Choque de realidade.

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Nicolas abre os olhos assustado após sentir um forte solavanco. Ele fica confuso ao perceber que estava em um ônibus, ao olhar para o assento do lado vê a sua irmã concentrada jogando um jogo no seu celular. O rapaz assustado se afasta e fica de costas para o vidro da janela encarando a menina com os olhos arregalados. A garotinha tira os olhos do celular e encara o irmão sem entender nada.

— Tá tudo bem maninho? — Pergunta a menina com uma voz doce.

— Eu...eu...acho que sim. — Responde.

Ele olha para os lados e vê uma mulher de cabelos vermelhos, era Cristina, mas ela parecia estar concentrada em alguma coisa ou não fazia ideia de quem ele era.

— Nicolas, da pra sentar aí e ficar quieto. — Diz uma voz familiar. Ao se virar para trás vê seu pai com uma expressão séria no rosto.

— Pai? — Nicolas fica boquiaberto.

— Querido, obedece o seu pai. — Fala sua mãe o olhando de outro assento.

O rapaz passa pela sua irmã para ir até o seus país, mas um barulho ensurdecedor e um clarão branco toma conta do ambiente. E novamente ele abre os olhos, mas não estava no ônibus, estava fora dele e o veículo estava logo a frente todo destruído. Ao olhar para a sua mão vê o revólver que usava. Ele ergue a arma próximo o rosto e a olha sem entender nada.

— Você falhou com a gente. — Diz uma voz vindo de trás. Quando o rapaz se vira vê a sua mãe, mas ela estava transformada, com veias negras saltados por todo corpo e com os olhos sangrando, a barriga estava aberta com o intestino arrastando no chão.

— Mas que porra é essa! — Exclama o rapaz caindo de bunda no chão assustado.

— É culpa sua, você não conseguiu manter a promessa, você disse que nos encontraria a qualquer custo, morremos esperando você aparecer. — Fala o seu pai aparecendo por trás. O homem não estava muito diferente da mulher, a única diferença é que os ossos das pernas estavam todos a mostra e o intestino tinha sido devorado.

Nicolas tenta se levantar do chão para correr, mas gela ao dar de cara com a sua irmã. Ele a olha com lágrimas nos olhos ainda de joelhos no chão.

— Você é um verdadeiro fracasso, não conseguiu manter uma simples promessa, eu era apenas uma criança, apenas uma criança. — A menina sorri deixando um pouco de sangue sair do canto de sua boca. Ela tinha uma marca de mordida no pescoço, seu olhar era macabro, tinha veias negras por todo o seu corpo pálido, mas o destaque estava para as que saltavam em volta dos olhos.

— Não foi minha culpa, eu tentei, eu tentei com tudo que tinha! — Grita Nicolas se levantando. A menina vira a cabeça confusa.

— Morrermos por sua causa. — Um pequeno buraco surge na testa dela e logo em seguida o sangue começa a escorre. — Você matou a gente!

Nicolas tenta soltar a arma mas não consegue, por algum motivo ela estava grudada na sua mão. Então a arma abre o tambor sozinha deixando três munições deflagradas a mostra. Ao olhar para frente vê seu pai, sua mãe e sua irmã, um do lado do outro o olhando. Todos com um buraco na testa.

—VOCÊ MATOU A GENTE! — Gritam todos juntos. Em seguida caiem mortos no chão.

Nicolas acorda assustado e pula da cama caindo de cara no chão. Estava suado e ofegante. O rapaz se levanta do chão e olha ao redor, estava no quarto, então percebeu que tudo não tinha passado de um pesadelo. Ele se senta aliviado na beirada da cama e passa a mão no rosto, era só mais um noite ruim como as outras. Batidas na porta lhe chama a atenção, poucos segundos depois escuta a voz de Ana lhe chamando.

Sobreviventes. - O começo de tudo.Where stories live. Discover now