido pelas lágrimas que caminhavam por seu rosto apavorado.

- tão... bela...

Sussurrei entre os dentes admitindo derrota quando a soltei.
Eu não consegui. Feri-la. Eu não poderia, certo?
Como poderia? Uma mulher tão bela. Uma mulher que me agrada. Que me atrai.
Como eu poderia machucar alguém como minha enfermeira? Isso é tão curioso. Eu jamais me recusei a fazer algo que desejasse tanto.
Afastei-me dela com pressa, confuso. Perguntando-me o que poderia estar havendo comigo. Afinal, minha mente sempre foi quebrada, exatamente como um vidro fragmentado, impossível de se concertar, ligar os pedaços ou qualquer merda que seja. Não da pra concertar alguém como eu. Então por que estou exitando? Eu quero machuca-la, sentir meu corpo chocando-se contra o dela, ouvir ela gritar... eu preciso. E como eu preciso, mas... não posso.

Ela correu de mim. A porta de aço se chocou tão forte que ecoou pelo quarto.
Eu nunca fiquei tão intrigado... jamais havia me afastado de uma mulher dessa forma.

Sentei-me no chão encostando-me no ferro frio das barras da cama. Observei a porta enquanto lembrava-me de cada minúcia de seu rosto. Seus lábios eram tão macios, tão rosados, não era como o de outras mulheres que tomei... não... eles eram mais suaves, como se nunca alguém tivesse os tocado antes.
Talvez eu tenha sido o primeiro.

Sorri com tamanha euforia.

Eu posso ter sido o primeiro a beijar minha enfermeira.
Seus lábios se entregaram a mim. Agora apenas eu posso toca-los, senti-los, morde-los...

- ooh... - arfei idealizando o seu sabor outra vez.

Eu preciso disso de novo. Preciso tê-la em meus braços mais uma vez.

Levantei-me indo até as grades da porta, segurando-as enquanto tentava observar o lado de fora, procurando-a.
E lá estava ela.
No fim do corredor, ofegante, reclinada contra a parede.
Sua mão direita estava sobre o peito. Seu coração deve estar tão acelerado, que graça.

Sorrio.

- Enfermeira... - chamei por ela, não conseguindo tirar o sorriso dos lábios. - Eu sinto muito... eu perdi o controle.

Ela olhou em direção a porta assustada, seus olhos se arregalaram, e novamente, ela correu...

- não fuja de mim! Por favor... deixe eu me explicar... - acabei rindo. - eu não consegui resistir a você! Devia levar como um elogio.

Ela não voltou... mas vai voltar, ela virá me ver, virá ficar comigo, ela sempre volta pra mim.
Agora, mais do que nunca, quero os seus cuidados. Quero o seu cheiro no quarto, os fios de seus cabelos entre meus dedos, sua pele contra a minha pele.

Eu quero.
Eu quero tudo.
Eu quero ela.

~"~

Voltei bbs 😁

+16 | CASO N° 44 | Bill Skarsgård - Dark RomanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora