Ponto de descanso.

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O sol já iluminava a terra. Nicolas e Cristina saem de dentro da casa, e do lado da fora puderam ter uma ideia da dimensão da lagoa, era enorme de se perder de vista, as águas cristalinas refletiam a luz do sol como se fosse uma espelho, alguns peixes estavam batendo na água e pássaros faziam rasantes para capturarem os pequenos peixes. Os dois ficam por alguns minutos aproveitando aquela vista e logo decidem agir. Cris sugere que iria subir em cima da casa para ter uma visão ampla dos arredores e o rapaz concorda, e sem muito esforço ela sobe no telhado e fica de pé sobre ele, por ali tinha um campo de visão maior.

— Está vendo alguma coisa? — Pergunta Nicolas.

— Eu acho que sim. — Ela vê uma casa com algumas árvores ao redor. — Parece uma chácara, tá um pouco longe daqui.

— Ótimo, lá podemos pedir ajuda. — Responde entusiasmado.

Cris salta de cima do telhado caindo em pé na frente do rapaz.

— O foda é que a gente vai ter que dar a volta nesse lago, isso vai demorar uns quarenta minutos ou mais. — Diz colocando as mãos na cintura.

— Então temos que andar rápido, pois até o meio dia eu quero estar em São Paulo, vai que os soldados resolvem ir embora.

— Se isso acontecer, temos que voltar pela rodovia, assim podemos bater de frente com o comboio, mas é arriscado.

— É a nossa única opção. — Nicolas solta o suspiro.

— Então vamos nessa. — Diz a ruiva passando pelo rapaz e entrando dentro da casa. Ele a acompanha.

Cristina pega o fuzil e passa a bandoleira pelo pescoço deixando a arma pendurada. Ela não fazia ideia do que encontraria pelo caminho, mas não iria hesitar em usar aquela arma caso fosse necessário. Nicolas estava sem arma mas sabia que precisava de algo para se defender, então pega um pedaço de cano de ferro que estava jogado no chão, não era uma arma de fogo mas poderia ser muito útil. Preparados, os dois deixam a casa para trás e caminham juntos as margens da represa.

Nicolas andava de cabeça baixa logo atrás de Cris, pensando no seus pais e na sua irmãzinha, mas especificamente em como eles estavam, embora tivesse certeza que estivesse tudo bem com eles, uma angústia estava enraizada no seu peito, um sentimento que não conseguia entender já que não tinha motivos para se preocupar, pelo menos acreditava que não tinha. Ao olhar para frente percebeu que a mulher estava de cabeça baixa assim como ele, por um segundo pensou em perguntar no que ela estava pensando, mas se lembrou da conversa que teve mais cedo e decidiu apenas puxar um assunto aleatório.

— O que você fazia antes do mundo pegar fogo? — Pergunta ficando lado a lado com a mulher.

— Eu estava desempregada e mofando no meu apartamento — Ela olha para o rapaz — E você?

— Bom, eu estava no primeiro ano da faculdade de engenharia civil, um enorme pé no saco.

— Eu imagino mesmo. — Cris solta uma pequena risada.

— O lado bom é só o salário da profissão, por que de resto e só dor de cabeça.

— Olha só, então você só estava nessa pela dinheiro, mas que garoto malandrinho. — Diz a ruiva dando um sorriso malicioso.

— Claro, não se sobe na vida ganhando um salário mínimo. — Ele confirma.
Os dois se entreolham e começam a rir.

Após andaram por quase uma hora, eles finalmente contornam o lago e chegam em uma pastagem plana. Cris olha ao redor procurando a casa que tinha visto e a vê, porém ainda estava longe.

Sobreviventes. - O começo de tudo.Onde histórias criam vida. Descubra agora