Capítulo 2. tratamento e conversas

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Aviso Legal: Eu não possuo Naruto. Os personagens pertencem a Masashi Kishimoto. História original de Elade-chan, perfil dela no Fanfiction.net. Tradução por Cristanaapassoos. Revisão: s2Karol

O Pacto
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Capítulo 2. Tratamento e conversas


- Parece que você tem algo a me propor - disse, quebrando o silêncio ao ver que a mulher de cabelos rosa não se mexia.

- Sim.

* * *

Lentamente, a kunoichi abaixou a kunai que estava segurando até aquele momento e relaxou um pouco a postura, embora ainda estivesse alerta.

Sasuke inclinou levemente a cabeça, deixando-a saber que estava ouvindo.

Enquanto isso, Suigetsu já havia se levantado do chão e estava parado ao lado deles, a uma distância segura. A garota com rosto de anjo tinha se mostrado mais habilidosa do que parecia à primeira vista. Seus movimentos rápidos o pegaram desprevenido, já que não era de se esperar que uma garota enfraquecida - e aparentemente inconsciente - o atacasse de forma tão repentina.

Isso é mais divertido do que eu pensei! Suigetsu refletiu, sorrindo de canto.

Por sua vez, Karin se aproximou ao ouvir a comoção. Até então ela estava apoiada em uma pedra próxima, agora ouvia com interesse a conversa que ocorria a poucos metros de distância.

Ela não era estúpida. Concordou em seguir o Uchiha porque, uma vez que Orochimaru estava morto, ela não tinha mais para onde ir. E bom, que opção melhor do que seguir o belo homem de cabelos negros, ela corou com esse pensamento. A ruiva sabia que o que os dois iriam discutir era importante, pois Sasuke não era o tipo de pessoa que perdia tempo assim. E desde que ela decidiu se juntar a ele, Karin sentiu que deveria prestar atenção nas palavras da mulher de cabelo rosa.

Essa garota a intrigou. Ela havia conseguido se recuperar muito rapidamente e, embora ainda não estivesse completamente recuperada, parecia-lhe incrível que pudesse ficar de pé e realizar aqueles movimentos ágeis, tendo em vista o estado em que a haviam encontrado.

Sakura sorriu. Na verdade, teve muita sorte de se deparar com o antigo companheiro. Isso facilitaria as coisas para ela, visto que as informações que acidentalmente descobrira enquanto investigava sua "missão" lhe davam uma posição vantajosa nas negociações com ele. E, de qualquer maneira, se não desse certo, ela continuaria seu caminho, como havia planejado antes de ser capturada.

- Eu sei a localização da base de operações da Akatsuki no País do Fogo. Tenho informações sobre seus membros, principalmente um deles - ela olhou perturbadoramente para o homem de cabelos pretos. - Em outras palavras, eu sei onde Uchiha Itachi está.

O sharingan de Sasuke foi ativado ao ouvir o nome de seu odiado irmão.

- Podemos descobrir isso sem a sua ajuda - a voz de Karin quebrou o silêncio tenso.

- Certamente. Mas você precisaria de muito tempo e esforço, não acha? - ignorando a ruiva, ela continuou - Principalmente se formos considerar que Konoha está te procurando como traidor - dirigiu-se a Sasuke, a última palavra saindo de seus lábios num tom involuntário de amargura e decepção.

- Hn - disse o Uchiha. A mulher de cabelo rosa tinha razão, seria um problema se eles encontrassem os ninjas de Konoha. Um atraso desagradável.

Apesar disso, o homem de olhos ônix riu internamente. A maneira que Sakura disse a palavra traidor não escapou dele. Parece que, embaixo de todas essas camadas de gelo, você ainda está machucada, não é, Sakura?

- Sei muito mais coisas que o ajudarão a completar sua vingança - ela lançou-lhe um olhar enigmático. - E também, você terá os serviços de um dos melhores ninjas médicos do país depois de Tsunade-shishou.

Hum, então Sakura era a aluna da Godaime. Sasuke tinha ouvido rumores sobre a aprendiz da Hokage e, de fato, ficou muito surpreso por ser sua ex-parceira.

- Claro que, em troca, você terá que fazer algo por mim - Sakura finalizou.

- Não vou voltar para a vila se é isso que você quer, então nem se preocupe em perguntar - disse Sasuke arrogantemente.

- Você pode plantar seu traseiro Uchiha onde quiser. Não estou interessada nisso - a rosada franziu a testa perigosamente, mas manteve seu tom falsamente cordial.

Suigetsu riu, ele realmente estava começando a gostar daquela garotinha que se atreveu a falar daquele jeito com Sasuke. Entretanto, a risada morreu no mesmo instante que o portador do sharingan lhe lançou um olhar assasino.

- O que você quer então? - o homem de cabelos pretos voltou-se para ela novamente.

- O que eu quero é que você me permita falar com Itachi antes de "acertar suas diferenças" e que quando decidir continuar com sua vingança, me prometa que não vai encostar um dedo em Naruto.

Ela tinha que garantir a segurança de seu amigo caso Sasuke ficasse fora de controle e o loiro saísse para confrontá-lo. Quanto à "audiência" com o Uchiha mais velho, Sakura precisava de certas informações que ele tinha. Claro, seria muito mais fácil pedir diretamente a Itachi se a Akatsuki não a matasse assim que a visse. E somente por isso, ela precisava de Sasuke. A rosada sabia que o primogênito do Clã Uchiha iria ouvi-la se ela aparecesse com seu irmão mais novo, ou assim ela esperava.

- Não tenho nenhum interesse naquele usuratonkachi, desde de que ele não fique no meu caminho.

- Fico feliz em ouvir isso - embora pelo tom não parecesse assim. - Apenas achei importante ressaltar, já que não seria a primeira vez que você quase o mataria - os olhos da kunoichi brilharam de raiva e desprezo quando olharam para o Uchiha.

Ignorando as palavras e o olhar da Haruno, ele continuou a ponderar sobre a proposta.

- Você disse "continuar com a minha vingança", mas quando Itachi morrer não haverá mais nada para continuar - Sasuke queria esclarecer este ponto, já que havia ficado surpreso ao ouvir aquelas palavras.

A garota deu-lhe um sorriso compassivo.

- Você sempre vai ter algo para continuar. É o caminho que você escolheu, não dá mais pra parar - aquele tom era triste? Talvez tivesse ouvido errado, não podia ser.

- E se eu não aceitar o acordo? - disse ele, retomando a conversa.

A mulher de olhos verdes encolheu os ombros e ergueu as sobrancelhas.

- Cada um seguirá seu caminho, mas, claro, a sua vingança será mais difícil do que se aceitasse - ela respondeu indiferente.

Sakura realmente esperava que ele concordasse, caso contrário seria muito mais complicado seguir em frente. Por enquanto, demoraria alguns dias para se recuperar totalmente, então propôs a única coisa que veio em sua mente.

- Você tem três dias para pensar nisso. Durante esse tempo, já terei me recuperado e, se você não estiver interessado, vou embora.

- Uhmm... é um bom ponto Sasuke. Vamos levar cerca de três dias para chegar ao covil do norte mesmo - Suigetsu interveio.

- Hum... está bem - o Uchiha sentenciou e subiu em um galho distante para descansar.

A garota de cabelo rosa caiu de volta no chão e olhou cansada para os dois estranhos que a observavam com curiosidade.

- Bem, acho que vamos ser companheiros de viagem, pelo menos por um tempo. Meu nome é Haruno Sakura, ninja médica de Konoha.

- Karin - a ruiva se apresentou brevemente.

- Suigetsu, da aldeia da Névoa - naquele momento, a kunoichi percebeu a espada carregada pelo ninja e abriu os olhos de surpresa. Aquela era a espada de...

- Hehe, sim, a espada de Zabuza-senpai. Acho que foi o grupo de Sasuke que o eliminou - disse apontando com a cabeça para onde o moreno estava descansando.

Sakura lhe deu um olhar insondável enquanto relembrava, por um momento, a missão na qual eles encontraram o Demônio da Névoa. Respirou fundo e baniu aqueles pensamentos de sua mente.

Tinham sido bons tempos quando o time sete estava junto. Mas eles nunca voltariam, ela já havia aceitado isso. Fechou seu coração para esse tipo de sentimento. Agora ela só se importava em salvar o pouco que restava de sua vida. Por isso havia saído do vilarejo, ele era a única coisa que importava para ela.

- Ei, como você conhece Sasuke-kun? - a ruiva interveio na conversa.

Sasuke-kun. Ela ficou tentada a rir. Karin era outra que caíra nos encantos do Uchiha.

A Haruno quase sentiu pena da pobre garota, esperava que ela percebesse logo a personalidade anti-social do homem e, com um pouco de sorte, que não se machucasse muito. Não, essa garota parece esperta. Ela não se apaixonaria por ele, não lhe daria seu coração para que ele pudesse devolvê-lo em pedaços.

Ela se lembrou das lágrimas que derramou por ele. Acreditava que estava morrendo de dor, que estava delirando, mas, naquele época, Haruno Sakura não sabia o que era a verdadeira dor. Ela não sabia o que era sentir todo o seu mundo destruído.

- Nós éramos companheiros de equipe, estávamos no mesmo grupo de gennins - respondeu ela, com uma voz impessoal.

Karin acenou com a cabeça e se virou para Suigetsu, questionando-o num tom de desagrado.

- A propósito, dente de tubarão, o que vamos fazer no esconderijo do norte?

- Bem, cabelo de cenoura, Sasuke quer chamar Juugo para vir conosco.

Os olhos da ruiva se arregalaram de medo.

- Você tá louco? Juugo não pode vir com a gente, ele vai nos matar! - ela murmurou alarmada.

Suigetsu encolheu os ombros e disse que pegaria água para encher seu cantil, deixando-as sozinhas.

- Quem é Juugo? - perguntou a kunoichi da Folha.

Karin suspirou e se sentou ao lado dela.

- O covil do norte é uma das bases secretas de Orochimaru, mas também é especial, já que foram realizados experimentos com humanos lá. É um lugar muito perigoso, ainda mais se for para procurar Juugo.

A garota de cabelo rosa deu-lhe um olhar, indicando que continuasse.

- Juugo é um assassino sangrento, mas não porque quer. Ele tem uma doença rara que perturba sua personalidade e o dota de uma força incontrolável, fazendo com que mate todos que se aproximam dele, embora na realidade Juugo seja bem-apessoado e não queira, realmente, machucar ninguém. Ele mesmo veio à procura de Orochimaru, e você deve estar muito louco para ir por vontade própria.

A ninja médica riu levemente, lembrando de Sasuke.

- Ele esperava que Orochimaru encontrasse a cura para sua doença, mas o que realmente aconteceu não foi isso. O Sannin investigou o poder que o possuía e criou um jutsu proibido, o que faz de Juugo a origem do selo amaldiçoado - Karin terminou sombriamente.

Sakura ficou em silêncio, pensando. O selo amaldiçoado... Talvez o Uchiha quisesse saber mais sobre aquele poder imundo que o Sannin havia dado a ele, por isso que Juugo era necessário. Ela não sabia, mas sentia que não seria fácil.

Naquele momento, Suigetsu voltou com comida e água. A mulher de cabelo rosa havia notado que o garoto desidratava facilmente e que seu corpo parecia fluido. Sakura deu de ombros, deveria ser algum tipo de técnica. Se Sasuke o escolhera, era porque Suigetsu tinha algo de especial.

Quando a comida ficou pronta, o Uchiha juntou-se a eles, embora, como a médica-nin lembrava, não dissesse nada. Ela não poderia considerar o "hn..." com que ele respondeu a Karin como palavra.

Por sua vez, a rosada também devorava sua comida em silêncio. Estava com muita fome. Passou semanas comendo apenas um pão dormido que lhe davam naquela cela nojenta. Depois que recuperou a consciência, também teve que regenerar muitas feridas, aproveitando o fato de que agora ela poderia usar seu chakra novamente.

- Ne, Sakura-san, você está com muita fome - o ex-ninja da névoa disse em um tom divertido.

- Será que o fato de eu passar semanas comendo um apetitoso pão mofado tem algo haver com isso? - respondeu a mulher sarcasticamente.

Suigetsu riu levemente, seria divertido viajar com ela.

- Você era uma prisioneira, o que esperava? Caviar? - disse a ruiva, sentindo-se ofendida pelo comentário, já que era responsável pelos prisioneiros do esconderijo sul. Apesar disso, Karin nunca havia se aproximado da garota. Sakura estava em uma área de acesso reservada para Kabuto e seus ninjas de confiança.

A rosada ergueu as sobrancelhas e franziu os lábios, dando a ela um olhar perigoso de alerta, pronta para dar uma resposta. No entanto, naquele momento, Sasuke se levantou, impedindo-a de falar.

- Sairemos quando amanhecer - disse ele, ignorando a situação tensa que acontecia a poucos metros. - Farei a primeira vigília, depois Suigetsu e depois Karin.

- E eu? - Exclamou a garota de cabelos rosa surpresa.

- Você está ferida, descanse. Se não conseguir acompanhar amanhã, você vai nos atrasar - o Uchiha respondeu em uma voz neutra, sem olhar para ela.

O resto do grupo se acomodou para passar a noite, levando seus colchões para perto do fogo.

Sakura verificou cuidadosamente seus pertences para se certificar de que tudo estava no lugar - havia guardado suas coisas antes da luta com os capangas de Kabuto -. Ela escondia a bagagem fazendo uma invocação reversa para que não a atrapalhasse na hora de se defender e atacar, o que impediu que suas coisas caíssem em mãos erradas.

Antes de adormecer, tomando cuidado para que ninguém a visse, a garota tirou uma fotografia da mochila e olhou com tristeza para as pessoas que estavam no pedaço de papel.

