Procura-se marido que goste de criança XLI

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Naruto fazia um exercício vocal, enquanto aguardava o início da apresentação. O frio na barriga era comum para artistas, mas ele estava se sentindo um pouco mais nervoso naquele momento. Tudo o que ele fez e trabalhou desde então, se concretizaria naquele palco. Por isso, a ansiedade o deixava mais nervoso do que o habitual, mas também havia um desejo enorme de mostrar para o mundo a sua arte.

Embora também existisse um gostinho de querer mostrar-se para todos aqueles que duvidaram dele. No fim, quando foi chamado no camarim, Naruto esqueceu-se dessas pessoas e a única coisa que ele pensou naquele momento foi na reação de Tamaki ao vê-lo caracterizado como o mestre.

Ele sorriu, querendo poder falar novamente com Sasuke antes de subir ao palco, mas seu celular estava desligado dentro da mochila. Ele chegou cedo ao teatro naquele dia, justamente para poder se concentrar e fazer a carecterização. Foram duas horas sentado na cadeira para a maquiagem e o cabelo, para que ele se tornasse o personagem principal da trama.

Naruto usava uma peruca de fios longos em um tom branco acinzentado, a maquiagem o envelheceu alguns anos, o primeiro ato estava cheio de músicas e sequências de batalhas. O segundo ato era todo voltado para as aventuras do personagem que Gaara interpretava, até eles se reencontrarem no terceiro ato e culminar no desfecho dramático da história.

Aquele musical era muito complexo, a história falava sobre o amor, mas também sobre resiliência e persistência. Seu personagem era retratado como alguém frio e solitário, mas que se tornou assim justamente por causa de eventos trágicos em sua vida.

Naruto fechou os olhos, respirando fundo, enquanto o figurinista arrumava a roupa dele, um haori branco sobre os ombros. A cabeleireira mexia em sua peruca, e logo depois, o maquiador fez os ajustes finais. A primeira cena do musical era uma música solo, onde mostrava a rotina solitária do mestre que vivia nas montanhas.

Naruto foi suspenso pelos cabos de aço nos bastidores do palco, ele desceria pelo cenário, quando as cortinas se abrissem. A posição era desconfortável, precisava parecer que estava meditando em uma nuvem flutuante. Seu controle muscular e a respiração foram a chave para a cena se desenrolar perfeitamente.

As luzes dos holofotes eram de um tom azul frio, que simbolizava a tristeza do mestre. Naruto não conseguia ver as pessoas na plateia, ao abrir os olhos e começar a cantar, ele viu apenas as luzes refletirem em seu rosto. Era como se ele estivesse realmente sozinho, não conseguia distinguir nem uma sombra.

Sua voz soou pelo teatro com facilidade e emoção. Ele podia sentir o coração bater acelerado conforme se aproximava do desfecho final da música e então a plateia vibrou em aplausos e as luzes mudaram para um toma mais amarelado como o nascer do sol, onde Naruto pode ver as pessoas em seus lugares.

Ele estava muito concentrado para pensar em qualquer outra coisa, senão na emoção daquele momento.

As sequências foram encenadas de maneira fluída, as músicas cantadas dentro do tom, embora Naruto tivesse quase certeza de ter desafinado em um refrão. Quando o primeiro ato acabou, era hora de Naruto retornar ao camarim.

— Eu fiquei arrepiada quando eles aplaudiram, deu para ouvir daqui. — A assistente do maquiador falou, enquanto Naruto sentava-se na cadeira. Ele sorriu e agradeceu a garrafa de água que ofereceram.

Gaara trocou algumas palavras com ele, dizendo que estava nervoso. Naruto desejou boa sorte, e que tudo ficaria bem.

Naruto não havia comido muito pela manhã, apenas uma salada de frutas que Sasuke preparou. Logo em seguida, ele se despediu e seguiu para o teatro. E mesmo que tivesse algumas coisas para comer no camarim, Naruto não estava com fome, preferiu manter a concentração.

Procura-se marido que goste de criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora