Asfalto dos mortos.

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Era uma manhã gelada e os primeiros raios de sol despontava no horizonte anunciado o começo de um novo dia. Nicolas já estava acordado e fora da casa, se encontrava sentado no capô da caminhonete municiando o carregador do rifle. Não sabia o que lhe aguardava na estrada mas prometeu para si mesmo que não iria vacilar, a viagem seria longa e o caminho bastante perigoso, então o mínimo que poderia fazer era estar preparado para caso alguma coisa ruim acontecesse.

Do lado de dentro da casa Cristina colocava todas as armas devidamente municiadas dentro da mala, teve o capricho de checar cada arma duas vezes para não correr o risco de uma delas deixar de funcionar caso precisasse usar. Ela estava um pouco tensa, pois não sabia como as estradas estavam e no papel tudo parecia fácil, mas acreditava que no final tudo iria dar certo e o rapaz encontraria a sua família. Por mais que não demonstrasse, torcia muito para o reencontro do rapaz com a sua família acontecesse o mais rápido possível, pois a diferença entre os dois era que Nicolas tinha a oportunidade de rever os pais, já ela não tinha essa oportunidade.

Ana estava sentada no sofá roendo as unhas, ela estava com medo e com muita insegurança em embarcar naquela viagem, mas não queria ficar sozinha naquela cooperativa esquecida, pois sabia que morreria naquele lugar caso escolhesse ficar. A sua única motivação para não desistir era o medo de ficar sozinha e o suposto porto seguro nos navios em Bertioga, essas eram as duas coisas que lhe davam um pouquinho de coragem.

— Vamos nessa. — Diz a ruiva colocando a bolsa debaixo do braço.

— V...vamos. — Ana se levanta do sofá e vai para fora.

Cristina vai até a caminhonete e coloca a bolsa de armas no banco traseiro. Ela da uma olhada em Ana que estava com a escopeta em mãos e se lembra do que ela disse sobre não saber atirar. Então abre o zíper da mala, pega uma pistola e fecha o zíper em seguida.

— Toma aqui. — Ela estende a arma em direção da morena. — Você disse que não sabe atirar, então você não deve ficar com uma calibre doze, vai por mim, essa porra da um baque do cacete.

Ana a encara e em seguida olha para a escopeta.

— Acho que você tem razão. — Diz entregando a escopeta para a ruiva e pegando a pistola.

— Então eu acho que é isso, vamos nessa. — Diz Nicolas entrando na camionete com o rifle.

Ana abre a porta da caminhonete e da um assovio, Samantha aparece correndo e pula dentro do veículo se deitando no banco de trás. A morena se senta no banco e fecha a porta, logo em seguida faz um pequeno carinho na cadela que a encara com a língua de fora. Cristina da uma breve olhada ao redor e entra na cabine assumindo o papel de motorista.

— Ana, você é a nossa guia então fica sempre de olho nesse mapa okay. — A ruiva a encara pelo retrovisor. — E pelo amor de Deus, não deixa essa cadela vomitar aqui dentro.
Cristina engrena a primeira marcha e parte rumo a estrada.

— Pode deixar comigo. — Responde abrindo o mapa em um pequeno espaço em cima do banco.

— A rodovia deve estar a uns sete quilômetros, depois a gente segue rumo a onde o ônibus capotou até chegar na Estrada do ”Rio comigo. — Comenta o rapaz.

— E não se esqueçam, a partir dessa tal estrada aí, é tudo povoado com casas a beira da estrada e tudo que tiver direito, então é cuidado redobrado. — Fala engrenando a quinta marcha.

— Isso é uma merda. — Murmura a morena no banco de trás.

— Relaxa Ana, nada vai acontecer com a gente. — Diz o rapaz tentando passar confiança.

Ao chegaram finalmente na rodovia, Cristina não poupou velocidade e pisou fundo no acelerador, o ponteiro do velocímetro estava cravado nos cento e sessenta quilômetros por hora. Nicolas havia deixado sua janela aberta e estava aproveitando o vento gelado que batia no seu rosto. Ela olha para o console da caminhonete e vê um monte de CDs, curioso pega um Cd aleatório e ao olhar a capa do disco vê escrito o nome da antiga dupla sertaneja “Leandro e Leonardo”. Nicolas sorri, pois conhecia o artista graças ao seu pai que gostava das músicas da dupla. O rapaz tira o CD da capa e o coloca no cd player do rádio, logo em seguida aperta o botão do “play” para tocar.

Sobreviventes. - O começo de tudo.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang