Procura-se marido que goste de criança

Procura-se marido que goste de criança IV

Naruto não imaginava que Kiba ficaria tão chocado quando contou que se casaria. O amigo morava agora em Tóquio, mas viajava para Osaka sempre que possível para visitar a mãe e a irmã. Assim que se encontraram, e Kiba perguntou as novidades, Naruto logo foi falando que conheceu alguém especial e se casaria. Estava divertindo-se com a ideia de pregar uma peça no amigo, mas acabou ficando preocupado com todas as perguntas que Kiba começou a fazer sobre Sasuke e como eles viveriam. Principalmente por ele ter uma filha. Kiba gostava de crianças, e era exatamente por saber como as crianças eram, que ficava preocupado.

Afinal de contas, Naruto trabalhava como namorado de aluguel para pagar as contas. Que criança entenderia um emprego desses?

— Ele é divorciado?

— Não, eu acho que não chegou a casar, a menina não conheceu o pai. — Naruto respondeu, mexendo o canudo no copo de Tea Hub de maçã verde. — Aliás, eu ainda não a conheço.

Naruto e Kiba caminharam pela calçada. Se conheceram em uma agência de modelos quando eram mais jovens, a princípio, eram rivais porque sempre disputavam os mesmos papeis. Mas, depois, quando baixaram a guarda e decidiram se conhecer, fizeram amizade imediatamente.

Sentaram-se em um banco de praça púbica, enquanto Kiba contava sobre os bastidores da novela que ele estava atuando. Dessa vez, não disputaram o mesmo papel, já que o papel ao qual ele fazia parecia ter feito sob medida.

— Você não é o único que está apaixonado. — Kiba falou, sorrindo animado com a conversa mudando de rumo e dando destaque para ele. É claro, ele era sempre muito expansivo e gostava de ser a atração.

— Encontrou finalmente alguém que te atura? — Naruto bebeu o chá, sugando as bolinhas pelo canudo e recebendo um empurrão do amigo.

— Ele não apenas me atura, como também me ama. — O sorriso aumentou, de forma orgulhosa. — Ele vai chegar domingo, vou apresentá-lo para minha família.

— Então está sério mesmo? Fico feliz por você. — Naruto falou sincero.

— E você, esqueceu mesmo o Shikamaru? — O amigo perguntou, olhando-o com uma expressão um pouco mais séria. — Alguns meses atrás você ainda estava confuso sobre essa história de darem um tempo, agora me diz que vai se casar com um cara que conheceu faz pouco tempo.

— Shikamaru sempre vai ser uma pessoa especial para mim, mas nossos caminhos se dividiram, sabe. — Naruto suspirou. — Já faz algum tempo que a gente não conversa, enviei para ele uma mensagem esses dias perguntando como estavam as coisas, mas o número deu erro. Acho que ele mudou, não sei. — O olhar de Naruto se prendeu as bolinhas em seu copo. — Eu não me acho no direito de fazê-lo desistir de seus sonhos e eu mesmo tenho meus sonhos.

— Tá! Então como vai ser? Vai para Nova Iorque com o marido e a enteada? — Kiba moveu a cabeça e, dessa vez, seu olhar foi mais sério. — Você vai se casar com esse príncipe encantado que apareceu do nada e vai desistir do seu maior sonho?

— Não estou desistindo de nada.

— Conta outra, Naruto. Eu não sou idiota. — Kiba balançou a cabeça e Naruto gargalhou. Era verdade que ele não conseguiria sustentar por muito tempo aquela história, não para Kiba.

— É um trabalho novo, ele quer que eu seja o marido dele.

— Fetiche? — Kiba riu e recebeu um golpe no ombro. — Isso doeu, seu idiota.

— Não fala assim do Sasuke. Ele tem seus motivos para me contratar, eu não vou julgá-lo. E você também não deveria.

— Ele é bonito? — Kiba recebeu um empurrão de Naruto e reclamou da forma como o amigo o estava tratando. Todo dramático, dizendo que iria embora se continuasse sendo violento.