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Hospital.

Odeio o cheiro de hospital. Não fede, mas não gosto.

Odeio aqueles longos corredores.

Odeio o fato de todas as pessoas internarem seus amigos e parentes no mesmo hospital, sempre. Se uma pessoa que você gosta morre naquele lugar, algum outro dia você terá que voltar ali, para visitar qualquer outra pessoa que seja, e um filme sempre passa em sua mente, e tudo o que roda em sua cabeça é as visitas que você já fez àquele lugar.

Eu odeio esse lugar.

Odeio saber que ao mesmo tempo que pessoas felizes estão dando a luz ou sei lá o que, existem pessoas no mesmo lugar, chorando por acabar de receber a notícia de que a pessoa pela qual estavam ali, faleceu.

Morrer.

Que ficasse claro que se ele morresse, eu me mataria depois de matar o filho da mãe que machucou Harry.

Harry passou pela cirurgia e então o internaram.

Eu o veria primeiro. Se eu não o visse primeiro, faria um escândalo que faria questão de chamar a atenção de todos.

O médico veio.

Se me disser que ele morreu, eu mato ele também.

"Ele está vivo" o médico disse.

"GRAÇAS A DEUS" gritei.

Abracei minha irmã.

Obrigado, ele estava vivo.

"Posso ver ele?" perguntei.

"Claro" o médico respondeu "Venha comigo, rapaz. Um por vez, okay?" ele disse para minha família e para a família de Harry.

Passamos pela porta.

Estávamos no corredor.

Andamos.

Paramos em frente à outra porta.

021011 [n.: data do aimh e ninguém percebeu] era o número do quarto.

Então o médico abriu a porta.

E ele estava ali.

Em uma cama.

E aquelas máquinas ao seu lado.

Muitos tubos.

Esqueci de mencionar que também odeio camas de hospitais, máquinas e tubos.

Ride (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now