À esquerda, ela olhava feliz para a câmera, ao seu lado estava Naruto rindo como sempre e segurando nos ombros um garotinho de 5 anos. Seu cabelo era de um tom fúcsia tão forte que mais parecia vermelho e seus olhos eram estranhos - o da direita verde, um pouco mais escuro que o de Sakura, e o da esquerda castanho claro -. Tal diferença só era percebida quando vista de perto. O garotinho da foto estava sorrindo feliz.

A garota acariciou o rosto dos dois meninos com a ponta do dedo e devolveu a foto para a caixa onde guardava suas memórias mais pessoais, arrumando tudo dentro da mochila.

Ela se deitou perto do fogo, só então percebendo o quão cansada estava. No fundo, agradecia por não ter que ficar de guarda naquela noite. Depois de poucos minutos, a kunoichi já havia caído em um sono profundo.

* * *

Todos já estavam dormindo quando Sasuke se aproximou para olhar sua ex-parceira mais de perto. Ela parecia tão frágil e cansada, embora não quisesse demonstrar. Ele tinha certeza de que se Sakura tivesse que ficar de guarda, ela teria obedecido sem protestar para mostrar que não era fraca.

Essa mulher que estava na sua frente era diferente da menina irritante que ele se lembrava. Quando a viu nessas condições, um sentimento semelhante à raiva, ou à impotência, o dominou.

Quando formaram uma equipe, ele e Naruto haviam tentado a proteger de receber o menor arranhão, obtendo bons resultados, já que em nenhuma missão Sakura havia se ferido gravemente. Entretanto, vê-la tão indefesa e machucada nos braços de Suigetsu não o agradou. Não é que ele se importasse com ela - pelo contrário, seria perfeitamente capaz de deixá-la agora sem sentir nenhum tipo de remorso -, mas encontrá-la naquele estado havia despertado nele o velho sentimento de proteção de quando ambos dividiam um time, o mesmo que sentiu ao vê-la sendo atacada por Gaara para tentar defendê-lo.

Ele soltou um bufo exasperado. Mas o que diabos estava pensando? Ele tinha cortado todos os laços com Konoha e com seus companheiros, não adiantava se lembrar dessas bobagens agora.

Com um último olhar para a dona do cabelo rosa, o Uchiha foi acordar Suigetsu para que ele pudesse descansar um pouco.

* * *

Na manhã seguinte, quando o sol os acordou, comeram os restos do dia anterior no café da manhã e partiram rapidamente para aproveitar os horários em que não fazia tanto calor.

A maior parte da viagem eles passaram em silêncio, que apenas era interrompido pela luta ocasional entre Karin e Suigetsu, que não pareciam ser capazes de estar no mesmo lugar sem continuamente dar socos um no outro.

De qualquer forma, Sakura havia conseguido descobrir, por meio de pequenas conversas, qual era o poder especial da ruiva. Sua principal habilidade consistia em ser capaz de não só sentir o chakra a uma grande distância como também de esconder o seu e o de seus companheiros, algo extremamente útil. A médica entendeu no mesmo instante a razão pela qual Sasuke a havia incluído no time.

Embora o ritmo que estavam não fosse muito rápido, ou seja, mesmo que não estivessem correndo como de costume dos ninjas, a equipe já havia percorrido boa parte da estrada. Contudo, depois de quase meio dia caminhando, eles ainda não tinham parado para descansar.

Depois de terem cruzado uma grande área estéril sob um sol escaldante, o grupo agora passava por um lugar bastante arborizado, agradecendo a sombra fornecida pelas árvores ao seu redor.

A rosada deu uma olhada no ninja da Névoa. Ele parecia muito cansado, como se a espada que carregava pesasse uma tonelada no momento. Sakura havia percebido que ele desidratava facilmente, o que explicava a razão dele estar sempre com um cantil d'água, do qual bebia constantemente. Mesmo assim, agora que ela o olhava com atenção, o garoto parecia prestes a derreter.

Ela olhou para o céu. Sim, o sol já está bem alto, e muito quente.

Ao longo do caminho, o homem de cabelo azul sugeriu várias vezes que eles fizessem uma pausa, o que havia sido ignorado por Sasuke, ganhando comentários depreciativos da garota de óculos.

O ninja da névoa gostava bastante da rosada e divertia-se com seu senso de humor. Ao contrário de Karin, para quem ele só dizia palavrões, Suigetsu, desde que conheceu Sakura, sempre foi gentil com ela, talvez o fato ter sido ele quem a tirou daquela cela imunda o tenha feito criar uma espécie de "afeto fraternal" com a mulher.

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